12.

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Eu olho os seus olhos com um profundo verde, estamos demasiado perto um do outro e o meu coração começa a acelerar, ele ainda tem um sorriso entre os seus lábios e eu estou apavorada.

“Achas que deixaria que me batesses, Evelyne” ele afasta-se e eu sinto a falta do seu corpo quente mesmo que só me apeteça bater-lhe por ele me ter feito acreditar em algo que não fiz.

Eu não tenho mais nada para lhe dizer e em alguns segundos eu estou fora do seu quarto, eu olho para trás e ele está na porta do seu quarto a seguir todos os meus passos e ele morde levemente o seu lábio ainda com um sorriso trocista nos lábios, é tão estúpido.

Finalmente ligo o meu telemóvel e tenho algumas mensagens do meu pai e imensas chamadas.

‘ Por favor Evelyne atende a porcaria das minhas chamadas ‘

‘ Evelyne diz-me se estás bem! ‘

‘ Por favor filha, perdoa-me ‘

Eu não vejo mais nenhuma das suas mensagens e faço delete em todas as que me restavam ver, sem me aperceber a minha visão está turva devido ás lágrimas que não quero que caiem sob meu rosto, faço um força enorme para não chorar de novo por sua causa, mas é completamente impossível.

“Desculpa” eu limpo finalmente as minhas lágrimas quando bato em alguém, ele olha seriamente para mim.

“Tu outra vez” ele meio que sorri mas eu não consigo retribuir-lhe.

“É verdade, eu novamente” eu digo-lhe.

Eu ajudo-o a apanhar alguns dos seus livros espalhados no chão devido ao encontrão que lhe dei.

“Estás bem?” ele pergunta-me quando ainda estamos debruçados a apanhar os livros.

“Estou” digo e dou-lhe os livros que eu apanhei.

“Obrigada … Evelyne, não é?” ele pergunta.

“Sim” eu começo a andar em direção ao meu carro.

“Sou o Liam” sorrio virando-me para ele e em espaço de segundos eu já estou perto do meu carro.

Eu olho para trás e encontro-o ainda a olhar-me, ele não está a sorrir ele está fixo em mim e ele perde-me de vista assim que entro no meu carro, vou sem destino para algum lado e acabo no cemitério onde a minha mãe foi enterrada, aliás onde toda a minha família está enterrada, a minha avó materna, e os meus avós paternos, alguns tios e por último a minha mãe.

Sento-me perto da campa da minha mãe e pego no caderno onde escrevo todas as noites para ela, gostava que ela estivesse aqui e me ajudasse a suportar esta dor imensa.

‘ Mãe …

Ontem o pai revelou-me que namora uma mulher à seis anos, e têm um filho de quatro anos, ele tem muitas parecenças com o pai ou seja comigo também, nunca tive a oportunidade de ter um irmão porque tu faleceste e o pai não me deu a oportunidade de cuidar do meu irmão mais novo. Ele tem-me tirado tudo aos pouco, incluindo a minha pouca felicidade.

Gostava que tivesse sido ele em vez de ti, estou tão magoada com ele que não sou capaz de o suportar. Isto não é muito bom de se dizer, eu sei mãe, e peço desculpa.

Tive um pesadelo hoje eu não me recordo de como ele foi, ele foi tão intenso e deixou-me de alguma forma bastante estranha mas mesmo assim não me recordo nem um pedaço dele.

Ontem embebedei-me quem me ajudou foi o Harry, ele é estranho mãe, ele age como se fosse uma pessoa insensível mas ele parece importar-se bastante mais do que ele mostra que se importa.

ObscureWhere stories live. Discover now