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Minha cabeça latejava com a dor que me despertara, eu ainda me sentia zonza e minha boca estava dolorida. O lençol macio roçava no meu braço descoberto e quando abri os olhos, fico incomodada pela luz em meus olhos. Pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade, passando o olhar pelo cômodo.

Sentei-me velozmente na cama de casal.

Como aquilo era possível? 

Eu estava no meu quarto.

Entretanto, sentia uma estranheza nele, porque por mais que fosse meu quarto, algo me dizia que não era ele. Saindo da cama, o carpete fez cócegas nos meus pés descalços. Eu olhava em volta, tentando encontrar algo de diferente. O meu coração batia como louco em meu peito com as lembranças da minha luta para fugir de Charlie.

A porta à minha frente. Era ela a diferença que meu subconsciente procurava. A cama estava de frente para ela e no meu quarto verdadeiro ela ficava à esquerda da cama.

Apressadamente corri até a porta e comecei a bater nela tentando abri, gritando por Charlie para me tirar dali. Eu estava ficando sem voz, a palma da minha mão ardia com as batidas fortes.

— Charlie! — Gritei. — Me tira daqui agora mesmo. — Continuei com os murros na porta. — Charlie?

Eu estava ofegante, o meu peito subia e descia rápido. O suor se formava em minha testa. Eu só queria sair de lá. Corri até um segundo cômodo que descobri no segundo seguinte ser o banheiro... o meu banheiro. Ele era idêntico ao da mansão e cada detalhe me assustava ainda mais.

O quarto era do mesmo tamanho, da mesma cor. Os quadros que eu havia tirado do meu verdadeiro quarto estavam lá, enfeitando as paredes. A cortina branca com pano leve caia ao lado e no momento que abri a mesma, encontrei a parede branca.

— Deus... — Eu tentava controlar meu desespero. — Socorro!

Gritei na esperança de que fosse ouvida por alguém. Meu estômago embrulhava causando uma ânsia de vômito que tentei segurar, mas chegou um momento que não consegui mais. Corri para o banheiro, colocando tudo para fora. Não sabia por quantos minutos fiquei ajoelhada diante daquele vaso, porém, quando me levantei, senti-me um pouco melhor.

Estava lavando a boca no momento em que houve um clique e o ranger da porta se abrindo. O meu corpo paralisou, o sangue pareceu congelar em minhas veias. Eu olhava para a porta aberta do banheiro e me perguntava se deveria ou não sair.

Respirando fundo, dei um passo à frente. Tateei meu pescoço à procura do colar de Fênix e agradeci internamente por ele ainda estar comigo. Me sentiria mais segura. Agarrei com força o pingente e dei o segundo passo.

Na hora em que cheguei no quarto, meus olhos se abriram esbugalhados com a imagem do homem parado na entrada. Ele estava usando preto e uma máscara branca que cobria todo o seu rosto.

Eu via os seus olhos escuros fixos nos meus, e eles me causavam calafrios. Eu não conseguia entender porque Charlie usava uma máscara se eu já conhecia seu rosto. Ele deu um passo à frente me obrigando a recuar com medo.

— Olá, Sophie, como se sente? — Disse ele, a voz estava abafada pela máscara.

Ele parecia tão calmo apesar da respiração rápida.

— O que você quer comigo? — Finalmente consegui falar. — Charlie, por que está fazendo isso?

Ele nada falou, permaneceu parado no mesmo lugar com os olhos em mim, me analisando de cima a baixo. Minutos depois, ele se aproximou e eu recuava a cada passo seu. Meu corpo se chocou com a parede, as lágrimas começaram a rolar quando ele ficou a poucos centímetros de mim e tocou minha pele causando-me calafrios.

Desejo ObsessivoWhere stories live. Discover now