Mais Temido Que Nunca! - Livro 2 (Em Andamento)

Capítulo 54

   Como é ruim não ter notícias deles. Tá, eles saíram nem faz duas horas ainda, mas mesmo assim, estou aflita por dentro. Não escutei a Ânia me chamar, a olhei ainda sem entender.

— café? — estendeu a xícara de café para mim.

— ah, obrigada — após entender seu recado "desperto" um pouco de meus pensamentos.

— por nada — bebeu um gole do café.

— será... — comecei a dizer, mas não terminei a frase.

— calma Nely, eles ficarão bem.

— eu não sei Ânia, estou agoniada por dentro, com vontade de sair correndo atrás do Jeyson.

— se ao menos você soubesse a ficar mais tempo com sua loba, quem sabe você não iria? — bebeu mais  gole de café.

— é quem sabe... Por enquanto só fico na agonia mesmo... — bufei cansada.

— eu também estou aflita, mas tento me acalmar... — ela para assim que ouvimos alguém  bater na porta da sala.

— quem será?  — estranho isso e me levanto em seguida.  Ânia me segue e fomos juntas até a porta da sala.

  Abri a porta e automaticamente pela surpresa dou um passo pra trás assustada sem reação a quem eu vejo neste instante. Suas feições foram as mesmas que as minhas.  Meus pais biológicos.

— Senhor Roberto! Senhora Ayla! o que fazem por aqui?  Vieram com escolta?  — Ânia começou a falar,  assim que nem um som saiu da minha boca e sim a minha falta de reação.  Olhou para os lados verificando quem os tinha acompanhado.  São...  São eles mesmo?

— aaah...viemos sim... — Roberto disse num fio de voz tão baixo,  parece que perdeu as palavras,  o que tinha preparado para falar, parece que tudo foi ao vento assim que a porta se abriu e me viu.

— ahh,  vamos entrem rápido,  por favor.  — Ânia foi rápida,  dei licença automática e Ânia fechou a porta com pressa.

  Me senti, me sinto,  não sei.  Eu não sei descrever...

  Sentamos no sofá, e o silêncio de segundos eu não conseguia romper.  Minha voz,  não saia,  eu até queria,  mas parece que levei uma injeção que me deixava sem reação alguma,  a não ser somente observar e vagar nas lembranças quando os vi naquele salão presos por Rian. A revelação que são meus pais...

— acredito que o que vieram fazer aqui deixarão para falar a outro momento,  após saberem que ela está aqui.  — Ânia começou a falar sorrindo sem graça e também não sabendo como prosseguir.  Só a observei com os olhos.

 Pigarreou Roberto sem graça, do mesmo modo que estou. Não sabia o que falar e acredito que eles também não. Perdi a paciência comigo mesma e disparei.

— eu realmente não sei por onde começar! — coloquei as mãos empurrando meus cabelos para trás das minhas orelhas.

— acredito que nem nós sabemos o que falar. — Ele me olha sem acreditar que sou eu aqui nesta sala — é sempre uma surpresa nova envolvendo você filha.
— disse surpreso com um toque de carinho em sua pronúncia.

 Sorri sem graça — verdade, uma hora tô aqui, outra não. Sério nem eu mesma acredito às vezes. — sorri.

  Ele disse filha. Estranho ouvir um homem me chamar assim. Faz tanto tempo que me chamaram assim. Era o meu pai adotivo que me chamou assim, mas agora muda um pouco, pois ele é o meu pai biológico. Que estou conhecendo e acredito que irei conhecer melhor.