– Torre? – estranhou ela, principalmente quando Happy riu de leve e continuou caminhando – Você não vai me levar para a mansão?

– Não vou estragar a surpresa. 

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Happy poderia ter descido para o estacionamento, mas ele optou por parar na área de embarque e desembarque na frente da torre, satisfeito ao ver uma Avril completamente surpresa descer do carro quando ele lhe abrira a porta. Ela mal conseguia contar quantos andares aquele prédio devia ter.

– Isso é tão... 

– Alto? – sugeriu Happy, sinalizando para que ela entrasse no prédio.

– A cara do meu pai. 

Happy a guiou até o elevador, onde ele disse que ali ela teria um guia mais adequado. Sem entender, Avril apenas apertou o botão para chamar o elevador e entrou, ouvindo logo em seguida uma voz conhecida dizer "bom dia, Srtª Stark".

– J.A.R.V.I.S.! Querido, senti sua falta! – exclamou ela rindo. 

– Posso dizer que também senti sua falta, senhorita.

– Tony tirou a modificação que eu tinha feito no seu sistema, não é? Você tinha aprendido a me chamar de Avril – resmungou a garota – Vai ter que ser do jeito clássico mesmo. Não me chame de Srtª Stark e diga que também sentiu minha falta.

Também senti sua falta, Srtª Stark.

– J.A.R.V.I.S., qual é! – insistiu ela – Não é um nome difícil. 

Seu nome não é difícil, Srtª Stark.

Antes que Avril pudesse continuar sua pequena discussão com J.A.R.V.I.S., a porta do elevador se abriu revelando uma mulher ruiva com roupas impecáveis, com uma prancheta nos braços e olhos claros.

Não fazia tanto tempo que vira Pepper, mas quando seus olhos escuros se encontraram com os dela, foi como se os anos que ela passara longe de Tony ela também tivesse passado longe da ruiva.

– Oi, mamãe – sussurrou Avril, sentindo o ar lhe fugir quando Pepper a abraçou – Você me chamou aqui para me matar sufocada com um abraço?

Pepper riu enquanto se afastava. Aquela garota não mudaria nunca. 

– Estou abraçando o que seu pai não vai abraçar – explicou a ruiva, fazendo a garota revirar os olhos – Vem, ele está te esperando.

A sala em que Tony estava era ampla, quase toda aberta com vidros, dando uma visão privilegiada da silhueta da cidade. Avril poderia passar o resto da sua vida ali, observando as estrelas à noite. Tony estava em pé perto da janela, com seu já comum copo com alguma bebida em mãos. Ele não se assustara muito quando vira Avril. Já havia se acostumado com a ideia de que sua filha estava crescida. 

– Olá, Avril – disse o homem simplesmente, acenando para a filha – Aceita um drink?

– Talvez mais tarde – disse ela, seu olhar desconfiado em nenhum momento deixando a figura de seu pai – Tem certeza que Tony não está mesmo morrendo, Pepper? 

Tony revirou os olhos.

– Bom, a viagem foi longa. Depois conversamos mais – murmurou ela, já começando a recuar. 

– Nós conversaremos ou você falará comigo pela Pepper? – perguntou Tony, ouvindo a filha dizer "talvez" antes de retornar para o elevador. Pepper, por sua vez, esperara o elevador se fechar para permitir que seu sorriso rapidamente sumisse de seu rosto, se virando para Tony com ambas as mãos na cintura. Ele erguera as mãos em sinal de rendição – Eu estou me comportando, nem vem.

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