02.

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“Obrigada Niall” fico feliz por estar mais calma, e deixo-o no estacionamento quando procuro um local para comer.

Encontro finalmente um lugar indicado para mim e fico na explanada à espera que a empregada me venha fazer a pergunta habitual.

“Boa tarde, o que vai desejar?” sorriu assim que ouço a voz suave da empregada.

Devolvo-lhe a ementa e ela rabisca o meu pedido, e fico à espera que ela me venha trazer. Minha barriga já ronca e não como desde o meu pequeno-almoço. Falar com o meu pai antes da hora de almoço fez-me perder todo o apetite que eu tinha.

Vejo ao longe a minha colega de quarto com o rapaz que estava na sua cama, quando ela me vê não desvia o seu olhar enquanto ele ignora-me como todos os outros rapazes.

“Queres companhia?” ela pergunta suavemente, e um sorriso sarcástico cresce no meu rosto.

“Não, obrigada”

Sei o quanto ela fica desiludida quando ambas nos encontramos, ela está apenas a ser simpática e eu dar-lhe para trás, nunca o fiz antes, não sei porque o faço com ela. Apenas não a quero como amiga, sei que não merece sua simpatia.

“Não precisas de ser tão dura com ela” o rapaz repreende-me quando a sua namorada entra dentro do pequeno estabelecimento.

Não lhe respondo, não lhe dirijo a palavra, apenas ignoro seu comentário rude, se pelo menos eles tentassem perceber o meu lado, todos me julgam sem primeiro saber a minha parte da história.

Sei que poderia ser mais simpática com quem tenta criar um laço de amizade comigo mas eu simplesmente não consigo, da última vez que fiz um amigo ele magoou-me até me deixar a sangrar, ele apedrejou-me e disso que eu não era nada.

Isso magoou-me e destruiu toda a minha infância, todas as noites o acontecimento do meu passado persegue-me no meu sono profundo, tornando-me inútil, começando um dia novo lutando contra todos as realidades que me perseguem.

Quando entro para pagar a minha conta, a minha colega de quarto está sozinha em uma das mesas, sinto-me na obrigação de me desculpar, deixar o meu orgulho de lado e fazer o que está certo.

Ela olho-me quando me apresento na frente dela, com desprezo presente no seu olhar.

“Peço desculpa por ter sido tão rude” lamento, mas ela ignora as minhas desculpas e eu forço-me a deixa-la virando-lhe as costas.

“Estou a tentar dar-me contigo” ela fala um pouco mais alto do que imaginava e deu demasiado nas vistas e alguns olhares estão postos em nós.

“hum …” sinto-me intimidada e ela se aproxima de mim.

“Não tenho de levar com esse teu mau humor” desta vez ela aproxima-se falando mais baixo.

“Não estou a pedir que compreendas, estou a pedir-te desculpas” cuspo.

O rapaz aproxima-se dela colocando a mão a sua cintura e ela acalma-se um pouco, está revoltada comigo e ainda só me conhece à umas horas.

“Podes ir embora agora” ele é rude.

“Ok” sussurro e abandono o pequeno café.

Está na altura de voltar ao meu dormitório e acordar só amanhã, preciso de dormir e refletir neste meu dia horrível. Quando chego ao quarto tiro o meu pequeno e velho caderno que estava dentro da minha mala de ombro e decido escrever sobre o meu dia de hoje.

« 19 de setembro de 2014

O meu primeiro dia na faculdade foi realmente um fracasso mãe, não fiz amigos como eu sonhava que iria fazer, tenho agora pessoas que me desprezam e que não dão a mínima para a minha existência, porque eu tenho medo de criar laços, de criar uma boa amizade e acontecer como aconteceu à nove anos.

Não quero mais esconder-me do mundo real, quero viver nele, quero sobreviver. Mas estou tão angustiada, e amedrontada.

O pai ofereceu-me um carro, devo devolve-lo? Ele não dá mais valor, não se importa comigo ele apenas deixa-me tentando que eu sobreviva sozinha, mas eu não consigo eu preciso de amor, preciso de conversar, preciso principalmente de me valorizar e eu não consigo.

Beijos, Eve Xx »

Desde a morte da minha mãe eu escrevo neste pequeno diário tentado exprimir o que me atormenta, mesmo não conseguindo. Eu queria deixar de escrever nele, queria finalmente seguir sem ter de escreve meras palavras da qual nunca obtenho um bom conselho.

Aconchego-me nos meus lençóis lavados e acabo por adormecer pensado como seria bom se a minha mãe ainda estivesse viva.

« meu primeiro dia no quinto ano e estou feliz por rever os meus amigos, não tinha visto nenhum deles enquanto estive de férias. Bem, não foram bem férias minha mãe faleceu nesse verão e então eu basicamente tive um péssimo verão. O meu pai sempre ausente eu tinha apenas a minha ama que me dava o amor necessário.

Avistei meu melhor amigo ao fundo e dei um beijo rápido no rosto do meu pai e corri até ele. Ele recebeu-me com uma frieza e eu desprezo visível no seu olhar, ele estava triste e eu via isso perfeitamente, eu pensei seriamente que a sua mãe tinha partido para longe que nem a minha mãe.

“Eu tenho algo mau para te contar” ele encolhe seus ombros e eu dou por mim a chorar por o meu único amigo estar a desprezar-me.

Fiz algo de errado e não faço ideia o que foi.

“A minha mãe disse para deixar de me dar contigo” olho seus olhos esmeralda e vejo que ele não dá a mínima para mim.

Eu queria um abraço dele, queria chorar no seu colo e dizer-lhe como sinto falta da minha mãe.

“Porquê?” eu pergunto dando o meu primeiro soluço.

“Não sei, mas não fales mais comigo Eve”

Tudo o que eu tinha de bom era ele, o motivo de eu voltar a casa sorrindo, o único que possivelmente conseguiria mudar a minha história de vida, e realmente ele mudou. Acabando de vês com a minha vida, com a minha força e com a minha alegria.

“Por favor, não me deixes” eu grito chorando e implorando-lhe que ele não me deixe. »

“Acorda” uma estalada no meu rosto faz acordar-me dum pesadelo, de algo que estava literalmente a sufocar-me.

Gostaram? acho que esta fic pode vir a ser bastante interesse mas eu gostava que comentassem e votassem para que esta fic possa seguir em frente e eu tenha algum ânimo devido aos comentários que possam vir a fazer :)

Se ouver algum erro, peço desculpa.

Obrigada por lerem, Kiss *

ObscureOnde histórias criam vida. Descubra agora