Capítulo 03

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Meu coração para de imediato, por Deus, isso não! Preferia a morte em sofrer esse tipo de abuso, era demais para mim, se eu saísse viva dessa, nunca mais poderia me casar, quem iria querer um matrimonio com uma moça desonrada por vários homens?

Então em um movimento rápido, o príncipe pegou o primo e o levou ao chão, ergueu a espada e pegou sua mão direita, os saldados logo se aproximaram fazendo uma roda entre nós.

- Carl não por favor! – Exclama o homem.

Carl, esse era o nome dele.

- Vou lhe ensinar a não colocar palavras na boca do futuro rei. – Falando isso ele corta a mão do homem, que grita de dor.

Levo as mãos a boca, para conter o grito de horror, o homem se remexia no chão, com o braço jorrando sangue.

- Que sirva de ensinamento para os demais! – Fala ele. – Se preparem, continuaremos a viagem em uma hora.

Com isso dois homens, pegaram o homem no chão e foram tratar do ferimento.

- E você... – Ouço a voz do príncipe Carl. – Não ouse fugir, você viu com os próprios olhos que não tenho piedade nem do meu próprio sangue, se tentares fugir de mim, irei atrás de você e farei meu cavalo lhe pisotear até a morte imunda.

Ele sai pisando duro, corro para a tenda e tento me acalmar, meu Deus, o que será de mim, na mão desse homem? Tudo é culpa dele, minha família está morta e o principal culpado é ele, como poderei viver cara a cara, com o homem que é o causador das coisas ruins da minha vida?

E se ele descobrir que eu sou uma ex camponesa do reino que ele quer destruir? Eu estaria morta a essa hora! Meu pai se humilhará a ele, e me entregou de bandeja nas mãos desse homem como ele pôde? O homem que matou sua família?

Era coisas demais para minha cabeça, fugir era a coisa mais propicia para mim, mas depois de suas palavras, e mesmo assim não viveria muito lá fora, acabaria morta, estuprada ou melhor em um bordel qualquer.

Não tinha muitas opções a não ser seguir o assassino de minha família. Olho em volta e vejo muitas almofadas, será que essa tenda é dele? Então vejo uma blusa no meio delas, pego ela e vejo o tecido refinado, muito diferente das roupas que sou acostumada a vestir, tão macio e bem feito.

- O que está fazendo imunda?

Vejo ele na entrada da tenda, ele me olha curioso com sua vestimenta na mão. Me sinto constrangida por um minuto.

- Está cheirando minhas roupas imunda?

- Não... Eu só...

- Além de imunda es uma mulher da vida? – Ele sorrir com seu comentário. – Gostas de cheirar as roupas de homens imunda!

Como ele ousa me chamar disso? Meus olhos faíscam de raiva, pego sua blusa jogo no chão e piso em cima.

- O que está fazendo mulher da peste! – Ele me joga e eu paro em cima das almofadas que havia perto.

Então volto minha atenção para ele, esperando o pior, mas nada vem. Ele estava parado diante de mim, me olhando com prazer, meu vestido sujo estava levantado até o alto das minhas pernas, mostrando boa parte delas.

Sinto minha face corar.

Levanto imediatamente, e ajeito meu vestido.

- Não ouse me tocar! – Exclamo.

Ele solta uma gargalhada aguda, que mim faz estremecer.

- E quem disse que sinto algum desejo por favor você sua peste? Você me dá nojo!

- E eu te odeio! – Falo para ele, machucada com suas palavras.

- Vai fazer a viagem a pé, por ser tão ousada imunda.

Dizendo isso ele sai, e realmente ele cumpriu sua palavra. Quando saímos todos estavam a cavalo, ele olha para me e sorrir, os saldados vão na frente e ele fica mais para trás, talvez com medo que eu fuja.

Minha sorte que estava no final do inverno, a neve já não era mais problema, pois a mesma já havia sumido.

- Vamos ande, quero está dentro da fronteira a noite.

Já á tarde, a neve havia ficado para trás, e um manto verde se mostrava em minha frente, eu passara o dia andando e paramos poucas vezes, só tive duas refeições no dia, e banho era um sonho no momento.

Á noite, paramos para dormir, os homens começaram a armar suas tendas, havia um rio poucos quilômetros dali e eu estava precisando de um banho desesperadamente.

Como imaginei eu iria compartilhar a tenda com Carl, só podia ser brincadeira, só havia suas almofadas onde eu iria dormir?

- Fique à-vontade imunda, o chão é todo seu.

Olho para ele com raiva, mas não falo nada. Então ele começa a tirar suas roupas.

- O que está fazendo? – Pergunto tomada pelo o pânico!

- Me preparando para dormir. – Fala ele tirando sua blusa e jogando no lado.

Me amaldiçoou em olhar para o seu corpo, ele era extremamente musculoso e forte. Minha respiração fica irregular, nunca vi um homem tão despido como agora, cabelos finos dourados desciam do umbigo até.... Onde nunca vi.

- Gosta do que ver? – Ele pergunta com um sorriso debochador. – Tenho certeza que nunca se deitou com um homem viril como eu.

O ignoro, me deito no chão de costas para ele. O chão estava frio, tento segurar minhas lágrimas por um grande tempo, mas não consigo. Choro baixo para ele não ouvir, penso na minha vida antiga, e como ela poderia ter sido se esse homem não tivesse cruzado minha vida. Na minha família, que agora estava morta, e assim foi uma boa parte da noite.

Quando tive a certeza que ele estava dormindo, me levantei, a pequena fogueira estava acabando, olho para ele e vejo seu rosto em meio a sombras.

Deitado ele parecia ser mais grande ainda, extremamente grande! Ele estava com o tronco do corpo despido, o braço forte direito, estava no alto da cabeça e o outro descansando ao lado do corpo.

Talvez agora eu posso tomar um banho, penso.

Saio sem fazer qualquer barulho, havia alguns homens ainda acordados ao redor de uma fogueira, agradeço por a tenda do príncipe ser mais afastada.

Sigo em direção ao rio, que mais cedo tive o prazer de ver, faço minhas necessidades e sigo ao meu destino, aqui o tempo não estava tão frio, ouço o barulho da água e aumento a velocidade dos passos, como se a água me chamasse.

A lua estava plenamente clara nessa noite, meus pés tocam a água e sinto um alivio de imediato. Olho ao redor, e não vejo ninguém, começo a tirar meu vestido e logo estou nua a luz da lua, entro na água e sinto a sujeira de dias indo embora, mergulho nela, e subo novamente a superfície, um sorriso se abre no meu rosto, um sentimento de liberdade me toma.

Rebolo água para cima, como uma criança travessa. Fico no rio por um bom tempo, e vejo que tinha que voltar, ou ele acordaria e se daria conta que eu havia saído.

Saio do rio, com a luz da lua iluminando meu corpo, pego meu humilde vestido para vesti-lo já que não tinha outro.

Mais mãos fortes, me agarram por trás, fico imóvel com a respiração acelerada, um corpo quente se choca com o meu.

- Não me lembro de deixa-la sair. – A voz do príncipe Carl juntamente com seu hálito quente chega ao meu ouvido.

- Só queria tomar um banho. – Falo a ele.

Eu estava completamente nua em sua frente, por Deus, fazia muito tempo que ele estaria ali? A vergonha me tomou por completo, aperto o vestido contra o corpo, apenas o som do rio era ouvindo, o silencio continuou e eu não sabia se isso era um bom sinal, ou ruim.

Apaixonada pelo o Inimigo. ( Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora