Ciúmes

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Confesso que aquela visita me pegou de surpresa, cheguei a piscar várias vezes quando observei Zayn parado do outro lado da porta. Embora, eu estivesse magoado com tudo o que ele fez, acredito que devo deixa-lo se explicar porque era o certo a se fazer, afinal se fosse comigo, eu iria querer ser ouvido. Faltava alguns minutos para a festa começar, então, tempo tínhamos de sobra.

— Tudo bem. — Respondi dando um passo para que ele fizesse o favor de entrar.

Mas ele ficou parado, olhando para a entrada e para mim.

— Não sei se você sabe, mas os vampiros tem que ter a permissão para entrar na casa ou no lugar que pertence o ser humano. Então, você permite que eu entre?

Até certo momento fiquei apreensivo, pois se eu liberar sua entrada, então ele estaria livre para fazer o que quiser comigo. Zayn é meu amigo e nunca tentaria fazer maldade com a minha pessoa, não é? E outra parte de mim, estava pensando que ele poderia achar que tenho medo, a ponto de não confiar nele, só que a questão não era essa, mas sim: a minha privacidade. Eu já não tinha a dos meus pensamentos e precisava preservar a minha zona de conforto. Porém, será somente naquele momento, Zayn irá respeitar o meu espaço e concluo que devo confiar nele.

Quanto mais penso, mais a hora passa, Harry poderia aparecer a qualquer momento e se ele visse Zayn parado na porta do meu quarto, não gostaria nada daquilo.

— É... eu tinha me esquecido. Por favor, entre!

Zayn suspirou, colocando o primeiro pé e seguido de outro, assim, entrando no “meu” quarto. Fechei a porta antes de checar quem estava do outro lado, depois volto-me para Zayn que estava passando os dedos na escrivaninha e nos meus livros da morada. A luz da lua estava refletindo em si, deixando o mais bonito que o normal, os fios rebeldes caiam no rosto, à medida que ele abaixava a cabeça para observar os objetos que haviam por perto. Fiquei em silêncio porque não era eu quem iria falar alguma coisa, e o esperei, enquanto caminhava até a minha cama. Zayn parou o que fazia, ao me encarar e acompanhar meu movimento, assim que me sento, ele se aproxima com a expressão serena.

— Posso? — Apontou para o meu lado.

Aquilo me deixou nervoso porque as cenas do quase beijo que tivemos, se passou pela minha cabeça, junto com o selinho que demos motivado por estarmos próximos demais. E eu ainda estava magoado porque ele foi capaz de dizer coisas desrespeitosas sobre mim naquela noite, e com isso,  vi os motivos para não dar essa aproximação que Zayn me pedia.

Juntei meus dedos, mexendo meus pés inquietos quando falei:

— Acho melhor você se sentar nessa cadeira! — Apontei para o móvel de madeira próximo do “pé” da cama.

Zayn me lançou um olhar triste aquilo me cortou o coração, mas eu não podia dar o braço a torcer e ele tinha que saber que eu não era qualquer um, como fez parecer na sua última fala com Harry. Pois, gosto de receber respeito. Vejo ele se locomovendo e sussurrando um “tudo bem”, após se sentar. Com uma mão, Zayn colocou a cadeira de frente para mim mantendo os olhos caramelados vidrados sobre os meus.
Aquele silêncio chato ficou entre nós dois, me causando certa agonia porque querendo ou não, era uma ficava uma tensão assustadora.

Ele umedece os lábios, parecia estar procurando as palavras na sua mente, eu fiquei atento àquilo, até que o bater dos meus dedos na perna chamou sua atenção, ele olha para eles, entendendo que meu ato dizia para que ele abrisse logo a boca e começasse a soltar o verbo.

Eternamente -  O Beijo mortalWhere stories live. Discover now