17.

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“O teu pai Eve” la chora e eu sinto o meu coração a apertar.

“Que tem o meu pai Karen?” Eu pergunto falando mais alto do que imagava.

“Ele …” Ela faz uma enorme pausa e eu começo a stressar.

“Porra Karen que merda se passa?” Pergunto, saindo do meu dormitório e corro até ao meu carro.

“Ele teve um acidente” ela finalmente diz e uma lágrima corre pelo meu rosto.

Ele errou demasiado comigo, mas ele ainda é o meu pai e eu amo-o.

“Em que hospital estão?” eu pergunto.

Ela diz-me onde estão e eu ligo o meu carro, antes de carregar no acelerador o toque no vidro do meu lado faz-me saltar de susto e eu vejo os olhos esmeralda do Harry a observarem-me, eu limpo as minhas lágrimas e abro o meu vidro.

“Estás bem?” ele pergunta-me                                    

“Eu preciso de ir” digo-lhe e vou embora.

Eu vejo-o através do espelho e sinto-me mal por o ter despachado. A minha visão é totalmente desfocada enquanto vou com toda a velocidade possível até ao hospital devido às minhas lágrimas.

Se eu o perder fico completamente sozinha e isso assusta-me.

Assim que vejo a Karen ao fundo do corredor ela estica seus braços e aconchega-me num abraço acolhedor, eu não a afastei de maneira alguma eu preciso deste carinho.

“Como é que ele está?” pergunto-lhe e ela dá de ombros.

Sinto-me mais inútil com o passar das horas e sem nenhuma noticia dele, a cirurgia está a demorar demasiado.

A Karen está devastada, ela não parou de chorar por um segundo.

“Ele vai ficar bem” digo-lhe, passando a minha mão pelas costas dela suavemente.

“Eu não disse o quanto o amava hoje” ela chora, e eu não resisto em deixar escapar uma lágrima.

Não lhe digo que o amo há tanto tempo.

O Liam chega e a Karen corre para os seus braços.

Eu vou até à receção perguntar como é o estado do meu pai, e eles manda-me aguardar novamente.

Assim que volto a sentar-me no pequeno banco azul, a mão frio do Liam está no fim das minhas costas e ele está sentado do meu lado.

“Estás bem?” pergunta-me.

Os seus olhos estão com um grande brilho, percebo que deve ter sido por ver a mãe a chorar tão desesperadamente.

“Vou ficar quando tiver a porra de uma noticia dele” digo-lhe.

“Esperar é sempre uma grande merda, mas tens de aguentar” ele puxa-me para ele e abraça-me por alguns minutos.

Depois de pelo menos mais duas horas à espera, fico a saber que a cirurgia correu bem, mas só poderão ter a certeza do estado dele vinte e quatro horas depois, estou exausta, preciso de dormir para voltar bem cedo para o ver.

“Evelyne” o meu pai chama-me e eu riu-me.

O meu pai abre o pequeno móvel da sala onde me encontro escondida.

“Encontrei-te” ele ri tirando-me de dentro do móvel e fazendo-me inúmeras cocegas.

“Papa, para por favor” eu peço sem conseguir parar de rir.

ObscureOnde histórias criam vida. Descubra agora