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"Cuidado! Ele está observando você."





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O meu sono sagrado foi interrompido naquela manhã com as batidas frenéticas em minha porta, eu cobri o rosto com o travesseiro e implorei internamente para que as batidas cessassem e eu pudesse voltar a dormir.

Pedido negado.

As batidas continuaram.

— Sophie, levanta!

O meu irmão, Nate, era quem estava do outro lado.

— Mamãe está nos esperando no andar de baixo. — A voz dele parecia rouca. Provavelmente ele também foi acordado. — Ela disse que precisa falar com a gente.

Sentei-me na cama, os olhos ainda fechados. Eu estava tão cansada. As ultimas semanas da faculdade são tão puxadas. Bruno, meu melhor amigo, e eu ficamos até tarde editando as fotos de um ensaio fotográfico que fizemos para nosso trabalho.

— É obrigatório?

A risada de Nate foi a resposta que eu não estava esperando. Sim, era obrigatória.

— Você tem cinco minutos. — Nate se afastou da porta.

Ainda sonolenta sai da cama e pisquei algumas vezes para despertar-me do sono insistente. Olhei para minha cama e desejei poder voltar para ela, mas sabia que não poderia.

Eu só queria poder dormir um pouco mais. Era pedir demais?

Não passava dez da manhã. Olhei-me no espelho e eu estava péssima com aquelas olheiras fundas e rosto cansado. Após escovar os dentes e jogar uma generosa quantidade de água gelada em meu rosto, para despertar-me, desci para o andar debaixo.

Os meus pais, juntamente com meu irmão que estava no sofá com os olhos fechados, estavam à minha espera na sala. Me aconcheguei ao lado de Nate e olhei para ele, que deu de ombros. Nossa mãe parecia inquieta naquela manhã, eu sabia que tinha algo que estava lhe incomodando pela forma que ela apertava as mãos uma na outra e depois mexia no cabelo.

— Uma hora depois... — Falou minha mãe com um tom aborrecido e sarcástico.

— Eu estou aqui, não estou?!

— Sophie.

Papai me olhou, repreendendo meu ato sem maldade. Eu não queria parecer grossa, mas pelo visto, fui.

— Desculpe, mãe!

— Por que nos chamou com tanta urgência? — Perguntou Nate.

Ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro, os ombros tensos e o olhar em alerta. Aquilo estava começando a me preocupar.

— Seus avós estão vindo para Los Angeles. — Papai falou no lugar dela.

Nathaniel e eu nos entreolhamos e era visível o alívio que se apoderou de nossos corpos. Da última vez que ela nos chamou com urgência dessa forma e ficou tão tensa foi quando ela nos contou que poderia estar com câncer de mama. Isso foi há sete anos. Meus irmãos e eu fomos muito mal nos estudos naquele ano.

— Eles vão passar alguns dias aqui.

— Aqui? — Olhei para meu pai.

— Na nossa casa? — Acrescentou Nate.

Já fazia dois anos que nós não víamos nossos avós maternos e apesar de amá-los com todo o meu coração e estar ansiosa para vê-los depois de tanto tempo, não conseguíamos evitar a pontada de preocupação que a presença deles nos causava, principalmente por causa da mamãe.

Desejo ObsessivoWhere stories live. Discover now