Capítulo 28-Descobertas

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"Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas. O problema é descobri-las".

(Galileu Galilei)


Luna

Acordo com Rigo lambendo meus dedos das mãos. Provavelmente está com fome. Levanto e dou bom dia para minha bolinha de pelos que responde querendo lamber meu nariz me fazendo rir.

Depois de tomar banho e fazer minha higiene ponho meu ropão e saio do banheiro, tomo um susto com o belo e muito sexy homem sentando na minha cama.

As coisas não terminaram bem ontem, apesar de ter sido um dia lindo e incrivelmente renovador.

Nossas brigas sempre me deixam mal, e para piorar teve aquela maldita ligação do tal Pepê. Mas, Ricco não parece muito melhor que eu. Está com olheiras e parece cansado.

Sinto uma imensa vontade de passar as mãos em seus cabelos ainda molhados do banho, roçar meu rosto em sua barba por fazer, beijá-lo até que meus lábios fiquem inchados.

É tão estranho que a pessoa mais importante da sua vida seja exatamente aquela com quem você mais discute e discorda. Somos opostos para tantas coisas, mas ainda sim temos tanto em comum. Por vezes olho para o Ricco e me vejo nele, é uma sensação estranha, mas familiar.

Seus olhos tornam-se escuros enquanto me avalia com desejo, saudade me atinge em cheio, o que eu não daria para ser jogada nessa cama e ter meu ropão arrancado por ele, mas lembro-me de tudo o que disse e isso é mais combustível para minha raiva.

– Vai dizer algo, ou apenas vai ficar me olhando? – digo indo em direção ao closet.

– Estou avaliando os riscos que corro. – ele devolve, me fazendo rir secretamente enquanto me afasto.

– Será que eu não posso nem ficar chateada com você? Precisa mesmo fazer gracinhas quando você é a última pessoa que eu quero ver? – grito do closet vestindo minha roupa.

Quando volto ele está com Rigo em seu colo acariciando sua cabeça, sinto inveja do meu cachorro e o chamo de traidor internamente.

– Então. Já avaliou os riscos? Ou está com medo de mim Ricco Calazans?

– Avaliei que todas as suas frases foram interrogativas. Isso é intencional? Vamos tentar um diálogo normal ou jogar "só perguntas"?

Mordo o canto interno da boca para não rir na frente dele.

– Ok. Só que preciso de café. Assim será mais fácil lidar com você com o humor que estou.

Seguimos para a porta e Ricco olha para o criado mudo e franze o cenho quando lê o título do livro que estou lendo atualmente.

– "Você não é tão bonito quanto pensa". Isso é sério?

– É autoajuda.

– Um livro de autoajuda para ser menos narcisista?– inquire boquiaberto.

– Não, idiota. Não é para esse tipo de ajuda. É para pessoas que... Ah! Deixa pra lá. Vamos tomar café.

– Devo me preocupar?

– É claro que não. O livro vai bem mais fundo que a beleza exterior. Ele trata de pessoas que se julgam seres humanos lindos interiormente apenas pelo fato de fazerem o bem de alguma forma.

– Tuuudo bem. Vamos. O café vai esfriar.

Vejo a mesa posta quando entramos na sala, ele deve ter acordado há bastante tempo, isso ou ele comprou tudo. A mesa está farta com tudo que eu amo no café da manhã.

Ele Vai Ser MeuWhere stories live. Discover now