Hurt

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A gente estava lá. Eu, Dinah e Camila, as duas últimas não paravam de conversar por um segundo. Eu estava apenas preocupada em cumprir todas as promessas que tinha feito a Dinah antes de vir para este lugar. Respirei, contei até três. "Vai Lauren, você consegue".

A casa da fraternidade era enorme e tinham muitas pessoas naquele lugar, minha única certeza era que nós éramos as mais novas dali. Eu tinha uma leve (talvez não tão leve assim) queda por homens mais velhos, então aquela seria a minha chance de tentar me afastar de tudo o que eu me mantive presa. Seria, se eu não tivesse levado a minha jaula junto comigo para aquele lugar.

- Nós vamos pegar alguma coisa para beber, você vem? - Dinah gritou alto para que eu ouvisse, a música do ambiente não era nada baixa. 

- Não, eu estou bem. - Antes que eu terminasse a frase Camila virou incrédula. - O que? - Sorri fraco.

- Lauren Jauregui não vai beber? - Ela se mantinha boquiaberta enquanto eu ria. 

- Eu estou bem Mila, pode ir. 

A garota se afastou junto com a minha melhor amiga. Fiquei no mesmo lugar batendo os pés e me esquivando de homens bêbados demais até avistar do outro lado da grande sala um sofá enorme, que aparentava ter um espaço vazio. Fui o mais rápido que pude até o outro lado mas seria impossível contar em quantos corpos esbarrei para conseguir chegar lá. Tinha um único espaço vago e eu me sentei, do meu lado um casal se pegava tão forte que eu não duvidaria se alguém dissesse que eles estavam transando, mas a luz não ajudava a analisar a cena, então apenas rezei para que nada de nojento acontecesse. Eu continuei ali e sempre que tocava alguma música conhecida eu batucava ela nas minhas coxas enquanto cantarolava, mas tinham muitas músicas que eu nunca tinha ouvido. Eu estava me convencendo de levantar para procurar o banheiro, não porque eu estava com vontade mas porque o tédio tinha me consumido, quando um garoto alto e de cabelos crespos sentou do meu lado - do lado esquerdo, o casal continuava firme no direito.

- Eu posso dizer que você não devia estar aqui. - Ele falou enquanto dava um sorriso de lado que mostrava seus dentes extremamente brancos.

- Oi. - Sorri. Eu odiava começo de conversas. - Eu provavelmente não devia.

- Você é menor, certo? 

- Certo. - Eu poderia mentir minha idade, mas nem bebendo eu estava, o que ele podia fazer?

- Você deveria tentar esconder isso na verdade. - Ele continuava sorrindo mesmo falando, eu estava hipnotizada. - Eu posso ser alguém responsável e simplesmente te fazer sair daqui.

- Você está aqui. - Retruquei agora também com um sorriso no rosto. - Não deve ser alguém responsável.

- Michael. - Ele esticou a mão e eu apertei mais por reflexo do que por qualquer outra coisa. - Mas a maioria aqui me chama de Professor Jordan. - Eu gargalhei soltando a mão dele. - Eu não estou brincando.

- Para. - Me virei olhando o resto da festa, ninguém ali parecia incomodado com a presença dele. - Primeiro que um professor numa festa não seria despercebido desse jeito. - Ele ergueu a sobrancelha e eu continuei mais rápido do que ele. - E, segundo, você deve ter o que? Uns 20 anos.

- As pessoas gostam de mim. - Ele ria alto fazendo o oculos que estava no seu rosto balançar. - E você realmente acha que eu tenho 20 anos?

- Ok, 25 talvez, mas ninguém é professor universitário com 25 anos.

- Realmente, você tem um ponto. - Ele enfiou a mão no bolso do jeans rasgado que ele vestia. - Eu me formei com 24, terminei minha pós com 25 e o meu mestrado com 28, se tudo ocorrer conforme planejamos ano que vem eu concluo meu doutorado.

ImpossibleWhere stories live. Discover now