A little moment of peace

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Eu sei que eu provavelmente sou o ser humano mais imbecil do mundo, mas sim, eu estava na porta da Perrie, pronta pra me desculpar por quinta. E hoje era sexta a noite, o que significa que eu sou imbecil ao ponto de não aguentar nem 24h com a culpa pesando.

Quero dizer, ela foi idiota? Foi. Mas ela não tinha como adivinhar meus sentimentos por ela e nem ao menos que gosto de mulheres, quando eu mesma não sei lidar com isso direito.

Toquei a campainha pela segunda vez e comecei a juntar as coisas. Bom, hoje era sexta a noite e se bem conheço Perrie, ela devia estar por ai chapando com sua super gangue ou algo assim. Então eu estava aqui em vão e toda minha coragem foi se esvaindo. Virei de costas, pronta pra andar pelo gramado quando a porta lentamente se abriu.

— Jess? –Perrie botou a cabeça pra fora e me chamou. A sua voz saiu baixa, mas foi o bastante pra me fazer virar num pulo. Ela estava com os cabelos loiros caindo pelos ombros, um moletom cinza que era bem maior que ela e aparentemente sem nada por baixo. Também estava descalça e meu deus, que visão mais adorável.

— Ah, oi. –fiquei em silêncio por um tempo, esperando que Perrie falasse algo, mas ela apenas ficou me observando, com um sorriso lentamente se abrindo em seu rosto. —O que foi?

— É que você ta uma gracinha. –devo ter avermelhado uns vinte tons. Meus cabelos estavam meio cacheados, já que fazia um tempo que eu não alisava, eu estava com um moletom literalmente masculino e shorts minúsculos que eu só usava pra dormir. Sim, eu tinha decidido falar com ela bem a noite, foi só quando a coragem veio. Eu não me incomodava de aparecer toda ridícula na frente dela, mesmo que ela estivesse genuína até de pijama, mas não sei onde diabos ela poderia me achar "uma gracinha" devia estar me zuando, com certeza. —Vem, entra, ta meio frio ai fora.

— Ah, não, eu só vim falar uma coisa rápida.

—Seja lá o que for, é melhor se não estiver congelada. –ela deu espaço pra que eu entrasse. Estava totalmente exagerando, já que nem estava tão frio, mas até que me foi interessante entrar. Era a casa da garota que eu amava, afinal. — Vamos pro meu quarto, minha mãe ta resolvendo algo no telefone e já ta tarde, então é melhor não incomodar. –eu assenti, acenando pra tia Debbie que me soprou um beijo de longe. — As vezes acho que ela gosta mais de você do que de mim. –ela murmurou, rindo.

— Isso é impossível pra qualquer um, Pezz. –assim que entramos em seu quarto fui até a janela que ficava de frente pra minha cozinha. Minha mãe estava lá olhando pra fora e eu acenei pra que ela soubesse onde eu estava. Ela acenou de volta e fechou as cortinas, já que pra ela Perrie era algum tipo de anjo que me levaria pro bom caminho eterno (minha mãe a amava).

Não demorou até que Perrie se juntasse a mim e ficássemos relativamente próximas, já que a janela é pequena.

—Hey, Jess, vamos tirar uma foto? –ela veio toda sorridente com o celular e eu instantaneamente me esquivei. Odiava fotos.

—Hum, Pezz, eu...

—Qual é? Jesy Nelson na minha casa não é uma coisa muito comum, tenho que registrar. –ela me agarrou pelo pescoço e me deu tempo apenas de olhar pra câmera a nossa frente, depois rapidamente saiu de perto de mim, espertinha. Ela guardou o celular ainda rindo e até eu me rendi a um sorriso, logo ela voltou pra perto de mim e ficou alguns segundos olhando pra onde eu estava. — Quando a gente era pequena, ficávamos aqui inventando historias, lembra? –ela comentou. Senti a vontade de chorar voltando aos poucos.

—Lembro sim, você sempre era a Rapunzel e sempre esperava um príncipe vir te salvar.

—E ai você batia no príncipe até ele ficar inconsciente e ficava comigo pra sempre.

—É, eu era uma criança um pouco possessiva. – eu disse, ela olhou pra mim, erguendo a sobrancelha. —E violenta. –Perrie caiu numa risada maravilhosa, que eu daria tudo pra ouvir todos os dias da minha vida. Mas ai o silencio foi voltando e ela soltou um suspiro pesado.

— Quando foi que começamos a nos afastar, Jess? Sinto tanto sua falta. –ela me olhou e percebi que seus olhos estavam marejados. Ela estava lutando pra não chorar.

—Não sei, babe. –respondi, usando um apelido que raramente usava. —Mas também não queria que fosse assim. –ela saiu da janela e foi andando até sua cama. Era de solteiro, mas larga o bastante pra duas pessoas. Ela deitou e me chamou com a mão. Eu estava começando a ficar nervosa, mas não queria negar nada a ela naquele momento. Me deitei de frente pra ela, nossos rostos estavam perto o bastante pra eu sentir sua respiração. Ela passou um braço pela minha cintura. Fazíamos muito isso antigamente, mas agora era estranho de um jeito imensurável (e melhor também).

—Sinto sua falta de verdade. –não sei quantas vezes ela diria isso, mas eu nunca me cansaria de nenhuma.

—Me desculpe por ontem. Passei dos limites.

—Tudo bem, eu também, não devia ter mexido nas suas coisas. Mas eu sou sua amiga e queria que pudesse confiar em mim pra me contar o que sente. –ela levou sua mão até meu rosto, fazendo um carinho leve em minha bochecha. Seu toque era tão inebriante que ela poderia permanecer a noite toda assim e eu não reclamaria. — Sei que se sente tímida e sozinha, mas eu queria poder mudar isso. Ser sua confidente ou algo assim. –Ah, Perrie, se você soubesse que meu maior sentimento era o único que eu não poderia te contar, pensaria diferente.

— É difícil pra mim, tem algumas coisas que apenas não podem ser ditas. Se fossem, estragariam tudo e eu não quero correr esse risco.

Ela não respondeu, mas embora não entendesse o motivo, com certeza tinha sentido minha angústia, porque sua mão desceu até meu cabelo e começou a dar voltas ali.

Ela era tudo o que eu queria, nesse momento eu tive a mais pura certeza. Então se passaram longos minutos, talvez horas. Eu não sei porque estava ocupada demais, perdida naquelas galáxias azuis pra me preocupar com qualquer outra coisa. Acho que os olhos de Perrie eram a coisa que eu mais amava no mundo, eles eram incríveis de modo que eu não conseguia descrever.

—Você é com certeza uma das minhas pessoas favoritas no mundo. –ela sussurrou, como se fosse nosso maior segredo.

—Você é a minha. –sussurrei de volta, e ela sorriu apenas um pouco antes de seus olhos se fecharem de vez e ela cair no sono. 

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a caralho viado, quem diria que esse capitulo ia ficar grande assim? shausah mals ae, mas eu fui escrevendo e nem vi. Esse cap ta um xuxu ne gente, u to ate emocionada, espero que tenham gostado <3

nem tudo é sofrimento no mundo Pesy ta vendo? u.u uahauhauau

xoxo guys, até logo <3

Losing My Mind • Pesy •Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum