Batimentos

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P.O.V Jonathan

Bruna estava demorando pra voltar e a cada minuto que passa mais minhas paranóias atacam.

O clima no tribunal está estranho, os advogados perceberam a ausência do empresário e da Bruna, testemunha do Leonardo, e a minha presença deixou eles desconfiados.

Agora falta pouco para o juiz entrar mas não posso ficar parado enquanto ela está com aquele cara bizarro.

Eu preciso procurar ela, mas onde ela pode estar?

Jonathan: Cara, eu preciso ir. - aviso Leonardo do meu lado.

Leonardo: Vai ir atrás dela, não vai?

Jonathan: Só vou ver se está tudo certo.

Leonardo: Tudo bem, você já demorou até demais.

Assenti e sai da sala de audiência.

No corredor, olhei em volta e estava vazio, não havia ninguém.

Revisei o local e me ocorreu várias coisas como ele ter se mandado com a Bruna ou ter encurralado ela no banheiro feminino. É! Eu preciso conferir no banheiro.

Corri até o banheiro feminino e estava prestes a entrar quando escutei uma conversa soando do banheiro masculino.

- Estou te dando a chance de sair dessa, me solta agora. - era a voz da Bruna!

- Ah garotinha, não seja boba! Você vai gostar, mas pode fingir que não, eu não me importo.

Entro no banheiro fervendo em fúria e jogo o desgraçado pra longe da Bruna. Eu não conseguia acreditar no que acabei de escutar.

Ela olha pra mim surpresa, mas cheia de medo nos olhos.

Jonathan: O que você disse, cara? - digo tentando controlar minha vontade de socar a cara dele, eu sei que se eu fizesse algo pioraria tudo pro Leonardo.

- Você armou pra mim, Bruna? - o cara pergunta rindo, naipe de maluco.

Ela não respondeu, estava em choque.

- Você. - diz olhando pra mim. - Você já estragou meus planos uma vez. Se retire.

Jonathan: Você é mesmo idiota, se retire você se não quiser que eu te mate. - digo furioso e ele ri me provocando.

- Essa mania de se meter vai acabar te matando garoto.

Jonathan: Mandei você ir embora, ela é minha namorada!

- Mentiroso, faz tempo que não a vejo com você... Isso é mentira não é Bruna? Você é minha, não é?

Bruna: Eu nunca fui sua. Você é louco! - o cara me olha com ódio. - Mas também não sou a namorada dele.

Por enquanto.

- Tudo bem, que bom. Nós podemos consertar isso. Você ainda pode ser minha. Tudo vai dar... - ele fala rápido, parecendo nervoso, mas se interrompe. - Onde você estava na noite passada Bruna?

Bruna: O-o quê? - ela foi pega de surpresa.

Não estou entendendo nada, esse cara parece ter fugido de um hospício e é claro que ele vai surtar se descobrir que a Bruna dormiu comigo ontem.

- Na noite passada, você não dormiu em casa, onde você estava?

Bruna: E-eu...

É então que o cara lança uma pistola da barra da calça. Dou um passo para trás e me ponho na frente da Bruna na tentativa de protege-la.
Mas ele aponta a arma pra mim.

- Você estava com ele não é?

Bruna: Não! Se acalma, podemos conversar... eu fui dormir na casa da Bianca depois de um baile. Não foi nada demais. - sua fala está trêmula por conta do nervosismo e nada convincente.

- Mentira! Eu fiquei de prontidão na sua casa e essa sua amiga chegou de madrugada com o seu irmão. - esse cara é doente!

Bruna: Eu quis dizer Zoey.

Durante o diálogo dos dois, algo aconteceu que nenhum dos dois percebeu, apenas eu.

A porta do banheiro se abriu uma fresta e pude ver metade do rosto do Leonardo.
Fiz sinal para que ele não entrasse, um sinal bem discreto já que meus anos de amizade com ele nos fez criar nossa própria linguagem de sinais.
Escondi os lábios, ato que significa um "não" ou um "pare bem aí" bastante usado quando eu queria que ele não falasse algo que não deveria para a minha mãe. Eu sabia que ele entenderia.

Ele ficou apenas analisando a situação e eu não fiquei encarando para não dar bobeira, a sorte foi que a minha posição tampava a visão da porta no espelho.

- Ah Bruna... Nós podemos recomeçar, esquecer isso tudo, eu mato esse pivete e fugimos juntos. Pra bem longe, ninguém nunca vai nos achar.

Jonathan: Você não vai tocar nela! - falo decidido encarando ele.

- CALA A BOCA! - se aproxima de mim quase encostando a arma no meu rosto.

Bruna: NÃO FAZ ISSO! - grita apavorada e toco na sua mão discretamente. - Se fizer isso eu nunca vou te perdoar, você nunca vai poder me ter.

- Por quê se importa tanto com ele? Nós só vamos ser felizes quando ele se for. Ele precisa morrer! - diz decidido.

Os próximos momentos aconteceram em segundos porém vi tudo acontecer em câmera lenta.

O dedo no gatinho, o grito da Bruna, tudo passou como um flashe. Seria assim o fim da minha vida? Só consegui pensar na Bruna e então fechei os olhos, esperando o tiro me atingir.

E escutei o som, o som do tiro, mas não senti nada.
Me ocorreu ter acertado a Bruna e um pavor me tomou, abri os olhos com medo e olhei em volta.

O cara estava no chão, Leonardo em cima dele e com controle sobre a arma.

Olhei pra Bruna, ela em choque e tremendo, mas bem. Olhei para o espelho, onde o tiro acertou bem a minha cabeça, no reflexo.

P.O.V Bruna

Thomas: Por quê se importa tanto com ele? Nós só vamos ser felizes quando ele se for. Ele precisa morrer!

Bruna: NÃO!

Eu vi tudo, vi Thomas botar o dedo no gatilho e em seguida atirar, vi também no mesmo instante o Leonardo surgir e empurrar ele pra longe.

Vi a bala... vi a bala atingir o espelho. Graças ao Leonardo.

Dez centímetros para o lado e a bala teria acertado o Jonathan...

Então tudo ficou silencioso e eu só conseguia escutar o som dos meus batimentos acelerados. Mas estava muito afim de escutar os batimentos de outra pessoa...

Segurei o braço do Jonathan, meio sem direção, e ele entendeu o recado. Me abraçou com toda força que podia. Minha cabeça no peito dele, pude então escutar os batimentos de seu coração inquieto.

Policiais entram no local, atraídos pelo barulho do tiro.

Bruna: Jonathan? - chamei baixinho, ainda abraçando ele.

Jonathan: Estou aqui, tudo bem.

Bruna: Me desculpa... Você tinha razão.

Jonathan: Ta tudo bem agora, não se preocupe com nada.

Bruna: Obrigada por estar bem... eu não sei o que faria se algo acontecesse com você.

Jonathan: Também preciso te dizer algo importante.

Bruna: O quê?

















Jonathan: Eu te amo, Bruna.

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O Idiota Do Meu Melhor Amigo {Finalizado Em Edição}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora