— Cheguei! — A voz da Charlotte invadiu a casa.
— Tô aqui. — Avisei em alto tom para que ela pudesse me ouvir e localizar.
— O que está fazendo? — Ela se aproximou, me lançando um olhar enquanto franzia sua testa.
Ri baixo, mexendo uma das panelas que estava no fogo.
— O jantar. — Respondi e a testa da morena se franziu ainda mais. — Não se preocupe, tive aulas de culinária.
A risada da morena ressoou pela cozinha seguida por uma breve crise de tosse.
— Que tipo de gripe é essa que nunca passa? — Questionei.
— Tô com a garganta seca. — Ela caminhou até a geladeira, agarrando uma garrafinha d'água.
— Então.. — Me encostei no balcão, a encarando — O quão a sério você leva suas regras?
— Eu sou bem rigorosa. — Disse firme.
Droga.
Engoli seco, enquanto pensava em uma forma de fugir do assunto que eu mesma trouxe à tona.
— Você gosta de macarrão à bolonhesa?
— Você abriu a porta, não foi? — Supôs, tomando um gole da sua água enquanto me encarava tranquilamente do outro lado do balcão.
Neguei com a cabeça.
— Achei que fosse você. — Antecipei, antes que levasse uma bronca. — Mas era o novo vizinho, ele até quis entrar, porém, só conversamos do lado de fora.
— O Callahan esteve aqui? — Ela levantou a sobrancelha.
— Na verdade, o Callahan mais novo.
— Ele tem irmão?
— Filho.
A expressão da Charlotte era de completa confusão nesse momento.
— Filho? — Ela repetiu, incrédula.
— Eu sei. Ele tem a minha idade e se chama Erich.
— Como isso é possível?
— Ah.. não é de todo estranho. O cara é rico e "famoso", talvez ele só não quisesse expor sua família.
— Como se as pessoas tivessem escolha hoje em dia. Só acho estranho ele de repente ter uma família. De qualquer forma, não é da nossa conta. — A morena se levantou e aproximou-se do fogão, analisando a comida — Quer ajuda?
— Afinal, não sou só eu a paranóica. — Gargalhei, negando com a cabeça enquanto desligava o fogo. — Está tudo pronto.
x☥x
Senti o celular vibrar embaixo das cobertas e instintivamente resmunguei, me perguntando quem seria àquela hora. Então com muito esforço, — pois a sonolência já tomava conta de mim — estiquei meu braço procurando "às cegas" pelo aparelho.
Você recebeu uma nova mensagem. Era o que estava estampado na tela.
Após abaixar o brilho do celular pois meus olhos já começavam a arder, pude ler a mensagem. Era do Erich e dizia:
ŞİMDİ OKUDUĞUN
WHO AM I?
Hayran Kurgu"A partir daquele momento, eu me tornei o que escreveram de mim." Who am I é sequência de The box e ICN. Leia para melhor compreensão. Who am I © 2017 Srtagotica. All rights reserved.