— Qual parte do eu sou lésbica você não entendeu, Lucas? LÉS-BI-CA!
Mariana responde com raiva e Lucas revira os olhos, eu apenas solto uma risada abafada.
Mari é linda, inteligente e muito estilosa, óbvio que estaria na lista de "quero pegar" do meu amigo. Além disso, nós três nos conhecíamos desde pequenos e Lucas nutre uma pequena paixão pela menina a partir dessa época. Então, por essa razão, ele não aceita o fato dela não gostar de homens.
— Sabe, Mari, você deve ser muito frustrada sexualmente. Se você me permitir...
— Lucas, chega de ser babaca por hoje — eu retruco.
Estávamos na casa do Lucas, na festa idiota e sem sentido que ele inventou.
— Não sei nem porque eu vim — diz Mari e se levanta. Eu repito seu ato e vou atrás dela, não antes de mandar um olhar repreendedor para Lucas que não entendeu.
— Mari?
Ela estava na cozinha enchendo seu copo com alguma bebida que eu não sabia identificar.
— Você está bem? — continuo.
— Você acha que eu ligo para as coisas que esse merda fala? — ela vira para me olhar — O problema é que ele tem esses seguidores que gostam de imitar tudo o que ele faz e propagam cada vez mais a homofobia. Isso sim eu me importo.
— Ok, chega de beber e vamos para casa.
Saímos sem nos despedir de Lucas ou qualquer outra pessoa e fomos para meu carro.
O início da adolescência teve uma grande importância para nós três e certamente para qualquer outra pessoa. Lucas se tornou vazio, Mari abriu sua sexualidade para o mundo e eu percebi que não tenho um lugar certo, apenas continuava ao lado do meu melhor amigo e acabei me distanciando mais de Mariana.
— Você está fazendo isso por vontade própria ou por que eu vou te ajudar com uma certa Violeta?
— Mari, você é minha amiga e agora quase minha irmã. Acha mesmo que é uma troca de interesse?
Ela não responde.
Hoje mais cedo a chamei para a festa de Lucas. Ela já tinha falado com Violeta, mas a mesma não deu atenção.
Eu queria Violeta na festa, porém acho que seria algo impossível visto que ela não se enturmou com ninguém.
Mesmo assim e sem gostar do anfitrião, Mari resolveu ir na festa para me acompanhar. Acho que ela tinha a plena consciência que eu só estava indo por obrigação e decidiu me ajudar a suportar a situação.
— Sabe, Theo, você é um bom moço.
Eu dou risada e estaciono. Deixo ela em seu novo quarto e vou para o meu.
Procuro Violeta no Facebook e no Instagram, sem sucesso. Ela não tem redes sociais? Não é possível.
Na verdade, bom para ela. Nos stories do Instagram apenas tinha vídeos e fotos da festa de Lucas, resolvo entrar no Twitter porque lá ninguém me conhece.
Alguma pessoa que eu sigo tinha dado RT em uma frase, entro na conta que é composta por trechos bonitos e tristes. Resolvo seguir para poder acompanhar mais.
Depois disso só me resta dormir e esperar o inferno vir ao meu encontro nos próximos dias.
Imaginei que Lucas não iria para a faculdade hoje e me enganei profundamente. Encontro ele no campus conversando com um dos meninos que eu mais odeio: Matheus.
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Por trás das névoas
Teen FictionQuantas névoas existem entre Theo e Violeta? Theo Ribeiro está cansado de ser denominado como badboy pelos corredores do campus de sua universidade. A questão é que essa coisa de várias festas não fazem parte dele, que troca tudo isso pela presença...