Losing My Mind • Pesy •

She's here

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[Jesy]

—Eu não acredito que você fez isso, Perrie! –eu ri, dando um tapa em seu braço, seus lábios se esticaram num sorriso travesso com covinhas, e ela se fez de desentendida. Já tinha alguns dias que eu tinha saído do hospital e aparentemente apenas agora depois de muita insistência de Leigh-Anne é que Perrie resolveu me contar que ameaçou um dos caras mais importantes da escola. Era uma total loucura, mas eu não tinha conseguido parar de rir depois que ela falou isso.

Então alguns segundos de silêncio se passaram, eu estava sentada em minha cama, com o braço ainda enfaixado, já que segundo os médicos havia sido uma fratura mediana que se curaria dentro de um mês e meio mais ou menos. Mas isso não impedia que Perrie (e eventualmente tia Debbie) me mimassem demais. Eu estava adorando, a propósito. Perrie estava me olhando, agora com a cabeça curvada, meu rosto estava começando a esquentar como sempre acontecia quando ela fazia isso.

— O que foooooi? –arrastei, tentando esconder o rosto. –ela mordeu o lábio e alargou o sorriso.

— Nada demais, eu só as vezes gosto de ficar olhando como você é linda sabe...

—PERRIE LOUISE! –joguei nela uma das almofadas, com o braço bom, mas ela desviou facilmente, rindo alto. Essa risada, e a presença dela na verdade, era o que vinha iluminando esses dias tão escuros. Eu não conseguia ficar sozinha sem começar a ter algum tipo de crise, então Perrie se encarregava de dificilmente sair de perto. Sem que eu esperasse, ela segurou meu rosto entre as mãos, deixando um beijo cuidadoso em meus lábios. Ah, essa era a parte ruim, eles vinham me tratando como se eu fosse de vidro. Embora as vezes eu mesma acredite ser.

— Eu amo você. –ela disse baixinho.

— Também amo você. – abracei seu pescoço com um braço, acho que ela infelizmente percebeu que eu estava trêmula. Na verdade, acho que agora Perrie fazia questão de perceber tudo.

— O que foi baby? Está se sentindo mal? –ela botou a mão na minha testa.

—Não... Não, na verdade... –ponderei se deveria falar, mas descobri que aparentemente não adiantaria tentar esconder nada dela de agora em diante. A velha e lerda Perrie estava enterrada. —Olha, a policia vem aqui hoje, querem que eu de depoimento, parece que depois de tudo isso outras pessoas também fizeram denuncias e isso está tomando uma proporção enorme. Eu acho incrível, mas me deixa meio... insegura. –abaixei os olhos, acho que essa palavra havia se tornado meu nome do meio, quase uma identidade. Insegurança.

Perrie segurou minha mão entre as suas. Depois ela levou aos lábios e beijou com carinho as escoriações.

— Você precisa fazer isso, Jess. Precisa denunciar. Você foi a peça chave disso tudo, sua palavra vai ter força.

— Mas e se depois eles se safarem, Perrie? E se ficar tudo bem pra eles e tudo recair em mim de novo? Você não entende, Perrie. –me alterei, com lágrimas nos cantos dos olhos. A velha Jesy ainda estava aqui. Com medo de tudo. Perrie suspirou.

— Não entendo mesmo. –ela me olhou com sinceridade. — Olha, no hospital me disseram que você precisa começar um tratamento psicológico. Pra lidar com tudo isso, eu sei que eu sozinha não vou poder te ajudar. Mas eu estou aqui, eu contatei minha tia que é psicóloga, e ela vai tratar essa dor. –ela colocou uma mão em meu peito. — Mas pra que isso de certo, pra que tudo mude, Jessica, eu realmente preciso que você de o primeiro passo. Eu sei o quanto você é forte e corajosa, do caso contrario você não estaria mais aqui. Então eu sei que você consegue, você vai fazer sua voz ser ouvida, vai denunciar esses abusos, você vai vencer. –ela pegou meu rosto, secando as lágrimas. Eu não poderia me sentir mais segura. Mesmo estando arrasada, assustada, como sempre, com ela aqui, eu havia aprendido, eu podia enfrentar isso.

— Eu não sei se posso... –falei num fio de voz.

— Pode, faça isso por você mesma, meu amor. –seu polegar passou por meu lábio, causando um arrepio bom. — Você não está sozinha.

Então eu entendi.

— Eu não estou sozinha. –sussurrei de volta pra ela.

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<3
Se meu pesy não é o melhor shipp da existência eu não sei qual é