DECISÕES

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Mais um ano se iniciava.

Era Janeiro e eu estava feliz com quase tudo que acontecia em minha vida.

Estava namorando com o Renato, o cara que tanto desejava, estava prestes a viajar para Itália para participar de um intercâmbio estudantil promovido pela Universidade que estudava. Mas ainda continuava triste pelo fato de não conversar com meu pai, que tinha cortado relação desde o momento que ele tinha me visto na cama com o Renato. Embora ele tivesse o jeito rude dele, sentia muito a sua falta.

Minha viagem estava marcada para o dia 05 de fevereiro. No primeiro mês do ano estava organizando toda a papelada, documentação e aproveitando para estudar um pouco mais o idioma italiano. Aproveitava para ficar com o Renato cada instante que podíamos, pois, afinal, ficaríamos, no mínimo, seis meses um distante do outro, e isso estava me consumindo por dentro. Mas ele mesmo me incentivava a ir, e eu sabia que essa oportunidade seria maravilhosa para a minha carreira.

Embora Renato estivesse sempre ao meu lado, percebia que ao passar dos dias ele estava diferente, muitas vezes com o pensamento longe.


Todo ano, as turmas do curso de medicina da Universidade que eu estudava promoviam uma festa no final de janeiro ou início de fevereiro, antes das aulas iniciarem, para se confraternizarem.

Na verdade, era uma oportunidade ou desculpa para que os caras e moças solteiras conseguissem ficar com alguém, e nestas festas rolava muita bebida e algumas drogas. A festa estava marcada para o dia 03 de fevereiro, dois dias antes da minha viagem. Eu não estava afim de ir, justamente pela fama que o encontro tinha. Estava mais com vontade de ficar namorando com o Renato, aproveitando os últimos momentos juntos antes de partir para o intercâmbio, beijando aquela boca deliciosa.

Porém ele queria ir de qualquer maneira na festa, e então combinamos que ele iria no sábado de manhã e eu o encontraria no mesmo dia lá na chácara onde aconteceria, no final da tarde. Aproveitaria para dar uma carona para a Alana e Tiago , que iriam mais tarde também, por conta dos estágios deles.

Como combinado eu, Alana e Tiago partimos para a chácara no final da tarde, onde acontecia a tão famosa festa dos alunos de medicina. Tinha mandado algumas mensagens e tentado falar com ele pelo celular, durante o decorrer do dia, porém não tinha conseguido. Chegamos no local e estava entupido de gente. Reconheci algumas pessoas da Universidade, até mesmo de outros cursos. Tinha muita gente desconhecida também. Sabe aquelas Raves onde as pessoas bebem, dançam, fumam, se beijam, etc?

A festa estava muito parecida.

Nem eu tinha consciência que seria daquela maneira. Diante daquele amontoado de pessoas, muitas delas já bêbadas, queria logo encontrar o Renato e, quem sabe, convencê-lo a sair dali, pois com o pouco que já tinha visto sabia que não ficaria ali por muito tempo.

A chácara era enorme, com uma grande casa, com vários cômodos, rodeada por uma varanda bem grande, onde possuíam mesas, redes, bancos...

Na parte de trás duas grandes piscinas, duas grandes churrasqueiras, uma grande área verde, campo de futebol, um lago logo perto dali, enfim, muito espaço que as pessoas poderiam ocupar e fazer o que bem entendiam.

Estava ali já uns 15 minutos e ainda não tinha encontrado com o Renato, o que já estava me deixando preocupado, principalmente pelo fato de algumas pessoas me falarem de tê-lo visto bem bêbado.

Um certo momento pensei tê-lo visto ao lado de uma pessoa, porém perdi de vista no meio das outras. Outros conhecidos me contaram que ele deveria estar na região do lago com uma garota, o que me deixou mais arrepiado ainda.

AMIGO DA FACULDADE (Romance gay) #Wattys2018Donde viven las historias. Descúbrelo ahora