t r i n t a & u m

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De um lado da cidade fria estava uma multidão relutante em meio a seus agasalhos e cachecóis gritando palavras de baixo calão contra o árbitro que decretava uma penalidade máxima cometida sob o camisa sete do Atlético de Madrid.

David de Gea leva um cartão vermelho direto. -Os torcedores do lado vermelho protestam- Ninguém entendia ao certo o que aconteceu naquele lance. O goleiro espanhol nunca havia descumprido qualquer regra antes, até aquele dia, até aquele momento, até Antoine Griezmann virar para ele e dizer: "Você pode fodê-la quantas vezes quiser, mas nunca será capaz de fazê-la me deixar."

O goleiro ficou intrigado a princípio. Antoine estava falando de Edurne? -questionava-se-, mas bastou que ele captasse o olhar irritadiço de Herrera sobre o francês para que se desse conta do que acontecia.

David havia conversado com Edurne, e sabia que ainda a amava, mas... pensar em Amber com Griezmann lhe causava um desconforto. Ele pensa de repente nas palavras da garota sobre o seu coração estar naquela boate e se dá conta de que não suporta pensar naquilo. Não suporta o fato de ter tentado durante anos, para que Amber se entregasse de primeira ao imbecil do Griezmann.
Sem que perceba, David chuta Antoine dentro da área, com ódio, motivando num pênalti claro e numa expulsão justa pela arbitragem.

Sérgio Romero assume o posto no gol sem que tenha tido qualquer aquecimento prévio. Os jogadores se preparam, o batedor vai para o seu lugar, o árbitro puxa fôlego para lança-lo contra o apito.

Antoine poderia sair dali com o nome da partida, mas não se importava. Lança um olhar entristecido para a cabine radialista antes de chutar emputecido contra a rede, pensando que aquilo poderia aliviar o seu caos. Um segundo depois os caras pulam sobre a suas costas e gritam na beira de seu ouvido, mas ele está aéreo demais para ter qualquer comemoração com o empate.

Estava cercado de pessoas, mas se sentia solitário com o fato que estava a beira de seu nariz. Yolanda estava lá, seu marido também, mas ela não.

Amber não veio.

Esta porém, era a única coisa que conseguia pensar naquele momento. Durante semanas havia preparado em sua mente o que faria ao chegar em Manchester e em como lhe pediria desculpas, mas, em nenhum dos pensamentos que tinha sobre Amberly, estava a hipótese de perdê-la para sempre. E era isso que o assustava.

Antoine não se deu conta do quão estava totalmente apaixonado pela stripper até aquele momento. E sentia-se fodido por não ser correspondido.







DO LADO OPOSTO DA MANCHESTER, Um grupo de enfermeiros cercavam o corpo molenga da bela moça de cabelos negros. - Ponha na maca! -ordena a enfermeira regente buscando um pano para molha-lo com álcool.

Durante o percurso até uma das salas, pressiona-o contra as narinas da garota para quê então ela desperte meio grogue. - Você consumiu álcool? -questiona a enfermeira. Sem forças ela apenas balança a cabeça em afirmaçao, perdida em meio aos pares de olhos que a levavam para que seja cedada e então atendida.

Ela não entendia ao certo o que havia acontecido na rua, mas se sentia fraca e zonza. Vendo tudo rodopiar ao seu redor. "Durma" diz a enfermeira de cabelos dourados e ela obedece.

O taxista e um enfermeiro que ficaram capturam o cartão de crédito da bolsa da garota e os seus documentos, fazendo assim a ficha. Amberly Herrera Agüera. Espanhola, 25 anos, Solteira.

Um ruído bem ao longe faz com que o meu corpo emita reação

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Um ruído bem ao longe faz com que o meu corpo emita reação. Vou abrindo os olhos lentamente a medida em que as vozes agitadas adentram meu subconsciente.

- Meu deus do céu, Amberly. -papai diz, segurando o meu rosto com as suas mãos. A enfermeira que falava com ele se agita e sai da sala. A expressão de meu pai exala preocupação em excesso. - O quê aconteceu?

Pisco lentamente, focalizando minha vista num espaço branco. Tons claros e opacos arrastados por cada canto e móvel do lugar dando inibidez ao típico quarto de um hospital.

Tento me levantar mas não consigo por conta das coisas presas em minhas veias. - E-eu não sei bem, pai. Lembro que estava num bar bebendo e quando ia pegar um táxi para ir pro jogo, desmaiei. -retruco, tentando deixar o homem mais calmo. - Como você me achou? Onde está a mamãe... e Ander?

Ele suspira, um pouco mais relaxado. - Ligaram para o meu telefone do seu celular. -esboça um rosto mais calmo a medida em que entramos numa conversa e ele percebe que estou bem. - Nos disseram que recolheram seu sangue e aguardavam pelo resultado para que pudessem te liberar. Sua mãe quase armou um escândalo alegando que mexeram em você sem qualquer permissão e foi expulsa. Bem, você a conhece. Sabe como ela é!

- Não me surpreende.

Ele ri.

Tudo começa a fazer sentido para mim. Mas quando ameaço perguntar sobre o jogo, sobre o placar, sobre ele. A porta do quarto é aberta e um homem de aparência jovial olha pra mim caloroso. - Fico feliz que tenha acordado, Amberly. -sorri, exibindo dentes perfeitos. - Bem, e parece que já não é mais uma donzela perdida. Você é...?

- Pedro -estende a mão - Sou o pai de Amberly.

- Oh, sim. Sou o Dr. Ernest -aperta a mão de meu pai. - Eu não queria atrapalhar o momento familiar, mas, o resultado do exame de sangue saiu.

Aperto os lábios, nervosa.

- O quê eu tenho, doutor? -questiono, agitada. - É algo relacionado com o alto consumo de álcool? Eu estava bem. Eu estava me sentindo ótima mas de repente tudo... puft.

O médico ri.

- O problema não foi o álcool em si, Amberly. Apesar que eu acredito que você terá de parar com o consumo dele momentaneamente.

Meu pai envolve os dedos nos meus e pressiona-os levemente agitado. Não mais que eu. - Como assim?

- Nós tentamos nas ultimas horas buscar um motivo plausível para você ter desacordado tão de repente, e ficou tudo bem óbvio com o exame.

Umedeço os lábios. - Eu não estou entendendo.

- Você está grávida, Amberly.

Sinto como se todo o meu corpo despencasse em pedacinhos fragilizados no chão. Minha voz falha, a respiração cai e o meu coração aperta contra o meu peito.

Aquele exame... Havia dado negativo.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Where stories live. Discover now