11.

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[ eu escrevi a ouvir a música que está ali do lado ]

“Porque sei que amanhã vais acordar e não te vais lembrar que fui eu quem te ajudou” um sorriso cresce nos seus lábios e o meu desaparece, eu gostava de me lembrar deste Harry quando acordasse amanhã.

Eu fico a sentir-me péssima por esquecer que esta noite fez o Harry de coração mole revelar-se, amanhã eu vou acordar e odiar o Harry novamente.

“Que foi?” ele pergunta-me.

“Nada”

Eu tento levantar-me para ir para a minha cama e esquecer o dia de merda que tive, mas as minhas pernas falham e o Harry está lá para se assegurar que eu não vou dormir no chão dos balneários das raparigas.

“És ainda mais chata quando estás bêbada” ele ri e eu não consigo não gargalhar.

Ele tapa a minha boca e eu esqueço-me que já há imensas raparigas a dormir, dou-lhe a chave do meu quarto e ele abre a porta ele olha em direção à cama da Kyara e ele está da mesma forma de quando eu saí para a festa.

“Tu gostas dela?” eu pergunto-lhe revelando o meu lado curioso.

“Sim” ele revela-me com alguma tristeza.

“Mas ama-la?” eu pergunto-lhe.

“Não”

Ele só me está a revelar tudo isto porque sabe que amanhã eu vou acordar sem me lembrar do que se passou nesta longa noite.

“Eu não a mereço, ela é demasiado boa” ele desabafa assim que tira meus sapatos e me aconchega nos meus lençóis.

Eu tento dizer que ele tem razão mas acabo por adormecer, eu tenho quase a certeza que eu amanhã vou acordar lembrar-me o lado bom do Harry.

A minha mãe conduzia com a melhor das precauções enquanto falava com o meu pai através do telemóvel, eles faziam sempre isto quando a minha mãe me ia buscar à escola, eles discutiam assuntos da empresa o caminho todo.

“Mama” eu tentava chamar a sua atenção mas ela apenas levantava a sua mão para eu me manter calada.”Mama” eu falei mais alto.

“Evelyne não vês que estou ao telemóvel?” ela pergunta-me tirando os olhos da estrada.

“Eu só quero ver o Harold” eu choramingo e ele volta ao telemóvel.

Eu tiro o meu cinto e ponho as mãos no volante tirando a concentração da minha mãe do telemóvel ela grita, um grito de desespero.

“Oh meu deus” eu passo a minha mão pela minha testa completamente encharcada de suor e a Kyara tem os olhos sobre mim.

“Que foi?” ela perguntou-me.

“Eu não sei, eu sei que foi intenso mas não me recordo do pesadelo” eu digo-lhe assustada.

Eu tento lembrar-me mas nada vem, eu sempre acordei assustada mas desta vez foi bem mais intenso do que todas as outras vezes, talvez por estar bêbada.

Eu pego no meu pequeno caderno e escrevo algo sobre o meu dia de ontem, apenas sobre o que o meu pai me revelou ontem, pois eu não me lembro de mais nada depois de começar a beber.

Ainda estou com raiva do meu pai, aliás eu acho que nunca vou deixar de estar com raiva dele, o que ele me fez não foi correto e eu estou farta de estar do lado dele.

Quatro toques rápidos na porta fazem com que eu e a Kyara nos assustemos, ele abre a porta e vejo o cabelo loiro do Niall através dela.

“Niall” a Kyara sussurra de uma forma estranha e ele passa por ela dirigindo-se a mim.

ObscureWhere stories live. Discover now