FROM HELL TO PARADISE

69 - Sentimento de dor

POV Lauren

Eu não estou sabendo lidar com essa dor. Ela está me destruindo segundo pôs segundo.  Em minha cabeça vem um filme de todos os momentos que vivi com minha mãe. Aqueles raros momentos quando criança mais ainda sim importantes que ficaram marcados pra todo sempre.

Mesmo ela sendo uma  péssima mãe. E quase ter me matado por causa de algo tão fútil, ainda assim, eu a amo. E sempre vou amar onde quer que ela esteja.

O corpo de mãe foi queimado na explosão do carro. Não deu tempo dos bombeiros chegarem para que a salvasse. Talvez tivesse que ser assim.

Todos nos estamos triste com todo ocorrido pois eu e minhas irmãs perdemos a nossa mãe. E isso é doloroso. Meu pai perdeu a ex companheira de 35 anos de casados. O Rio e os bandidos companheiros dela perdeu a Dona Clara, Rainha do trafico. Esse foi o fim que ela teria de qualquer jeito.

Ela fez o seu futuro. Ela tomou a decisão e ela mesmo ocasionou sua morte.

Ela não teria velório pois não sobrou nada de seu corpo a não ser as cinza junto ao carro.

Eu não convivia muito com mãe. Mas estou deslocada. Michelle conviveu com ela toda a vida seguindo seus passos, e pensar que Michelle poderia acabar do mesmo jeito parte meu coração. Taylor ainda uma adolescente tendo que passar por esse  tipo de coisa por causa das escolhas erradas que a nossa mãe fez no passado não tão distante.

Todos estamos muito sentidos com sua morte mas vai passar. Uma hora essa dor vai amenizar.

Desde de que quando Camila soube que mãe morreu ela está quieta. Ela de certa forma deve está aliviada por que de certo modo minha mãe está pagando pela morte de sua mãe, Sinuh, e também pagando por todo mal que minha mãe causou a Camila  e a sua família.  Eu sei que ela está triste por nos. Ela permaneceu ao nosso lado a modo estante.

As lágrimas no eu rosto não cessam, não param de rolarem em meu rosto.

- Lauren - é a voz de Sam. Eu a olho ela continua - trouxe  pra você.

Ela diz me entregando uma bandeja com suco  e com um sanduíche. Meu estômago revira.

- to sem fome - digo recusando.
- amor você tem que se alimentar - Camila diz alisando meu braço sentada ao meu lado.
- não consigo Camz.- falo tentando recusar.
- pelo menos tente. Você só tomou café da manhã hoje é foi bem cedo. E já são 22h da noite e você não comeu nada. - ela diz preocupada.

Sam e Camila havia levado diversas vezes comidas, e frutas pra mim comer mais eu não estava conseguindo comer. Já era a milionésima vez que eu recusava e elas ainda insistiam.

- tudo bem - falo negando com a cabeça.

Sam deixa a bandeja em cima do criado mudo que tem ao lado de minha cama, e em seguida sai. Sendo assim me deixando a sós com minha Camz mais uma vez.

- pegue. - Camz fala me entregando o sanduíche.

Eu pego e o como com meu estômago revirando. Tento engolir é com muita  dificuldade a comida desce. Repito o processo até finalizar todo o sanduíche.  E bebo o suco de maracujá.

- satisfeita? - pergunto quando bebo o ultimo gole do suco.
- Muito. Já estava preocupada. -Camz diz
- não se preocupe.- mumurro
- não tem como. Eu te amo e fico preocupada. - ela diz alisando meus cabelos
- eu também te amo. - digo encostada em seus peitos enquanto ela continua com as carícias em meus cabelos.

Não precisávamos falar mais nada. O sentimento em si falava por nos. Fiquei ali até sentir meus olhos pesarem e me senti relaxada. 

O sono havia dominado meu corpo.

Fechei os olhos e me permiti dormir.

POV Camila

Eu não posso ser mal ao ponto de transbordar em felicidade ao ver o quanto a minha família de coração está desperdiçada com a morte de Clara.

Eu estou aliviada porque agora ela pagou por tudo de mal que ela me fez. Mais estou bem triste por tudo. Por saber que as pessoas que eu tanto amo e admiro estão sofrendo.

Taylor está desperdiçada. E Michelle e Lauren não fica muito atrás.

Elas estão partilhando da mesma dor que eu senti. A mesma dor que eu carrego em meu peito todos os dias. A dor da perda. Perda de um ente querido. Perda de uma pessoa importante e significativa. A perda de uma Mãe. A dor é grande. E não passa nunca. Mas espero que com o tempo vá aliviando assim como foi comigo. Apesar das cicatrizes que nunca vai sarar em minha mente sempre estarem abertas em meu coração.

Respiro fundo. Tento absorver tudo.

Lauren havia acabado de dormir em meus braços enquanto eu faço carinho em seus cabelos. O suco de maracujá que ela bebeu a deixou mais calma e até lhe deixou com sono. Agradeço muito por isso. Já não aguentava mais ver meu bem precioso chorando dessa maneira.

Eu não tenho nada a pensar nem a dizer sobre esse momento. Acho melhor eu dormir e descansar pra dar todo apoio as Lauren e as meninas amanhã.

Vai ser muito difícil esses dias pra elas. E pra nos também que as amamos e não podemos fazer nada pra essa dor suma dos seus corações.

Uma hora ou outra a paz, felicidade e alegria vai voltar a fazer morada nessa casa. Se deus quiser.

Acabo me deitando em sua cama confortavelmente, trazendo Laur pra bem próximo de mim.

Laur deitou a cabeça em meu peito e passou a perna por cima de mim fazendo com o que nossos corpos ficassem colado.

Encostei meus lábios em sua testa e depositei um beijinho casto.

- isso tudo vai passar logo amor. Só tenha paciência - digo num sussurro.

Encostei meu queixo em sua cabeça e fechei os olhos que já estavam pesando.

O dia foi cheio e repleto de lágrimas de dor.

O cansaço me dominou e acabei dormindo agarrada em Lauren.