7. Pedido de ajuda

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15 DIAS PARA A FESTA DA COLHEITA

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15 DIAS PARA A FESTA DA COLHEITA

Lauren

Luzes fracas... Vozes distantes... Em meu sonho, tenho a sensação de estar caindo, apesar de não haver uma direção, paredes, laterais, teto ou chão que vá aplacar a minha queda, só há sensação de frio e escuridão por todos os lados. Estou com tanto medo que poderia gritar, mas quando abro a boca, nada acontece. Nem mesmo um ruído para chamar atenção de quem quer que sejam os responsáveis pelos sussurros perto do meu ouvido. Minha cabeça dói num latejar pulsante que vai aumentando gradativamente até que não consigo fazer mais nada além de fechar os olhos e esperar que o incômodo passe ou tudo acabe logo de uma vez. Meu coração palpita nos meus ouvidos. As luzes ficam mais fortes e as vozes mais altas. O que está acontecendo comigo? Afundando cada vez mais na escuridão, ganhando velocidade na medida que o medo aumenta. Não consigo respirar. Não consigo respirar. A pressão no peito é quase insuportável, algo está roubando ar dos meus pulmões e, por isso, sinto que estou prestes a explodir.

Um leve assobio... Vento... Chuva... Quando minhas costas tocam, enfim, uma superfície, percebo que é úmida e fria, levando arrepios por todo o meu corpo. Abro os olhos apenas o suficiente para me localizar e, para a minha surpresa, o estacionamento do Sivan's aparece em minha visão, desfocado por causa da única luz que ilumina o espaço e as gotas que caem com intensidade. Eu me viro lentamente para esquerda tentando me levantar, só que algo me bloqueia, fazendo com que eu volte para a posição de antes. Há outra pessoa ali. Está escuro demais para ver seu rosto, mas sei que ele está ali, porque sinto seu pé sobre o meu peito, talvez o responsável pela falta de oxigênio nos meus pulmões. É grande, forte e parece disposto a me manter ali, sob o seu controle, a todo custo. Tento afasta-lo, mas minha mão não se move nem um milímetro e não consigo obrigar meus músculos a se flexionarem. Meu corpo está tremendo sob a bota suja de lama. Tremendo... Tremendo...

Então eu acordo.

Meu alarme está disparado há trinta minutos. São 7:30 e, se eu não me apressar, vou chegar atrasada. Sento na cama afastando o cobertor com os pés. Minhas costelas reclamam pelo esforço e eu xingo em voz baixa. Depois de acordar naquele quarto ridiculamente branco, ser submetida a vários exames e garantir à médica que eu ia cuidar bem dos meus machucados, Joana me trouxe para casa e só saiu do meu lado depois que eu caí no sono, dopada de todos os medicamentos para aliviar a dor que tomei ainda no hospital. Por causa do pesadelo, estou completamente suada, mesmo que o quarto esteja gelado, resquícios da tempestade de ontem que deixou na cidade um clima frio, porém agradável. Minha garganta está seca e estou desesperada por um pouco de água, como se tivesse acabado de sair de uma maratona, ainda que eu nunca tenha participado de uma.

— O que faz acordada a essa hora? — eu me viro e vejo Joana parada na soleira da porta, a preocupação estampada em seu rosto livre de maquiagem. Preciso de um minuto para me reorientar, acalmar meu coração acelerado. Se ela perceber que há algo de errado comigo, provavelmente por causa do incidente da noite anterior, além dos meus ferimentos, vai adiar sua viagem apenas para ficar de olho em mim, me proibindo até mesmo de treinar no piano.

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