Capítulo 25

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Lindsay

Nunca foi minha praia se apaixonar, não que eu soubesse que um dia de fato me apaixonaria, mas me apaixonei mais cedo do que pensava. Quando conheci Bryan pela primeira vez eu senti algo diferente. Mas não pensei que fosse ser levado tão à sério. Ele não era como todos os namorados que eu já tive um relacionamento. Namoramos por um mês e acabamos dando um tempo, por causa de seus ciúmes. Mas no dia seguinte me procurou, pedindo desculpas, e alegando que mudaria, eu também queria voltar, estava sentindo sua falta, algo que me surpreendeu muito, pois jamais dava segundas chances a nenhum homem. Mas com Bryan era diferente, quando estávamos juntos o tempo parecia parar, e eu me sentia bem ao seu lado. Estava indo tudo bem até o dia em que ele se aproximou de mim no salão da escola, com um olhar estranho, eu tremi. Ele estava sério quando disse que precisávamos conversar. Pensei no que eu poderia ter feito de errado, não que eu tivesse feito nada, mas fiquei nervosa.

- Eu vou me mudar da cidade com meus pais.- Disse ele sem olhar para minha expressão pálida ao seu lado.

- O quê? Quando? - Perguntei.

- Daqui há um mês.- Respondeu, mantinha o olhar para baixo.- Meu pai recebeu uma proposta de um fornecedor de uma grande empresa em Nova York e gostaria de tê-lo como sócio, e eu tenho que ir com eles.

Eu ainda estava em choque.

- Mas e a escola?

- Vou ter que mudar.

- E agente? - Minha voz falhou, eu tinha medo da resposta.

Ele ergueu o rosto em minha direção, seus olhos castanhos me olharam atentamente, seu olhar parecia já ter pensado em tudo durante à noite e parecia já ter decidido o que faria.

- Não podemos mais ficar juntos.- Sua resposta tão direta me causou uma dor no peito.

- Por que não?

- Porque não dá.- Respondeu desviando seu olhar de mim.

- Como assim não dá? - Elevei a voz, apesar de estarmos afastados dos outros alunos, uma garota do segundo ano que conversava com uma outra menina virou seu rosto em nossa direção.- Por acaso, você não vai mais voltar? É isso?

Ele baixou a cabeça. Percebi que ele sofria tanto quanto eu, e estava sendo difícil para ele contar isso pra mim.

- A mudança vai ser definitiva.

- Mas podemos nos comunicarmos por mensagens e pelo skype, e... Talvez...

- Não dá, não é a mesma coisa.

- Não vai ser a mesma coisa sem você aqui.- Murmurei, meus olhos estavam enchendo de lágrimas.- Por favor, não vai.

- Não é minha decisão.

- Então é porque quer se livrar de mim, não é mesmo? - acusei.

- Não é isso, eu só não quero que você perca seu tempo.

- Por que eu perderia meu tempo?  Por acaso você não gosta mais de mim?

- Não, Lindsay, você está confundindo tudo.- Disse ele olhando para mim. Seu tom elevado me assustou, por um instante fiquei em silêncio.- Me desculpa, eu pensei muito para poder chegar nessa decisão. Eu sinto muito, estou muito mal com isso, mas eu não posso mudar de ideia.

- Você está pedindo pra te esquecer? - Perguntei no fundo desejando não saber a resposta.

Ele ficou calado, mas por fim assentiu.

- Sim, me desculpa.- Ele se levantou e saiu sem dizer mais nada.

Continuei no mesmo lugar. As lágrimas descendo de meus olhos. Nunca pensei que eu me sentiria assim. Sequei às lágrimas e fui à procura da única pessoa que poderia me acalmar mesmo que por mais difícil que fosse naquele momento. Quando encontrei Megan ela estava conversando com Brandon, eu não pensei se o assunto fosse importante, acabei me intrometendo entre eles e ela me acompanhou até em casa, e me disse palavras que de alguma forma me fez sentir melhor, mas o fato de saber que daqui há um mês eu não poderia mais vê-lo me deixou com uma dor no peito. Quanto mais o tempo passava eu perdia mais as esperanças, eu esperava que ele falasse comigo, mas pelo visto ele não estava brincando ao dizer para esquecê-lo. Como poderia esquecê-lo? Por que quando finalmente eu consigo encontrar uma pessoa que de fato sei que me fará feliz ela simplesmente tem que ir para longe? Qual era o meu problema? Era azar de mais ou apenas uma falta de desempenho da minha parte? Os dias estavam se passando, e com isso a tristeza que me consumia. Eu não podia ficar parada, sabia disso. Mas também o que eu poderia fazer? Conversar com ele eu já tentei, tentei por várias vezes me aproximar dele, mas ele parecia me ignorar de propósito. Ele parecia já ter desistido de mim, desistido de algo que nem tentou.

- Megan, o que eu faço? - Perguntei, eu estava deitada em sua poltrona enrolando uma mecha de meu cabelo, ela estava na janela olhando para frente com um olhar pensativo.

- Eu gostaria de dizer uma resposta positiva, mas estou na mesma, não sou a pessoa mais qualificada para te responder.- Disse indo em direção à sua cama, deitando na mesma.- Mas acho que deveria procurar ele de novo, pelo menos pela última vez.

- Eu não quero ter que ouvir ele dizendo para eu esquecê-lo outra vez.

- Eu no seu lugar tentaria, pelo menos você ainda tem chances.- Seu tom de voz saiu baixo no final. Ela estava triste e não era de hoje, desde que Brandon voltou com a Agnella ela anda assim, com um olhar triste e sem brilho. Vê-la desse jeito me deixa ainda pior.

- Eu falando dos meus problemas e esqueci de que você está passando por algo ainda pior.

- Aquilo não é um problema, eu só... só preciso de um tempo para me recuperar.- Disse ela forçando um sorriso.

- Saiba que pode contar comigo.- Ela sorriu.- Eu vou atrás dele, talvez o convença a não ir.

- Eu vou torcer por você.

- Obrigada.

Eu não sabia se daria certo, se eu conseguiria convencê-lo a não viajar ou se voltaria chorando para casa. Eu iria arriscar. Quando toquei na campainha quem me atendeu foi ele, estava usando óculos, e sem contar o quanto ele ficou lindo de óculos.

- Lindsay?

- Por favor, eu preciso conversar com você, e não vai adiantar você tentar me ignorar porque eu não vou embora.- Falei, ele saiu de perto da porta e eu entrei.

- Lindsay, nós já conversamos sobre isso...

- Mas ainda não chegamos a uma decisão.- O interrompi.

- Eu disse qual era a minha decisão.

- Mas eu não acho que esteja tão seguro dessa decisão.- Ele ficou em silêncio como sempre fazia quando estava sendo contrariado. Até porque eu estava certa, ele não queria ir para longe de mim, não queria me deixar aqui, não queria começar uma vida nova em uma escola cheia de riquinhos masoquistas e mimados, queria ficar aqui, comigo.

- Por que você faz isso?

- Eu te amo, Bryan.- Confidenciei.- Eu nunca senti isso que eu sinto por você, eu nunca me apaixonei, nunca pensei sentir tanto a falta de alguém como eu sinto a sua, se você for embora eu não sei o que eu vou fazer da minha vida sem você.

Eu esperava que ele dissesse alguma coisa diante das minhas palavras que nem ensaiadas foram, saíram sem que eu percebesse e não estava arrependida de tê-las pronunciado, em outras palavras eu me sentia aliviada, mas eu ainda aguardava sua resposta, e meu nervosismo só aumentava enquanto ele ficava em silêncio.

- Diz alguma coisa, por favor.

- Eu... Eu também te amo, e isso é tão novo pra mim quanto é pra você.- Eu não sei se sorria ou se chorava, mas ele ainda não havia me dito o resto.- Eu também não quero ficar longe de você.

- Então não vai. É só não ir.

Ele retirou os óculos e os pós em uma mesinha ali próxima. E virou-se para mim novamente.

- Eu não irei a lugar algum.

- Então quer dizer que você não vai mais? - Eu estava mais aliviada agora.

- É, eu não quero ficar longe de você.- Ele se aproximou e tocou meu rosto de leve.- Eu não conseguiria, ainda mais depois do que você acabou de
me dizer.

Eu sorri e o beijei. Eu estava muito feliz agora. Eu não o perderia, não mais.

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