Capítulo 30. De repente uma familia.

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— Cheguei! — A voz da Charlotte invadiu a casa.

— Tô aqui. — Avisei em alto tom para que ela pudesse me ouvir e localizar.

— O que está fazendo? — Ela se aproximou, me lançando um olhar enquanto franzia sua testa.

Ri baixo, mexendo uma das panelas que estava no fogo.

— O jantar. — Respondi e  a testa da morena se franziu ainda mais. — Não se preocupe, tive aulas de culinária.

A risada da morena ressoou pela cozinha seguida por uma breve crise de tosse.

— Que tipo de gripe é essa que nunca passa? — Questionei.

— Tô com a garganta seca. — Ela caminhou até a geladeira, agarrando uma garrafinha d'água.

— Então.. — Me encostei no balcão, a encarando — O quão a sério você leva suas regras?

— Eu sou bem rigorosa. — Disse firme.

Droga.

Engoli seco, enquanto pensava em uma forma de fugir do assunto que eu mesma trouxe à tona.

— Você gosta de macarrão à bolonhesa?

— Você abriu a porta, não foi? — Supôs, tomando um gole da sua água enquanto me encarava tranquilamente do outro lado do balcão.

Neguei com a cabeça.

— Achei que fosse você. — Antecipei, antes que levasse uma bronca. — Mas era o novo vizinho, ele até quis entrar, porém, só conversamos do lado de fora.

— O Callahan esteve aqui? — Ela levantou a sobrancelha.

— Na verdade, o Callahan mais novo.

— Ele tem irmão?

— Filho.

A expressão da Charlotte era de completa confusão nesse momento.

— Filho? — Ela repetiu, incrédula.

— Eu sei. Ele tem a minha idade e se chama Erich.

— Como isso é possível?

— Ah.. não é de todo estranho. O cara é rico e "famoso", talvez ele só não quisesse expor sua família.

— Como se as pessoas tivessem escolha hoje em dia. Só acho estranho ele de repente ter uma família. De qualquer forma, não é da nossa conta. — A morena se levantou e aproximou-se do fogão, analisando a comida — Quer ajuda?

— Afinal, não sou só eu a paranóica. — Gargalhei, negando com a cabeça enquanto desligava o fogo. — Está tudo pronto.

x☥x

Senti o celular vibrar embaixo das cobertas e instintivamente resmunguei, me perguntando quem seria àquela hora. Então com muito esforço, — pois a sonolência já tomava conta de mim — estiquei meu braço procurando "às cegas" pelo aparelho.

Você recebeu uma nova mensagem. Era o que estava estampado na tela.

Após abaixar o brilho do celular pois meus olhos já começavam a arder, pude ler a mensagem. Era do Erich e dizia:

WHO AM I?Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin