trinta e dois.

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— Para que outro lugar iria? — respondeu a minha pergunta com outra pergunta.

Mordi o interior da bochecha, receosa. Não queria que ele interpretasse mal as coisas. Que pensasse que por conta de um beijo eu havia idealizado um futuro para nós os dois, quer dizer, até agora isso ainda não aconteceu, mais sei que eventualmente irá. Por mais que queira não tenho coração de pedra.

— A sua casa? — sugeri, com a voz baixa.

— A minha casa? — havia estranhamento na sua voz. — Porquê?

— Só queria respirar um pouco. Aquela casa deixa-me doente — expliquei.

— Está bem.

— Sério? — não consegui disfarçar a minha empolgação.

— Sim, não vejo nenhum problema.

Ele parou o carro por conta do semáforo que estava vermelho e aproveitei o momento para inclinar-me na sua direção e o dar vários beijos na bochecha.

— Você é incrível, sabia? — o elogiei, assim que me afastei.

— Sim, eu sei — abriu um sorriso convencido.

(…)

A casa de Haden não havia mudado nada desde a última vez que estive aqui. As paredes continuavam com o mesmo tom branco, sem nenhuma decoração — apenas o essencial — porém dessa vez estava vazia. O que foi motivo suficiente para ele ligar a Liane e perguntar onde ela e o irmão dele estavam.

Para não parecer bisbilhoteira fui-me sentar no sofá, a espera que ele terminasse e quando isso aconteceu ele sentou-se do meu lado, mas um pouco distante então deitei-me o suficiente para colocar a minha cabeça nas suas pernas. E fechei os olhos quando senti os dedos dele, no meu couro cabeludo, fazendo-me cafuné e quase que instantaneamente fechei os olhos.

— Onde eles estão? — sussurrei, mas sei que ele escutou.

— No parque — respondeu, com a voz tão baixa quanto a minha.

— Isso tá me deixando com sono — avisei.

— Então dorme — devolveu.

E foi isso que fiz, apesar de ter tentado relutar contra o sono não aguentei. Parecia que tinha chumbo nas minhas pálpebras superiores. E a sensação de estar em casa nunca havia se tornado tão real.

Quase ri do meu próprio pensamento. Não podia viajar muito e criar expectativas que mais tarde iriam desiludir-me. Não estava pronta para ter o coração quebrado. Não agora.

Quando abri os olhos e olhei ao redor, estava sozinha numa cama. A mesma que estava da primeira vez que cá estive. Senti o meu sangue ferver com a imagem de Haden me carregando até aqui. Ele é tão fofo comigo agora, que até parece obra da minha imaginação.

Levantei-me e olhei para a janela, onde um céu preenchido por estrelas fez-me sorrir.

Desviei o olhar e abri a porta do quarto para poder sair. Os meus pés descalços pisavam no piso gelado enquanto procurava por uma alma viva naquela casa.

A minha atenção se prendeu num quarto, onde a porta estava aberta e mesmo do lado de fora podia ver o interior.

E vi Luke dormindo na sua cama abraçado ao travesseiro na sua forma mais adorável. Ele deve ter voltado quando eu desmaiei por conta dos dedos mágicos de Haden o que era uma pena porque eu queria conversar com ele, mas faria isso amanhã.

Estou prestes a continuar o meu caminho até a sala da estar quando olho o lado esquerdo, também tem uma porta. Só que está entreaberta e não consigo segurar a curiosidade.

NeutroOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz