Capítulo 14

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Longe dos olhares de todos que estão prestando atenção em alguma piada que meu pai esta contando. Pego um copo bem cheio, da bebida mais forte que encontro e viro tudo de uma vez. Se aquele garoto acha que vai acabar com a minha noite, ele está muito enganado. Eu vou me divertir muito, comer muito e beber muito. Ao final da noite pode ter uma adaga no meu peito, mas pelo menos eu irei aproveitar. Quando o amargo da bebida começa a descer pela minha garganta, preciso levantar a cabeça para não vomitar.

- Não é tão ruim assim - Termino de falar e faço uma careta, botando a língua para fora e balançando a cabeça. Isso é horrível, como tem gente que bebe tanto isso que fica bêbado? Mas como eu não quero saber, encho o copo até a boca novamente e encho minha mão com alguns aperitivos saborosos.

Olho para os lados para ver se ninguém me observa e não, ninguém. Até quem deveria estar de olho em mim a noite toda, parece estar em uma conversa muito animada com a cabelo de palha da Astrid. Sigo até meu refúgio para me livrar de todos os pensamentos negativos. Olha eu, fugindo da minha própria festa.

Sento num monte de feno e fico olhando a escura floresta. Os sons vindo dela e a noite estrelada, deixa meu refúgio, atrás da casinha do Angus, mais agradável ainda. Bebo mais um gole, logo como os aperitivos e por fim termino de beber e comer tudo. Parece que agora consigo pensar mais claramente nas coisas. E pensando bem, o Gabriel está aqui, pode até ser bom.

Quando ele for atrás de mim, para me matar. Eu finjo que estou bêbada, o que não seria muita mentira, visto o que tenho em mente fazer. Só posso estar bêbada mesmo, eu nunca faria isso normal ou pensaria. Eu beijo ele e acabo a maldição do azar, quando ele ficar confuso pelo que eu fiz ou eu corro, ou eu grito e sou salva pelos habitantes aqui presentes. Perfeito, esse plano é muito ... ridículo.

- Eca - Exclamo alto e recosto relaxadamente na parede. Eu nunca vou beijar aquele garoto que quer me matar. Estou meio bêbada, mas não a ponto de fazer essa loucura.

Balanço a cabeça e fico de pé, mas ao fazer isso dou uma desequilibrada e logo sou amparada, por braços fortes. Levanto a cabeça e arregalo os olhos ao constatar o rosto a minha frente, que ainda mantém os braços ao redor de minha cintura. E novamente, minhas mãos começam a tremer de leve. É tão mais fácil pensar nas coisas, no real é bem tenso e medonho.

- Vejo que meu trabalho vai ser mais fácil ainda - Ele diz e eu tento me separar, mas ele apertar seus braços ao meu redor, me machucando um pouco e ele logo me encosta na parede. Bufo e desisto totalmente de tentar fugir - Você fica bem quietinha quando está meio alta hein - Ele fala e simplesmente reviro os olhos.

Eu acho que fiquei um pouco incomodada, por ele ter dado atenção a cabeça de palha lá, sendo que o foco dele tem de ser eu, mesmo que não seja para algo bom, por que bom, ele quer me matar né.

- Só faz logo o que tem de fazer - Digo meio emburrada e ele franze a testa.

- Aconteceu alguma coisa? Parece meio estressada - Da uma debochada no fim e fecho os olhos.

- Só estou alta demais e isso me faz aceitar o que vai acontecer. Anda logo vai, pega essa adaga, enfia no meu coração e pronto, pode ir para casa - Forço um sorriso, que por algum motivo, não sai bonito como geralmente acontece.

- Você esta bem demais para o que vai acontecer - Fala e faço que não, num ar despreocupado.

- Aproveita, até por que esse vestido me aperta tanto, que nem posso fazer nada para tentar fugir - Digo e ele ri, não vejo motivos para isso. Senhor, que vontade de quebrar os dentes brancos e alinhados dele.

- Hum - Ele resmunga meio desconfiado e cruzo os braços. Ele agora está a uns centímetros de mim, já não me segura mais - O que você esta tramando?

Flecha do DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora