NOVEMBRO, 21. 2014.

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Quando ele chegou, Selena estava debruçada sobre uma pilha de livros. A luz do computador embaçou sua visão.

Ele pegou o livro que ela lia, demandando atenção. Encarou-o por alguns segundos, quase como se tentasse entendê-lo. Quando desistiu, perguntou o que ela estava fazendo. Selena quase teve uma crise de riso.

– Estudando – disse ela, enxugando as lágrimas de riso. – Caso ninguém tenha lhe avisado, eu estou no quinto semestre, teoricamente, de Engenharia Química.

– Fascinante – murmurou ele com um tom de voz que deixava nítido que ele estava entendiado com a possibilidade de se aprofundar nessa conversa. – Eu pensava que você estudava Literatura. – Ele ergueu o olhar para a estante que Selena cultivava desde que chegara em Berlim, com diferentes livros achados em sebos, amarelados, alguns em perfeito estado de conservação; a maioria de poetas profanos. Ou escritores de horror. Algumas edições de escritores brasileiros em francês ou em alemão. Sobretudo Dummond.

– Eu amo livros demais para estudá-los. Além disso, eu tenho zero habilidade ou paciência para ser professora. Eu quero ser uma cientista, como Marie Curie.

– Quem?

– Ela foi a primeira mulher a receber não apenas um, mas dois Nobel por suas descobertas sobre radiação. Você sabe o que é um Nobel, não é?

– Apesar do meu desinteresse em tecnologias e avanços científicos, eu não sou totalmente ignorante.

– Eu imagino, afinal você está vivendo por aí faz muito tempo – disse ela em tom de brincadeira.

– Você planeja continuar estudando?

– Em fato, sim. E você poderia me ajudar, se quiser. – Ela vasculhou a confusão de livros e anotações soltas em sua escrivaninha, até achar uma antiga folha de questões. Entregou-a a um confuso Marcus. Ele virou o papel de ponta cabeça, esperando ter um novo entendimento das anotações à sua frente. – Você poderia perguntar-me estas questões e conferir se eu respondi certo. Por favor.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– Eu não sei o que um polímero é.

– Basta conferir se a minha resposta se aproxima da esperada. E, toda vez que eu errar, eu perco uma peça de roupa – disse ela, rindo-se.

– Isso não é nem de perto tão excitante quando strip poker.

– Esta é a sua escolha.

Ele moveu-se, e ela esperou que ele fosse desaparecer na noite. Mas ele sentou-se na beirada da cama e murmurou uma pergunta contrariada.


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Desculpem o sumiço, eu estava curtindo essa vida também rsrs

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