- Quer que eu te leve pra casa? -Perguntou, e eu assenti calçando o meu sapato.

Descemos as escadas, e eu estranhei que a Carol e nem os pais dele estavam em casa, mas não falei nada. Eu apenas entrei no carro, coloquei o cinto e fiquei calada. Não queria falar nada, e se eu falasse, eu iria chorar. Era dez da manhã ainda, então eu poderia ter a sorte de chegar em casa e Justin ainda estar dormindo.

- Você está bem? -Dylan quebrou o silêncio parando no sinal vermelho. Olhei o local que estávamos, e era quase na casa do Justin.

- Estou. É que eu estou pensando na desculpa para a bronca que vou levar da minha tia. -Falei sorrindo falso, e Dylan riu.

- Se quiser eu converso com ela. -Falou arrancando o carro.

- Não! Não precisa. Só vai piorar a situação.

- Ah, você quem sabe. -Disse, e sorriu.

- Pode parar aqui. -Falei assim que Dylan passou na esquina.

- Por quê? -Perguntei parando o carro.

- Minha tia, esqueceu? -Perguntei dando um beijo na bochecha dele. -Tchau, Dylan. Obrigada por ontem.

- Mais tarde eu te ligo para saber o que aconteceu. -Falou sorrindo, e eu sorri sem mostrar o dente saindo do carro.

Comecei a caminhar rápido ouvindo o barulho do meu salto batendo na calçada. Estava um sol um pouco quente, e havia pessoas andando pela calçada. Olhei pra trás vendo o Dylan saindo com o carro, e fiquei mais aliviada. Acelerei meus passos chegando no portão da grande mansão. Os seguranças abriram o portão pra mim, eu tirei o meu salto e comecei a andar para dentro da casa.

Entrei na sala vendo que tudo estava organizado. Parecia que não tinha acontecido nenhuma festa ontem, e nenhuma putaria. A mesa onde estavam a cocaína que aquela mulher cheirou estava limpa e até brilhando, o chão da sala não tinha mais nenhuma roupa das prostitutas, e nenhuma roupa dos meninos.

Respirei fundo sentindo os meus olhos se encherem de lágrimas de novo.

- Menina Barbara? -Ouvi a voz da Maria se aproximando de mim.

- Oi. -Falei tentando fingir que estava bem.

- Você está bem?

- Sim, eu estou bem. O Justin está em casa?

- Não. O patrão saiu daqui as oito da manhã. Achei estranho já que aconteceu aquela festa dele ontem, mas não disse nada. -Disse, e eu assenti subindo as escadas rapidamente. Eu precisava de um banho.

Assim que entrei no meu quarto, tirei a roupa e fui para o banheiro tomar um banho gelado. Eu precisava de um tempo de baixo do chuveiro para pensar em tudo que aconteceu, e em tudo que irá acontecer. Meus olhos se encheram de lágrimas só de lembrar daquela cena de ontem. Na minha garganta havia um nó enorme por querer ele comigo, e por saber que eu nunca teria. Eu nunca teria o Justin só pra mim.

Eu ainda tentava entender o porquê dele ter me ligado ontem. Ele com certeza estava drogado, ou bêbado, ou os dois juntos. Ele não se preocupava comigo, ele não se importava comigo ou com os meus sentimentos, e isso era o que mais me machucava.

Eu o amava, e isso nunca seria recíproco.

Funguei o nariz, e desliguei o chuveiro. Acho que fiquei tempo demais aqui. Me sequei, enrolei na toalha e sai do banheiro indo direto para o closet. Vesti um short, uma blusa simples, e fiz um rabo de cavalo em meu cabelo. Me olhei no espelho, e meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Respirei fundo, e sai do quarto para comer algo, não queria passar mal novamente.

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