7. Dono do jogo

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Sacrifício. Acho que essa é a palavra certa para definir o que faz uma vingança ser bem-sucedida. No fim, para conquistar meus objetivos precisei abrir mão de muitas coisas — personalidade, desejos, honra e até meu próprio corpo.

Deitar com Francis não foi fácil.

Depois que a troca de olhares e de palavras no restaurante terminou, o velho se deixou levar pelos meus olhos, pela minha perna alisando a dele por baixo da mesa e por aquele jogo de conquistar que comecei.

Me senti sujo fazendo aquilo, mas tudo valeu à pena quando trocamos o Grill por um quarto de motel.

Tive que agir rápido, aproveitei quando ele foi ao banheiro – provavelmente para tomar uma dose dupla de Viagra – e preparei a câmera do meu celular, a posicionando no local certo, bem escondida e voltada para a cama.

Tirei minha roupa e fiquei apenas de cueca, me deitei e fiz a pose mais sexy que consegui para atiça-lo. E funcionou. Assim que saiu do banheiro e me viu, Francis mordeu o dedo indicador, afrouxou a gravata e disse:

— Garoto, você é lindo.

— E o que você vai fazer comigo agora? – Perguntei, com uma voz excessivamente infantil.

— Cinquenta e sete anos de pura potência – brincou, passando a mão por cima da calça e aperando o pau. – Acha que aguenta?

Passei a língua pelos lábios e deixei que ele viesse.

Fiquei de quatro na cama, Francis veio por trás e abriu mais minhas pernas. O cara apenas desceu o zíper e tirou o pênis para fora. Deve ter levado cinco minutos para fazê-lo ficar de pé.

— Agora você vai ver o que é um macho de verdade.

Achei graça, confesso.

Toda aquela potência não foi bem o que esperava. Foram cinco estocadas. Senti um pouco de dor quando ele me invadiu com brutalidade, mas foi rápido.

Quando me virei ele estava ofegante, ficou deitado ali de barriga para cima, olhando o teto com um sorriso bobo nos lábios e com o pau para fora.

Revirei os olhos, achando aquilo patético, levantei e fui para a minha mochila. Tirei de lá todos os papéis que separei no dia em que compartilhei os arquivos do pendrive e joguei em cima dele.

— Ei, calma aí, minha putinha.

— Levanta daí, velho nojento!

Ele ficou confuso. Até um pouco assustado. Ajeitou o zíper e me encarou enquanto eu pegava a câmera.

— O q-que... O que é isso?

Fui até ele, ainda pelado. Cheguei bem perto e então, com força, dei um tapa em seu rosto.

— Filho da pu...

— É melhor pensar bem no que fala, Francis – avisei, cortando suas palavras. – Não vai querer xingar minha mãe. Não sabe do que sou capaz por ela.

Ele estava com medo. Cheirava a pavor e inalei aquele odor de covardia com prazer. Sentei em uma cadeira e cruzei as pernas.

— Vou dizer como será – falei, sucinto. – Esses documentos. Quero que assine.

Ele buscou pelos papéis e leu o título. Suava frio, mas quando entendeu do que se trava começou a rir.

— O quê? – Falou, fazendo graça. – Quer que transfira minhas ações da Gordon & Cia para você? Isso é uma piada?

— Tenho cara de quem está brincando?

Minha seriedade era tamanha que ele afastou o sorriso do rosto e se mostrou irritado.

Evil Boy (Romance Gay)Where stories live. Discover now