28. Choque de realidade

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Olha só quem voltou! Primeiro capítulo de 2019. HUH! Estou feliz e ansiosa para saber se irão gostar do que estou trazendo pra vocês nessas palavras mágicas. Enfim, não vou enrolar, sei que deixei um sentimento pesado no fim do capitulo passado. Vamos lá?

Ah, saindo daqui, confiram o capitulo novo de Strange Birds também, certo, amores?

Boa leitura!

Thay




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Lauren

[Play Cut – Plumb]

Manhã do funeral do meu avô. Sinto-me estranha, como se estivesse parada no tempo, provavelmente porque não consegui pregar os olhos durante a madrugada e tenho a sensação de que senti cada segundo rastejando-se até o nascer do sol, este que, muito tímido, limitou-se a permanecer atrás de gordas nuvens cinzas, carregadas. O céu desabará a qualquer momento e eu entendo. Esperei que, não tendo dormido nem mesmo por um mísero momento, eu poderia ter usado todos os intermináveis minutos para me preparar para o funeral e cada abraço que iria receber de consolo, mas, pelo visto, nem todo o tempo do mundo pode te preparar para algo como isso: uma despedida. Uma despedida oficial. Como se eu realmente estivesse paralisada, não consigo sair da cama onde estive nas últimas horas, com os olhos fechados e a respiração ofegante, esperando que, de alguma forma, apenas estivesse vivendo por muito tempo dentro de um pesadelo ruim. Um pesadelo ruim na vida real. Mas, se nesse momento, eu fosse realmente capaz de querer alguma coisa, eu desejaria que o dia passasse o mais depressa possível, ao contrário da madrugada, então outro dia nasceria e a dor de hoje seria menor do que a de amanhã. E, se levantar dali for o necessário para fazer com que o meu desejo se torne realidade, então eu preciso fazê-lo. Pelo Victor. Por mim.

Com um pouco de esforço, consigo voltar alguns anos, quando tivemos que enterrar meu pai. Uma cena do primeiro filme de O Rei Leão vem à minha mente, abrindo espaço entre os meus pensamentos, aquela em que Mufasa está pendurado para não cair e ser pisoteado por uma manada de Ginus. Tentando se salvar, ele implora para o seu irmão, o leão Scar ajudá-lo puxando-o de volta, mas este, sem um pingo de misericórdia, apenas diz: "vida longa ao rei", soltando as patas de Mufasa e cruelmente matando o próprio irmão. Para piorar, Scar ainda coloca a culpa no pequeno Simba, que começa a chorar sob o corpo de seu pai morto. Foi uma imagem que não só eu, mas papai achou muito perturbadora. Ele dizia que ficava quase em prantos toda vez que assistia ao filme, e ele tinha visto O Rei Leão umas cinquenta vezes, provavelmente. Eu assisti ao filme quase, pelo menos, o dobro de vezes e chorei em quase todas as vezes, inconformada com aquele desfecho. No meu aniversário de oito anos, Michael me deu de presente, além de uma grande festa, uma leoa de pelúcia, a qual chamo de Nala em homenagem à produção cinematográfica da Disney, que me acompanha nas noites de sono desde então. E claro, me lembra todos os dias que ele, de alguma forma, ainda continua comigo. Agora, os dois homens que mais amei na vida estão juntos em algum lugar.

Qual som seguir? [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora