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Lua 🌙

Estava concentrada em colocar a linha na agulha, quando a pontinha da linha entrou, a porta foi aberta com tudo, me assustando e fazendo a linha retroceder.

Lua: Aí droga! - Falei olhando pro Victor.

Índio: Foi malzão, eu ia caindo.- Falou tirando a blusa.

Deixei um sorriso nos lábios e voltei a tentar colocar a linha, ele foi pro banho e eu finalmente consegui. Com a felicidade na cara, comecei a costurar minha blusinha que tinha passado na porta e segurado no trinco, aí eu puxei e rasgou só um pouco.

Índio: Cadê o Kauã? - Falou saindo do banheiro.

Lua: Tá dormindo.- Respondi me levantando.- Você tá com fome?

Índio: Tem comida? - Falou procurando uma roupa.

Lua: Eu vou fazer, também tô com fome.- Fui até o closet aonde ele tava e guardei minha blusinha na gaveta.- Eu comprei cueca pra você, sacas? Eu vi na feira e lembrei de você.

Ele abriu a gaveta das cuecas e viu três nos pacotes, uma do Mickey, outra do pateta e uma do unicórnio.

Índio: Que porra é essa? - Eu prendi meus lábios com feição de riso.- Tu tá tirando com minha cara né?

Lua: Eu achei fofo, poxa.- Peguei da mão dele.- Essas são minhas, as suas tão aí ô.

Ele pegou os pacotes na bancadinha e olhou as cuecas dele, guardei a minha e fui me retirando do quarto.

Índio: Valeu.- Falou antes de eu sair.

Acenei com a cabeça e desci as escadas devagar, como sempre.

Optei por fazer panquecas rápidas, então prendi meu cabelo e comecei a fazer.

{...}

Escovei meus dentes logo após ele e ele deitou na cama, abri a gaveta do banheiro e peguei meu creme pra passar na barriga, pra reduzir as estrias pós parto.

Me sentei no sanitário fechado e comecei a passar pelo corpo.

Voltei pra cama e aumentei o ar condicionado no máximo, tava morrendo de calor.

Índio: Filha da puta, tá com fogo no cu é? - Victor, sempre carinhoso falou me fazendo sorrir.

Lua: Aí, desculpa.- Baixei o ar.- Tô com muito calor, é da gravidez.

Índio: Então aumenta essa bosta aí, pega lá um lençol pra mim.- Falou olhando pro celular.

Me levantei e fui até o closet, tentei pegar mas era a gaveta de cima.

Lua: Eu não consigo, Victor.- Murmurei alto.

Índio: Dá teus pulo, menor.

Lua: Se eu pular eu caio, tô gorda.- Escutei a risada dele e em seguida os passos.

Ele pegou a coxa e olhou pra mim com deboche, mandei dedo e ele mandou língua.

Segui ele até a cama, aonde ele se jogou pegando o celular e eu apaguei a luz, deitando em seguida.

Lua: Victor? - Chamei e ele tirou o olho do celular.

Índio: Qual o papo?

Lua: Você acha que eu tô gorda? - Passei a mão na barriga.

Índio: Tá.- Confirmou.

Lua: Será que quando o Leonardo nascer vou continuar?

Índio: Não sei, pergunta a ele.- Revirei os olhos.

Lua: Boa noite.- Sorri de lado e me deitei, aumentando o ar.

Ouvi ele resmungar alguma coisa que eu não fiz questão de entender e fechei os olhos em busca do sono, mas ele não veio.

Mas quando eu tava fazendo minhas coisas, ele apareceu.

Safado.

Abri meus olhos novamente e virei pro lado do Victor, deitando no ombro dele.

Ele já tava rocando, o que me fez rir e lembrar que ele tinha bebido e iria acordar com a cabeça doendo amanhã.

Me levantei sem acordar ele e sai do quarto ligando a luz do corredor, após descer as escadas peguei o remédio pra dor e a garrafa d'água junto com um copo.

Ao subir as escadas, lembrei de pedir ao Victor para que ele mudasse o nosso quarto para o andar de baixo, até o Leonardo nascer pelo mesmo.

Entrei no quarto e acordei ele.

Índio: Quié inferno.- Falou grosso.

Lua: Aí, Victor.- Resmunguei e de propósito acendi a luz na sua cara.- Toma o remédio, desgraça ingrata.

Índio: Hm, valeu.- Falou com a voz rouca.

Ele tomou e eu deixei a garrafa na bancada, apaguei a luz e deitei do lado dele.

Lua: Victor? - Chamei deitando em seu peito novamente.

Índio: O que foi, lua? - Falou impaciente.- Cara, é muito ruim te chamar de Lua, pq não é um apelido, é um nome, tipo, quando a gente vai brigar, não dá pra falar "Lua" pq parece que eu tô sendo carinhoso, pq não Luane?

Lua: Não sei, pergunta aos meus pais.- Falei pouco e mudei de assunto.- Podemos ficar dormindo lá no quarto da sala? Odeio subir as escadas, me machuca.

Índio: Amanhã a gente vê isso, eu tô com sono.- Falou passando a mão pela minha barriga.

Fiquei calada por um tempinho mas não aguentei.

Lua: Ei...- Falei baixinho.

Índio: Puta que pariu.- Respirou fundo.- fala.

Lua: Eu amo você, desculpa por ser egoísta e ingrata, eu sei que infelizmente, você fez pro meu bem.- Falei sincera suspirando.- Me perdoa, pro quase nunca conseguir ver teu esforço por mim, por não retribuir.

Índio: Tamo firmeza.- Beijou minha cabeça.- Quer conversar sobre a parada?

Lua: Eu só queria dizer que eu sei que você não entende, mas ela era ainda sim muito importante pra mim.- Falei prendendo as lágrimas.

Índio: Eu sei que sim, mas eu nunca tive mãe, então não tô ligado aí.- Concordei.

Lua: Obrigada pelos esforços e por tudo que você faz por mim, eu prometo um dia conseguir retribuir.- Mesmo no escuro, ele levantou meu rosto, me fazendo olhar só aquele brilho do olhar dele.

Índio: Eu te amo, nega.- Falou selando nossos lábios.

Eu cedi claro, a saudades era enorme, puta merda, como eu amo esse homem filho da puta lindo.

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5/5

No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora