07 - Encontro

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Acordei cedo como sempre, olho para o lado dona Madalena minha vozinha, está sentada na cama me olhando com o olhar meio perdido. Me sentei na cama rapidamente.

- Que houve vó? - perguntei preocupada.

- é hoje que você vai encontrar aquela moça. Estou preocupada.

-OH vó - fui até ela e a abracei forte. - não se preocupe tanto. - digo sincera.

- se acontecer algo com você não vou me perdoar. - neguei com a cabeça.

- não vai acontecer nada. Prometo. Vou voltar sã e salva pra você ... - beijei sua testa.

Sim, eu estava com medo, temendo O que aquela moça bonita quer me propor, mais tenho que ir vê o que ela deseja de mim pra chegar ha ponto de convidar uma mendiga pra almoçar.

Tem ter algo de bom nisso, eu espero.

- agora vamos comer e ir pra passarela. - digo sorrindo.

- quanta animação minha filha.

- claro vó, nos vamos pra passarela, e vamos ter tomado café... Faz muito tempo que isso não acontece. - ela sorri. e me abraça mais uma vez.

- verdade. Vamos. To com fome.

A gente tomou banho. Sim, nos estamos indo limpa pra a passarela, estranho não? Porém você não sabe o quanto é bom estar se sentindo limpa, quando se estar acostumada a viver toda suja de poeira. Enfim Nos ajeitamos e fomos atrás de comida.

- Garotas? - a moça da recepção nos chamou.

- eu gostaria de saber, se vocês vão querer tomar café aqui? E se vão passar mais uma noite ? - ela pergunta com um meio sorriso nos lábios.

Eu olho pra dona Madalena. Bom com meu dinheiro ainda da pra mais uma dormida aqui. Da pra mais uma noite limpa, da pra uma noite dormindo em um colchão confortável e da pra comermos bem, então ...

- sim vamos dormir mais uma noite... E quanto custa o café aqui ?
- ok senhorita. Seu quarto esta reservado. - ela sorri gentil. - a café está por 4 reais cada.

Olha pra dona Madalena  mais uma vez.

- vamos comer aqui mesmo. Obrigada. - ainda não sabia o nome dela- desculpe-me, mas como se chama ?

- desculpe-me não ter me apresentado, me chamo Sofia .

- prazer em conhecê-la, me chamo Camila, e essa é Madalena. - sorrimos

- o prazer é meu - sorri simpática. - bom o café já vai ser servido. No final do corredor. Bom apetite.

- obrigada - sorrimos e saindo em direção ao final do corredor.

Entramos no pequeno cômodo, era a copa da pousada, um cheiro de café invadiu nossas narinas me fazendo suspirar, vó riu da cara de prazer que eu fiz ao sentir esse cheiro delicioso do café.

Olhamos pra a mesa que estava cheia de coisas, pão, torradas, queijo, presunto, bolo, torta, café, suco.. Nunca tinha visto uma mesa tão cheia de comida.

Em pouco tempo começamos a comer enquanto ia chegando algumas pessoas pra comer também.
Assim que acabamos de comer, fomos direto pra a passarela, sentamos no nosso papelão, e ficamos ali, como sempre as pessoas nós ignoravam.

A muito tempo que tento não ligar por me sentir invisível. Mas algumas sempre ajudava dando moedas, eu agradecia todas elas que me mandava sorriso repleto de gentileza e muitas vezes com pena. Eu agradecia por cada moeda que eles me davam, ou jogavam em cima de mim.

Aquela manhã passou tão rápido, Quando vejo vai dar 12h, meu coração já está quase saindo pela boca de tanta ansiedade. Tava chegando a hora de encontrar a moça de olhos verdes.

Deus me proteja. A ansiedade não passa, a cada minuto que se passava, só aumentava, eu estava quase tendo um treco.

Não quero criar esperanças que ela vai me oferecer algo bom, se é que ela vai me oferecer algo, mais é meio surreal, quem iria chamar uma mendiga pra almoçar, e do nada? Ninguém. Mas essa moça me chamou. Algo de bom deve ter.

Eu estava com a vista baixa, pensando um pouco. Quando levanto meu olhar, do de cara com a moça, me olhando intensamente, ela sorri de canto.

- boa tarde garotas? - ela diz sendo gentil comigo e com dona madalena.
- boa tarde moça - digo com um meio sorriso.
- boa tarde. - diz dona madalena olhando pra ela.

Vejo que a voz de vózinha está carregada de preocupação. Suspiro. Não tem jeito, ela vai se preocupar de todo jeito.... Não que eu estive calma, mais eu teria que passar tranqüilidade pra ela.

- então vamos? Está quase na hora do almoço.
- é vamos. - digo me levantando.

Vou até dona madalena, que estava nos olhando.

- vó, eu já volto, só vou almoçar com essa moça, quando a senhora menos esperar eu estarei de volta, sã e salva. Não se preocupe. - beijei sua testa. E me afastei.
- não se preocupe, não irei fazer nenhum mal a sua neta. Só quero ajudá-la. - Lauren diz pra a minha vó.
- tudo bem, cuide da minha menina.

Se afastamos, saindo da passarela, vejo um luxuoso carro parado com a porta aperta, esperando por ... Nos?

Olho pra Lauren, é realmente está nos esperando. Ela entra e logo em seguida me acomodo ao seu lado.

O caminho foi silencioso, queria saber o que se passa na cabeça dessa mulher. De vez em quando eu a pegando olhando pra mim. Ela tinha um olhar de mistério, me causava um pouco de medo.

Tentei tirar a todo custo esses pensamento de minha mente, pra não ficar mais assustada. Não demorou muito e o carro parou em frente ao restaurante muito bonito, olhei pra minha roupa, short folgado, sujo de poeira, blusa solta, um pouco suja também, e olhei pra o restaurante de novo. Que vergonha.

- não tinha vergonha. - ela está lendo minha mente ? Ou o que !! - Não vai ter ninguém lá além de nos.- ela diz com aquela voz suave.
- c-como assim? Ninguém? - digo com a voz trêmula, denunciando que eu estava com medo.
- não sinta medo, não vou fazer nada contra você, muito menos te matar. eu tenho uma proposta pra você, e que talvez você goste. - de certa forma ela me aliviou com essas palavras.
Porém quem é que vai matar e vai dizer né?. Saiu do meus pensamentos bestas, com a voz dela.
- bom esse restaurante é meu. - ela sorri orgulhosa de si mesmo. - por isso não tem ninguém, reservei ele todo pra nos.
- ok, tudo bem, então vamos, estou curiosa pra saber logo qual é essa proposta.
- vamos lá.

Descemos do carro, fomos em direção a grande porta de entrada do estabelecimento.

Um dos seguranças abre a porta pra nos.

Porque diabos ela anda com segurança? Que estranho.

Nos sentamos em uma mesa de canto, ela ficou calada me olhando atentamente, enquanto eu passava meus olhos por todo o estabelecimento, que era lindo por sinal.

Parei meus olhos sobre os dela, que estava em um verdes mais escuro, sim eu reparei nisso. Ela continuava a me olhar atentamente. Resolvo quebrar o silêncio.

- então? O que tem a me dizer- perguntei, sendo direita.

Estava muito curiosa, com o coração quase saindo pela boca, minha mãos estão suando de ansiedade. Quase tremendo. Respirei fundo. Não posso surta agora.

FROM HELL TO PARADISEOnde as histórias ganham vida. Descobre agora