t r i n t a & s e t e

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Dica 1: Não perca o próximo capítulo.
Dica 2: Leia ao som da música na mídia.
Dica 3: Leia a introdução da história.
Dica 4: Não aceitem um relacionamento tóxico/abusivo.






    Durante toda uma noite em claro resumida à risadas, sexo, confissões, mais sexo e conversas sobre nossa infância; a fome nos pega em cheio e somos obrigados a deixar o camarote quentinho para assaltarmos uma máquina de salgadinhos no corredor.


Antoine, que já estava vestido em roupas normais quando me interceptou, gasta todas as moedas de sua carteira com pacotes de doritos e decide invadir o trailer de pipoca para procurar resquicios de cheedar.

Ele consegue pular o balcão, entretanto, ao entregar-me o reservatório com o líquido gosmento para que eu segure, é inevitável conter a vontade que me atinge.

— Preciso ir ao banheiro.

Forço uma carranca como se tivesse muito tentada a fazer xixi, mas estou completamente enojada pelo queijo.

— Ali tem um, baby. Eu vou com você!

Quando faz menção à me seguir, protesto.

— O quão possessivo você é? Me deixe ter privacidade, Antoine!

Ele pisca, surpreso com as palavras propositais, e corro tendo tempo apenas para abrir a tampa do sanitário.

   As últimas semanas estavam sendo dezenas de vezes piores que o principio.
E droga, eu devia ter imaginado que ficar horas presa com Antoine, iriam fazê-lo perceber o quê estava acontecendo.

Ele não era burro, e sabia que ironicamente, não usávamos preservativos em nossas relações.

Em uma das primeiras noites no loft, acariciou meu rosto e sussurrou o quão lindo seria um bebê fruto de nosso amor.
Quase chorei, e mesmo assim, não me senti pronta para contar. 

Eu não sabia quando me sentiria pronta, mas algo em meu coração me dizia que este não era o momento.

    Ao me sentir melhor, esfrego o rosto com o máximo de água gelada que posso e retorno com os mesmos passos descompassados de volta ao lugar onde o deixei.
Sentado no chão, separando salgadinho por salgadinho e melando-os no líquido nojento, ele para e olha para mim:

— Está tudo bem?

Balanço a cabeça.

— Tive uma crise claustrofóbica.

Prestativo e temente, ele se levanta e vem até onde estou de pé, tentando me abraçar.
Dou um gritinho ao notar as mãos meladas.

— Não faça isso — digo, mas já é tarde demais. Ele segurou o rosto para me beijar e quando acaba, está esfregando os dedos em minhas bochechas, rindo.

— Eu te odeio — empurro-o, fazendo com que se choque contra a parede, ainda gargalhando.

— Você sabe que me ama!

E no fundo, ele está certo.





     Quando a luminosidade solar já adentrava pelos corredores do estádio, fomos acordados por seguranças, que diante de olhares suspeitos e risadinhas, nos guiam para fora.

Sonolenta, não dou muita importância para os sussurros zombeteiros para com Antoine, que num humor dezenas de vezes melhor que o meu, gargalha junto à eles com o fato de termos "ficado presos",  piadinhas que continuaram até do lado de fora do estádio, sem que haja qualquer outro policial com um sorrisinho no rosto.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Where stories live. Discover now