Capítulo 5

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Agora que eu sabia sobre Michelle, estava sempre na barra dos vestidos que a menininha usava, ia proteger ela para que meu pai sempre falasse de nós antes de ele ou ela dormir, eu não podia estar sempre com ela, já que Natsu estava me dando trabalho atrás de trabalho, eu nunca tinha ficado tanto com ele igual nos últimos tempos, o casamento dele estava próximo e por algum motivo isso me deixava com uma pulga atrás da orelha, o de Levy também estava marcado. Por incrível que pareça ela e o Gajeel se entenderam, na medida do possível, eles agora não brigavam tanto e tinham momentos fofos juntos, enquanto isso eu levava almas para o cemitério e vez ou outra saia para beber com o Jellal e a Erza, meus mais novos amigos, ele eu já conhecia, ela não, ambos eram cavaleiros, as missões deles eram maiores que as que eu pegava, eu havia conhecido ela em uma dessas, também conheci Gray, melhor amigo do Natsu e a mulher dele, Juvia, ela era uma fofa.

- Estava cuidando da humanazinha de novo? - alguém perguntou enquanto eu entrava no quarto, essa voz, só podia ser o Natsu e pelo jeito estava com a pa virada.

- Sim, estava, e você não tem nada haver com isso - respondi de forma calma quando parei de frente para onde as minhas roupas estavam, era uma espécie de armário, só que mais bonito.

- Não!? - ele veio até mim - Se não fosse por mim, você teria seu corpo encontrado apodrecendo no chão daquela floresta! - exclamou e me virou jogando meu corpo com tudo nas portas de madeira que fizeram da pancada suportável.

- Ué, não me lembro de ter pedido pra ser salva por você - ele fechou a mão em eu senti que levaria um belo de um soco, ele não veio, mas atingiu a minha madeirinha, será que ela estava bem?

Tive vontade de olhar para me certificar de quê não teria de pedir para Virgo vir arruma-lá novamente, já que teve uma missão que quase fracassei e isso me fez quebrar toda a madeira que o Taurus cortou do mundo espiritual para me dar de presente por estar me tornando uma mulher divina. Antes que eu pudesse virar o rosto senti uma das mãos dele tocar a minha cintura e arregalei os olhos.

- Não brinque comigo - ele apertou e saiu.

Eu lembrei detalhe por detalhe do dia que nós tornamos o pacto oficial, da forma como ele me tocou, sempre que isso acontecia eu levava a minha mão até minha parte íntima e sentia ela queimar como o corpo dele, era desconfortável, sempre me arrastava até o banheiro e fazia o que mais odiava, tomava banho na água fria, fiz isso hoje também, antes de ir levar o Plue para brincar com os exeeds dos príncipes que sempre estavam me cobrando para brincar com meu bichinho.

- Froch está sentindo uma presença estranha - olhei para o gatinho verde na fantasia de sapo rosa e peguei ele no colo, logo Plue estava ali tremendo também e olhando assustado para os lados.

- Plue? - e sumiu, olhei ao redor e vi uma maça escura e torta olhando para onde estávamos de longe, arregalei os olhos e apertei o gatinho no colo.

- Lucyy! - Charlies, a única fêmea também pulou no meu colo, Happy e os outros dois, Lili e Lector também se colocaram na nossa frente.

- Gatos não vão me impedir de provar a sua carne - ele falou e eu senti os pelos do meu corpo subirem, um por um.

De repente ele ficou todo torto e começou andar na nossa direção, Happy logo veio até mim, ele tremia mais que qualquer um.

- Lucy, ele não parece fraco como o daquela vez - arregalei os olhos quando a criatura começou correr, eu não conseguia me mexer, mas sentir mais dois exeeds sobre meu corpo me fez lembrar que eles eram como crianças.

Isso me fez ter força para levantar e correr o mais rápido que pude na direção oposta do castelo, estavam com juniores novos para treinarem, eles também eram crianças, não podia colocá-los em perigo também.

- Quando eu falar agora vocês voam! - exclamei e antes que eles pensassem em negar eu gritei e taquei eles para o alto enquanto continuei correndo.

Um por um foi voando cada vez mais alto, a criatura nem olhou para elas, continuou vindo até mim, eu continuei correndo, foi então que vi o que estava temendo, o muro que separava o castelo da vila, não tinha ninguém por ali fazendo ronda, eu estava encurralada, parei de correr e me virei.

- Dizem que a carne dos sangue puros é a melhor, mas que a de um ser celestial é melhor ainda - espera, oi? - Você não me escapa - ele falava conforme ficava de pé e se preparava para me atacar, foi então que algo cortou ele ao meio e uma bola de fogo transformou ele em cinzas.

Natsu e Gray logo pularam do muro e me olharam.

- Está bem? - Gray perguntou e eu assenti.

- Eles estão escapando mais que o normal, nós vamos ter que descer mais o cemitério das almas e aumentar o calor sobre esses nojentos - Natsu reclamou enquanto chutava as cinzas do bicho.

Eu fiz a sonsa sobre o que ele havia falado e não contei para ninguém, dali nós fomos para o castelo e eu fui cumprir mais uma missão, na volta passei para zelar o sono de Michelle e fiquei surpresa quando ela abriu os olhos e sorriu.

- Eu sabia que ia te ver hoje! - ela sentou na cama - Você é como a moça da foto que eu vi, só que mais bonita, você é a mulher que o papai amou e que cuida de mim! - ela sorriu.

Crianças não viam demônios, mesmo que quisessem, eram puros, eles só viam demônios se algo tirasse sua inocência, não era o caso dela.

- Eu sinto você, toda vez - ela levantou e veio até mim - É nosso anjo da guarda? - arregalei os olhos, doce criança - Um anjo Heartfilia! - ela sorriu e bateu palminhas, logo voltou para a cama e deitou - Boa noite anjo, até outra hora - logo ela dormiu.

Duas bombas em um só dia, algo de errado não está certo.

Entre a terra e o infernoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora