Nunca foi tão bom realmente chegar em casa.
Ao passar pela porta, mamãe segue para a cozinha, deixando-me sozinho com Noora.
— Mudou a cor da parede. — Noora encara a parede da sala. — Costumava ser azul céu.
— O meu pai disse que tons terrosos são a última moda parisiense. — mantenho meus olhos fixos nos dela, avaliando-a.
— São tons feios. — ela responde, depois fecha os olhos e faz careta. — Não que a sua parede esteja feia, eu só acho que...
— Está tudo bem, eu também odeio essa cor. — me acomodo no sofá, gemendo de dor ao sentir as costas latejarem. — Pensei que se orgulhasse por ser sincera, Noora.
— E eu me orgulho. — ela franze o cenho.
— Então por que quase mentiu sobre a parede?
— Por medo de errar com você... de novo.
Olhando-a ali, parada, encolhida como se a vergonha a estivesse rodeando, eu soube que Noora Callahan era a peça principal do meu quebra cabeça da felicidade, e que minha vida nunca seria a mesma se ela não estivesse por perto.
— Me senti abandonado. — pigarreio.
— Eu sei.
— Você adoeceu, depois não nos falamos direito. — estalo a língua no céu da boca.
— Queria tomar sorvete com você de novo. — ela sussurra. — Como naquele dia.
— Não. — esfrego as mãos, num ato frustrante. — Eu teria beijado você.
Escutar tais palavras saírem de minha boca foi demais para mim, e para ela também, aparentemente. Noora me encarou, chocada, com os olhos castanhos arregalados.
— Teria?
— Você entreabriu os lábios. — digo, como se fosse óbvio. — Pensei que este fosse o sinal.
— Não foi proposital, Cents.
Só notei que sentia falta deste apelido bobo ao ouvi-la me chamar por ele.
Maldição!
Eu senti muita falta dessa garota.— Teria sido o meu primeiro beijo. — meu rosto se contorce numa careta. — Acho que não teria sido bom, e que eu teria beijado seu nariz, assim como quando beijei Virgínia.
— Você beijou ela? — Noora Callahan marcha em minha direção, furiosa, e me soca o ombro com toda a sua força.
Doeu!
— Ficou louca? — sussurro. — Eu levei uma baita surra hoje e...
— Merece levar outra! — ela exclama. — Tudo não passou de uma aposta, Vince. — ela se senta ao meu lado e esconde o rosto por entre as mãos. — Florence convenceu Virgínia a te beijar, e ainda disse para todo mundo que você é virgem.
— Bom, ela não mentiu. — sorrio forçado. — Estou esgotado, Noora. Não tenho forças nem mesmo para me sentir magoado. Além do mais, foi só um beijo, e foi o momento mais constrangedor da minha vida.
— Por quê? — ela também sussurra e desvia o olhar rapidamente para a porta da cozinha. Acho que está com medo de que minha mãe apareça.
O olhar de Noora cai sobre o tapete, e ela parece terrivelmente incomodada. Seus punhos estão cerrados e seu pé balança incontrolavelmente.
— Ela estava de roupão quando cheguei, e tenho a impressão de que Virgínia não queria apenas me beijar. — seu desconforto parece aumentar. — Bati meus dentes nos dela e...
— Pare. — ela sibila.
— Beijei o nariz dela pouco antes de alcançar sua boca.
— Por favor, pare com isso. — Noora se cala por alguns segundos. — Por que, Vince?
— Ora, Noora! — perco a paciência. — Eu já te disse o porquê.
— Não é isso, idiota! — ela pragueja. — Por que beijou ela quando teve a chance, mas não fez o mesmo comigo quando o meu sorvete caiu?
— Porque você é minha melhor amiga. — digo. — Você era minha melhor amiga. — corrijo.
— E o que eu sou agora?
— O que você quer ser agora? — rebato a pergunta.
— Eu quero...
E ai, homeboy family? Tudo beleza? Eu espero que sim!
• O que acharam do capítulo de hoje?
• O que será que Noora vai dizer?
• Vocês já se sentiram ou foram, de fato, abandonadxs por algum amigx?
Gostaria de me desculpar por não conseguir responder a todos os comentários. Ultimamente, o Wattpad não tem me ajudado muito. Pelo contrário! Às vezes entro e os livros não aparecem, às vezes os comentários se misturam, às vezes eu tento responder mil e uma vezes, mas simplesmente não dá certo, e isso me desmotiva pra caramba.
De qualquer forma, pretendo concluir este livro, e não vai ser uns bugs estranhos que vão me impedir.
Zapeando pelo Pinterest, encontrei esta imagem e pensei no Doug na hora. O que acham?
E quanto à esta aqui? Na minha opinião, Virgínia Prums tem potencial.
YOU ARE READING
Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).
Teen FictionNo mundo de Vincent, apenas três coisas realmente importam: Florence, Florence e Florence. Ainda quando é dia e seus olhos permanecem abertos, o garoto sonha com o momento em que a belíssima jovem lhe dará a atenção que tanto deseja. Com o cair da...
Reatando laços.
Start from the beginning