Capítulo 8-Banho de mar

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"Autores são atores. Livros são teatros."

(Wallace Stevens)

Luna

Espero não me arrepender disso. Mas não posso ir adiante com algo que irá prejudicar a vida do Ricco. Eu nunca iria me perdoar por destruir a imagem de alguém que só fez o bem, no momento que mais precisei.

– Você terá que retirar a queixa agora. E caso continue fazendo essa imundície com as mulheres, eu vou arrumar provas cabíveis e irrefutáveis contra você. E não terá uma pessoa nessa terra que vá te livrar disso.

– Ótimo. Foi um prazer imenso fazer negócio com você. Mas caso você mude de ideia, eu saberei imediatamente. – Pedro muda o tom de comemoração para algo sombrio.

– Vamos entrar para você retirar a queixa. Mas aconselho não sorrir ou falar gracinhas na frente da Jô. – sorri com um olhar divertido enquanto sinaliza para um de seus seguranças.

Quando entro na delegacia, estão todos me procurando. Jô parte pra cima de Pedro, o segurança dele impede o soco que ela iria dar. Ricco e Henrique olham-me cheios de perguntas não pronunciadas.

– Vamos embora? – digo olhando cada um.

– Você tá louca Luna, esse cara tem que pagar – minha amiga esbraveja.

– Ele vai retirar a queixa. Foi tudo um mal entendido. Não é Pedro? – fuzilo-o com o olhar.

– Sim claro. Vou retirar imediatamente. – sorri e caminha para a sala onde vejo o delegado o cumprimentar e puxar a cadeira para que ele se sente.

Não há mais dúvida, o delegado é um dos "amigos" que o filho da trevas falou. Caminho em direção à saída, quando estou fora sinto uma enorme mão segurando meu braço.

– O que houve? Onde está o discurso de covardia e que mulheres não podem mais passar por isso? – Ricco pergunta com raiva.

– Ele tem todos nas mãos. O delegado, juiz, todos. Não iria adiantar nada, isso só iria acabar com... – pauso imediatamente. Não quero que saiba que fiz isso por ele. – Com a minha vida. Meus chefes veriam nos jornais e eu seria despedida.

– Eu resolvi vir porque você mostrou que se importa com outras pessoas além de você. E agora diz que não quer acabar com a sua vida?

– É. Não vale a pena.

Eres como todas las mujeres. A bondade e honestidade tem um limite. Vocês são muy buenas e altruístas, até que sejam afetadas. Porque nesse momento vocês agem apenas com a natureza egoísta que possuem. – esbraveja fazendo assim com que eu transborde de raiva, alternando entre os idiomas sem saber que entendo o que diz.

Y tu, eres un pene en culo! –arregala os olhos, não tenho certeza se é por eu saber seu idioma ou pelo o que eu disse.

– Boa tarde. Llena.

– É a VOVOZINHA. – berro para as suas costas enquanto se afasta.

Jô me abraça e diz que precisamos conversar. Balanço a cabeça concordando.

– Estou ouvindo coisas, ou você acaba de chamar Ricco Calazans de pau no cu? – sorrio para a expressão de desacreditada que ela faz.

– Ele mereceu. – falo e ela afirma com a cabeça.

Volto para a delegacia para confirmar se o panaca cumpriu com a sua palavra. Henrique confirma que a queixa foi retirada. E o canalha tem a pachorra de falar comigo.

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