d o z e

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Em meu quarto, dificilmente acordo devido à luminosidade solar - mas este lugar é alto, alto o suficiente para quase alcançar o sol.

Para ser sincera, na maioria das vezes sequer durmo por conta daqueles pesadelos - que estranhamente não estou tendo agora.
Quando não é isso, só estou cansada demais pelos pernoites do clube para reparar o sol; ou talvez seja local onde fica nosso apartamento, parte que dificilmente recebe luz solar devido aos gigantescos arranha-céu em construções no bairro ao lado, nos colocando em uma sombra sinistra.

Agora, numa cobertura de um desses prédios astronômicos que impedem a luz solar em meu apartamento, adornada em cobertas sob uma cama king size com drapeados elaborados que jamais poderia comprar na vida, durmo como nunca dormi antes.

O problema é que apesar da tranquilidade de um bom sono, meu pesadelo desta vez é o braço torneado apoiado sobre meu corpo.

Qual é o meu problema?

É inacreditável que eu tenha sido burra o suficiente para dormir com Griezmann pelo segundo dia seguido.

Como alguém como ele poderia não ter noção do que isso significava? Jantares, rotina sexual, dormir juntos.

Tudo isto significava intimidade.

Intimidade trazia confiança, afeto, amor, paixão. E intimidade era definitivamente a última coisa pela qual planejo ter com Antoine Griezmann.

Não seria justo ter me privado durante tanto tempo depois de tudo com Andreas para acabar apaixonada por alguém igual a ele - com a mesma profissão, sua mesma rotina de vida, suas semelhantes manias.

Isso tinha que acabar.

Como eu iria me controlar acordando manhã a manhã com sua respiração em meu pescoço e não ficar arrepiada? Sentir o perfume de sua pele e não ficar inebriada? Como não reparar a possessividade com a qual me abraçava sem me sentir protegida?

Não podia me apegar a isso, à ele; é tudo pelo sexo, só sexo e nada mais.

Quase impossibilitada de me mover - felizmente sem mãos atadas desta vez - avalio o cômodo que estamos; é grande e simples, paredes enormes pintadas de branco, um ar condicionado também branco camuflando-se nela, três portas diferentes; corredor, closet? A outra com certeza para um banheiro.

Os poucos móveis em tom madeira; uma enoorme tevê de plasma, um vídeo game que julgo ser o xbox, e prateleiras de arenito dívidas entre jogos para o game, portas-retratos, medalhas e algumas espécies de pequenos troféus de vidro com letras grandes e escuras formando as palavras "Man Of The Match".

O cara da partida? Tantas vezes assim? Não sou lá uma entendedora de futebol, e sabia que ele era muito famoso, mas ao que parece, não é só com o pau e a língua que Antoine leva jeito. Minha nossa! Por quê acabei de dizer isso?

Tudo bem, ele era bom com as investidas e fenomenal com a língua, aprendia e brincava com meu corpo de formas inimagináveis, e ele me fez alcançar meu primeiro squirt só com os dedos - e puta merda, eu sonhava com isso desde que assisti porno pela primeira vez quando era adolescente e virgem.

Sinto minha pele pegar fogo só com a lembrança.

Foram apenas duas noites! Só isso!
Ninguém deveria ser considerado o melhor com apenas duas noites.

Preciso pensar em qualquer coisa que não seja nele e em seu sexo. Qualquer coisa - qualquer coisa que não seja seu toque, seu rosto, sua voz- qualquer coisa que não seja a lembrança de estamos emaranhados numa cama bagunçada, que dormimos juntos de novo e que provavelmente transamos também.

STRIPPER [GRIEZMANN] ✨Where stories live. Discover now