Guerra de pau e pedra.

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Eu dizia "oi".
Ele respondia o "oi".
Eu perguntava sobre o seu dia.
Ele dizia que não havia sido bom, mas que estava sobrevivendo.
Eu lhe perguntava o porquê.
Ele listava várias coisas ruins que haviam acontecido.
E era assim que eu sabia que ele continuava o mesmo.
Se algum dia eu lhe perguntasse como ele estava e Vincent respondesse que estava bem, o fim do mundo estaria se aproximando.

Se algum dia eu lhe perguntasse como ele estava e Vincent respondesse que estava bem, o fim do mundo estaria se aproximando

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Pouco antes de quatro horas da tarde, montei minha bicicleta amarela e fiz o percurso que sabia tão bem.
As casas, diferindo-se de quando eu era pequena, pareciam normais. Nada mágicas.

Vincent costumava ser uma criança difícil. Ele não gostava de brincar de astronauta, ninja ou super herói. Ele não corria, pois por ser extremamente magro, dizia que parecia desengonçado ao tentar.
Costumávamos discutir na frente dessas casas. Eu, com as mãos na cintura, 1,30 de altura e uma carranca no rosto, sempre lhe dizendo que ele deveria abandonar a razão mais vezes.
Era divertido imaginar que essas casas tinham vida própria, e que enquanto a população dormia, elas se livravam do chão e caminhavam pela cidade.

Ele nunca concordava comigo.
Dizia que eu era louca, e que casas não são gente, por isso não andam. Eu me sentia mal e lhe dava as costas, dizendo que ia para casa e que nunca mais falaria com ele.
Pura mentira!

Eu sempre voltava, e enquanto Vincent me quiser por perto, continuarei voltando.

Parei de pedalar apenas quando reconheci a fachada de sua casa, largando a bicicleta no jardim e correndo até a porta.
Não toquei a campainha, sequer pensei em bater à porta.

— Ele não está, querida. — tio Louis responde, sentado na poltrona da sala. — Vincent disse que sairia para tomar sorvete.

— Poxa, sério? — Vincent odeia sair sozinho. — Sabe se ele levou o celular?

Vocês sempre levam...— começa a falar.

Desesperada, traço rotas de fuga. Eu não quero mesmo perder mais de 40 minutos do meu dia apenas ouvindo tio Louis dizer o quanto adolescentes são perturbados por passarem tanto tempo mexendo no celular.

— Tenho que ir. — aceno exageradamente. — Papai vai chegar cedo hoje. É noite de pizza.

Corro para fora, catando minha bicicleta e pedalando com força total.

 Corro para fora, catando minha bicicleta e pedalando com força total

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Homeboy - amigavelmente amigável (livro 1).Onde as histórias ganham vida. Descobre agora