1. Bernardo - Parte I

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1) Pesquisa

2) Monitoramento

3) Inclusão

4) Confiança

5) Abalo

6) Queda

7) Limpeza


Esses são os sete passos da vingança e os elementos necessários para atingir todos os seus objetivos.

Primeiramente escolha alguém, estude essa pessoa e através da pesquisa saiba tudo sobre ela. Você deve chegar perto o suficiente para não ser notado, porém o bastante para estar lá quando a oportunidade surgir. Acredite em mim, logo o momento chega e o monitoramento do dia-a-dia do alvo será importante para prever comportamentos e ações.

Quando chegar o momento da inclusão, a satisfação de poder olhar para seu inimigo cara a cara será impagável. Se puder, essa é a hora certa de se colocar na vida da pessoa e ganhar a confiança dela. Tudo isso para que o abalo, a queda e a limpeza se transformem em seus maiores aliados, peças para o clímax da sua vingança, quando a pessoa que você detesta finalmente começará a sofrer.

Acreditem, o fim chega logo, então desfrutem de cada momento e não abaixe a cabeça quando chegar o momento de estar por cima e derrubar todas as estruturas de quem você odeia.

— Todos de pé! – As palavras vieram junto de um chute na porta, que fez todos os garotos do alojamento se levantarem com medo.

Mesmo cansado, abri os olhos e me deparei com Thomas Rel circulando entre os beliches. O homem caminhava como se fosse o dono do local e se mostrava a cada dia mais abominável pela forma como nos trava.

Me levantei da cama devagar e fiquei na fila junto dos outros meninos.

Estava com a roupa amarrotada, cabelo loiro caído nos olhos e a pele queimada pelo sol. Na época eu tinha 16 anos e um QI maior que o daquele homem estúpido, de modo que detestava ter que seguir as ordens dele, principalmente quando aquelas inspeções surpresas ocorriam e ele começava a revirar as camas em busca de irregularidades.

Ficava ainda mais irritado quando ele chegava perto do Caleb, na época um garoto de 12 anos magrelo de cabelo preto — um pouco crespo —, pele branca feito papel e olhos de um castanho escuro. Odiava quando Thomas olhava para o meu irmão, sempre com aquele olhar de felino prestes a abocanhar uma presa. De fato, ele era um animal extremamente perigoso.

— Ivi – ele parou na minha frente e me olhou de cima a baixo. Era bem mais alto que eu e isso me revoltava um pouco.

— O quê foi?

Thomas chega perto do meu ouvido, bastante próximo, e todos em volta nos olharam assustados.

Não me movi e mantive o semblante neutro quando ele sussurrou:

— Pensei com carinho na sua proposta – ele era um idiota, não deveria falar comigo na frente dos outros, mas deixei que prosseguisse – Tem uma família na lista para amanhã.

Perfeito!

Não consegui deixar que um sorriso se formasse em meus lábios e as crianças em volta começam a cochichar umas com as outras.

Thomas me observou um pouco e mordeu o lábio inferior. Fiquei na ponta dos pés para poder falar ao seu ouvido — minha voz o mais melosa possível, fazendo os pelos dos seus braços se eriçarem.

— Ótimo – falei, sem tanta animação. - Faça a sua parte, e depois...

— Depois não. Hoje.

Evil Boy (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora