Capítulo 01

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Capítulo 01.

Já faz uma semana que estamos viajando sem rumo, meus pés estão com calos, a comida se encontrava escassa, papai não se encontrava muito bem de saúde, seus olhos estão cada vez mais fundos e roxos, seu corpo antes robusto, agora se encontrava mais esquelético, e fraco. Isso realmente estava mim preocupando.

Éramos um povoado pequeno, mas vivíamos bem, comida e água era o que não faltava, vivíamos próximos ao reino de Lagnos, e para pagar onde estávamos morando, plantávamos para nós e para eles, que ficavam com setenta por cento da nossa colheita, mas em um combate com o reino de Tavania nosso povoado foi destruído, a início fomos procurar abrigo no reino, uma semana depois, o exército do rei invadiu os abrigos com os poucos sobreviventes e levaram todas as moças para os prostibulo das cidades mais próximas, dentro do reino.

Como não éramos de fato do reino, e não tínhamos o sangue do povo de Lagnos, o rei nos via como imundas e imundos, antes vivíamos longe e trabalhávamos para eles, mas agora era diferente, estávamos dentro do reino comendo as custas deles.

Os homens ainda tinham alguma serventia, trabalhar duro, para poder sobreviver, em troca de um pouco de comida.

E nós mulheres, iam para os prostíbulo servir para os homens, como um brinquedo que era para todos.

Vim saber mais menos o que acontece entre um homem e uma mulher, quando atinge meus 18 anos, idade de casar. Mamãe conversou comigo, que quando mim casasse eu iria dividir o leito com meu marido.

Já vi papai e mamãe se beijando muitas vezes, mas mamãe falou que tinha algo mais, e da ai que vinha os bebês. Que não me preocupasse que eu iria achar um homem que eu amasse, e ele iria mim mostrar tudo.

Ela também falou, que mulheres faziam isso para ganhar a vida, o que era para ser um ato de amor, para outros era meio de sobrevivência, algumas porque gostavam e outras porque não tinham opção.

Papai e eu conseguimos fugir a tempo, por sorte. Ele dormia tarde e viu os homens do rei invadindo os abrigos, fugimos pelo os fundos do castelo, com mais duas famílias, que foram capturados horas depois, eles conseguiram nos acompanhar, papai mim escondeu na floresta e saiu para despista-los, passei um dia e meio sozinha pensando que papai havia sido capturado, mas graças a Deus ele voltou, mas sozinho...

- Papai vamos para um pouco, eu não aguento mais andar. – Falo, mim escorando em um arvore próxima.

- Não podemos parar meu amor, logo encontraremos um lugar. – Fala ele, olhando para mim, com esperança.

Lugar, que lugar meu Deus? Faz dias que estamos andando. E assim foi os próximos dias, parávamos na floresta para dormir, e logo ao raiar do sol, continuávamos, feliz quando encontrávamos um rio, para tomar um banho descente, e pegar água para o consumo.

Alguns dias depois, achamos um lugar propicio para moradia. Trabalhamos duro para construir uma cabana antes que o inverno chegasse e acabasse nos matando congelados. Havia um rio perto e utilizávamos ele para tudo.

Cortamos muita lenha para passamos o inverno bem aquecidos, e quando ele chegou, estávamos bem preparados. Papai caçava duas vezes na semana, e eu pescava no rio para ajudá-lo.

Eu estava precisando de roupas, não que eu fosse uma mulher que ligasse para isso, mas meus vestidos estavam velhos e surrados, e no caso eu só tinha quatro vestidos, quando nos atacaram, não deu tempo eu pegar quase nada, a metade de minhas roupas ficaram no abrigo do reino. E o restante foram queimadas na invasão do povoado.

Eu estava em pânico em ver tanta gente morta, meus amigos, conhecidos, minha mãe e Sophia...

Lágrimas invadem meus olhos, sinto tanta saudade delas, Sophia era a menina mais linda do povoado, puxara mãe, os olhos azuis e os cabelos louros, era gentil e amável, todos gostavam dela.

Já eu nunca fui considerada uma mulher bonita, eu tinha os aspectos normal, nada de chamativos. Cabelos castanhos claros, os olhos da mesma cor, era mais alta que as mulheres normais, papai sempre dizia que era linda, as pessoas sempre elogiavam Sophia e eu passava despercebida.

Mas eu nunca liguei, eu amava minha irmã, e nunca senti inveja dela, eu era a irmã mais velha, tinha que ensiná-la, cuidar dela, mas nem isso eu consegui.

- Chorando de novo minha filha? – Estava tão perdida dos meus devaneios que nem percebi a presença de papai.

- Eu sinto saudades delas. – Falo enxugando as lágrimas que ainda ousavam a cair.

- Eu também meu amor, mas precisamos ser fortes. Talvez não por nós, mas por elas, sim?

Eu confirmo com a cabeça, e vou a encontro do seu abraço.

- Você sempre foi minha joia rara Chloe. – Fala papai.

- Eu te amo pai. – Falo a ele.

- Eu também meu amor, agora vamos colocar mais lenha no fago, hoje está noite vai ser fria.

Os dias foram passando e o inverno estava cada vez mais forte, assim como a doença de papai, ele estava cada vez mais pior, e eu já não sabia mais o que fazer.

As coisas pioraram quando ele ficou acamado, coloquei ele na minha cama de palha que era mais confortável.

- Tome papai, um pouco de água.

- Obrigado meu amor. – Levanto sua cabeça, e levo o pedaço de cabaça com água para sua boca. Meus olhos se enchem de lágrimas, eu sabia que estava perdendo meu pai, era só questão de tempo.

- Não chore filha.

- Como não papai? O senhor está doente e eu não posso fazer nada!

- Nós dois sabíamos, do meu estado de saúde. – Fala ele. – Só mim arrependo de não encontrar um lugar para te deixar minha joia rara, não vou morrer em paz, em saber que vou lhe deixar sozinha nesse casebre, à própria sorte. O mundo é mal minha filha, e você só é uma moça, temo por você.

- Não fale como se fosse morrer papai. – Falo com as lágrimas descendo em meu rosto. – O senhor é a única coisa preciosa que eu tenho.

- Você também minha vida, não fique triste.

Eu assinto, não poderia mais continuar com essa conversa, eu não suporto a ideia de perde-lo!

Saio de casa no final da tarde em direção ao rio, para encher as cabaças de águas, estava perto de escurecer e eu tinha que retornar logo para casa, por conta de papai.

A neve estava alta, e dificultava para andar, o rio estava ficando congelado, realmente o inverno estava rigoroso esse ano.

Mim aproximo do rio, e começo a encher as cabaças, a água estava gelada que chegava a doer, estávamos esquentando a água para tomar banho, senão, era impossível poder nos lavar.

A parte de baixo do meu vestido estava ficando todo molhado, droga! Tinha que trocar quando chegasse em casa.

- Ei você! – Ouço uma voz grassa.

Levanto a vista e vejo dois homens, meu coração acelera e levanto freneticamente.

Minha atenção se volta para o homem maior, pelo os céus! Nunca vi um homem tão grande na minha vida, ele tinha uma pele bronzeada, dava dois do homem ao seu lado.

Nossos olhos se encontraram, sua postura era rígida, ele continuava sério, mim observando, foi então olhei para suas roupas, e senti meu coração parar, as mesmas roupas das pessoas que havia invadido o vilarejo.

Meu corpo ganha vida e eu começo a correr sem parar, meu vestido pesa na neve, me fazendo perder a velocidade.

Jogo as cabaças de águas fora, para poder mim mover melhor, ouço passos atrás de mim, e vejo o homem que olhei mim seguindo, ele era rápido e ágil, mas parecia uma pena de tão leve, ele corria na neve sem dificuldade alguma, parecia um touro de tão forte.

Vejo o casebre perto, e tento aumentar a velocidade, abro a porta e fecho ela na maneira mais segura possível.

Apaixonada pelo o Inimigo. ( Completo)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora