Prólogo

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 LOUIS TOMLINSON

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LOUIS TOMLINSON

Eu odeio a minha vida. Categoricamente falando, eu odeio basicamente por causa do dia de hoje. O dia que ela irá mudar contra a minha vontade. Sem contar que, meus pais não fizeram nada para impedir isso, eles simplesmente me deixaram destinado a algo que eu não planejei pro meu futuro. Mamãe me disse que seria o "melhor" modo de lidar com a anormalidade do meu corpo, mas a questão que me intriga não é como eu tenho que fazer, e sim, a forma como eles nunca se importaram de verdade com o que acontecia comigo, até o dia de hoje.

Desde os meus seis anos de idade, coisas estranhas eram comuns no meu cotidiano. E com estranhas, eu me refiro a bizarras - Aconteciam na maioria das vezes em que me encontrava sozinho, submerso nessa sensação de estar sendo observado por alguma coisa ou alguém. - e dela, eu captava seu interesse em estranhamente ansiar pela minha morte. Não foi como apenas uma sensação que temos quando sentimos medo por estar em um quarto escuro, no fundo, eu sabia que o lado obscuro era mais real do que um simples ato de imaginar.

Naquela madrugada lembro-me de manter minhas pálpebras fechadas e me esconder debaixo do edredom. Coberto pelo vapor da minha respiração e suando no ar abafado que havia dentro dele. E por ter sempre medo de escuro, fiquei encolhido em meu canto para não poder encarar de perto meu inimigo.

Se existisse uma capacidade de nos impedir de agir como estúpidos, a maioria das situações inusitadas teriam sido evitadas.


Mas sabe quando você sente que se esconder não vai adiantar muito?

Pois bem, foi exatamente isso que eu senti. Pensar nesse acontecimento ainda me causa arrepios porque me faz ter uma pequena nostalgia daquela noite: pela sombra refletida acima do edredom, surgiram duas mãos com unhas afiadas, das quais fizeram meus olhos acompanharem cada passo que ele fazia até perder o foco. Tudo o que me restou, foi a corrente de ar que passaram por debaixo das minhas pernas, revelando a dor daquelas unhas encravadas na minha carne. Gritei e abafei as minhas lamúrias, tapando a minha boca. Tentei agir como um "homem", como Daniel sempre me dizia pra fazer, em situações que me colocassem em perigo, então, notei que pra ser homem requer ser estúpido, afinal, como fingir que você está bem quando sente algo te ferindo?

Aguentei como podia, até notar que ele teria se afastado em repulsa. Abri meus olhos horrorizado e lacrimejando pela quantidade de luz dentro do meu quarto. A energia se acumulou tanto naquela redoma, que fez meu corpo colidir contra o chão. Em um estalo, tudo permaneceu no seu devido lugar, a minha perna não estava ferida e eu acreditei fortemente que tinha batido a cabeça depois de um terrível pesadelo. E eu cheguei mesmo a pensar que poderia ter sido surreal, de certa forma eu queria que fosse porque assim supriria o início do meu trauma. A situação no quarto foi o rito de passagem para algumas coisas durante os anos que sucederam. Por exemplo, a aparição de uma tatuagem no meu peito, escrita "Ame os espinhos, não as flores".

Afirmo que nesse dia, a minha mãe surtou quando descobriu e me chamou de insolente, já que eu tinha apenas doze anos. Mal ela sabia que a tatuagem surgiu "do nada" e que eu sofri danos na minha pele a medida que fora queimada palavra por palavra até o fim. Eu não sei como e nem porquê do surgimento dela, mas deixei que minha mãe pensasse que eu havia tatuado algo irado por rebeldia.

Afinal, eu sei que ela não acreditaria na minha versão.

As anomalias não pararam por aí, nos meus quatorze anos, comecei a ouvir vozes na minha cabeça sem que as pessoas precisassem abrir a boca. Assim como também, sabia identificar quem era composto pelo bem e o mal. Mas isso não foi, nem de longe um impacto maior da minha vida. Pois, além das vozes, tatuagens e seres bizarros, eu descobri uma das coisas mais incríveis do mundo: as auras. E graças ao meu "sexto" sentido, vasculhei por algumas informações conseguindo chegar à conclusão do que eu estava vendo. E eu fiquei assustado no começo, mas tive a sabedoria de não comentar nada com alguém ou seria dado como louco.

Minha avó era aquela que se fascinava por esses tipos de assuntos. Felizmente, ela seria a única apta para conversar comigo sobre minhas anomalias. Todavia, minha mãe me proibia de vê-la porque acreditava que minha avó Constance é "louca de pedra" e por eu não "bater bem da cabeça", me juntar a ela seria uma das piores coisas a se acontecer.

Mas quando consigo, dou uma escapada para casa dela, ficando alguns segundos ao seu lado e falando de coisas que somente nós dois entendemos. Nessas conversas, escuto-a dizendo que eu tenho algo especial a ser descoberto e não é atoa que uma aura prateada muito forte, me rodeava. Eu não acreditava fielmente nisso, pra ser sincero, afinal, eu sou apenas Eu, com problemas emocionais em relação a mim mesmo, residindo no sul de Dallas, em uma cidade chamada Beaumont, como filho único de pais separados, aonde nem sei da existência do meu pai biológico e nem desejo saber. Tenho uma mãe chamada Johanna e um padrasto chamado Daniel Baker, que cuidam de mim desde pequeno. Tenho um namorado dificilmente aceito pela minha família, por sermos um casal "fora do tradicional". Então, por que eu seria especial?

Foi o que me perguntei durante toda a minha vida, até o dia em que antes mesmo das férias chegarem ao fim, meia hora antes do almoço de uma sexta-feira, eu comecei a passar mal vomitando sangue em constante quantidade, ligado a uma necessidade de poder repor a energia perdida na mesma fração de segundos. Foi uma sede absurda, queimando a minha garganta, que eu quase ataquei minha mãe, desejando sugar a sua artéria e quem sabe matá-la, se chegasse a saciar meu desejo.


Nós sabíamos o que aquilo significava, o que a tradição falava e o que os pais temiam fazer com os seus filhos adolescentes.

Mamãe chorou por dias quando Daniel confirmou minha matrícula na escola mais temida da cidade. Eu a considerava mais como uma morada para "alunos especiais", que no meu caso e de outros, estavam se transformando em algo demoníaco. Bem, ao menos era assim que as pessoas dessa cidade fofocavam umas para as outras. Todos evitavam passar perto da Morada da Noite porque ouviam as pessoas daquele local provocando sons medonhos e carregavam a sensação que eles, sejam lá quem fossem, iriam decepar suas cabeças.

Eu não ligava para essas bobagens até essas coisas estranhas começaram a acontecer comigo. Eu não queria ir, mas não tinha outra escolha, já estava no maldito carro e nem tive tempo de me despedir de Shawn, espero que ele não fique magoado comigo. Pois, fui obrigado a partir assim que me jogaram no banco de trás, como se eu fosse louco depravado.

Hoje, eu tenho dezessete anos, era para eu estar terminando meus estudos na escola normal como os outros alunos vão fazer, mas parece que o destino não quis que as coisas tomassem esse rumo.

Minha cabeça estava tombada no vidro do carro, meus olhos percorriam a grande e mórbida "escola" nova. Ao meu ver ela não parecia tenebrosa, mas também não era acolhedora. Na verdade, estava mais para um castelo mal assombrado de filme de terror. O portão tinha um símbolo que parecia mais uma âncora com uma corrente de cobra ao redor, aquilo era tão bizarro, cheguei a pensar que pessoas megeras habitavam a escola e agora estou destinado a ser assim.

Após meu pensamento idiota, comecei a rir alto atraindo os olhares dos meus pais que estavam com as mãos entrelaçadas no banco da frente.

- Será que ele está sendo manifestado pelo demônio? - Daniel me encarou como se estivesse estudando meu comportamento, mostrando seu medo ao me ter por perto.

- Não diga uma coisa dessas, ele ainda é nosso Louis. - Minha mãe lançou um olhar de repreensão para Daniel que deu de ombros como se não acreditasse no que ela dizia.

"Esse garoto começou a rir sozinho, o que ela quer que eu pense?", ouvi os pensamentos do meu padrasto.

Rolei os olhos e fitei minha mãe, cuja a aura estava verde, seus olhos marejados e vermelhos, entregando o seu choro no meio da madrugada passada.

- Você ficará bem, Louis? - ela tocou na minha mão.

- Eu vou. - disse abrindo a porta e puxando minha mochila para não dar motivos para o meu padrasto ficar surtando com meu jeito de ser.

- Filho... - Jay segurou meu braço.

Virei-me para encará-la novamente.

- Me desculpe, eu realmente não queira que estivesse nesse lugar.

Meu peito apertou e tive de soltar um suspiro, também estava abalado com o que estava acontecendo, mas era melhor que fosse nesse ambiente sinistro, do que machucá-la com minhas anomalias futuras.

- Tudo bem, mamãe. Vamos nos ver em dias de visita e quem deve desculpas a senhora, sou eu, por ter sido o que sou, entende? Ter dado os sintomas de anormalidade.

- Você sempre será meu Louis, não importa o que aconteça nessa escola e o que o faça mudar. Eu o amo, querido!

Sorri e depositei um beijo na sua bochecha.

- Amo você.

O vento soprou fortemente e me encolhi, puxando a manga do meu moletom para poder cobrir meus braços, arrumei a mochila nos meus ombros e andei para frente do grande portão que poderia chamar de entrada para meu novo lar ou seria prisão infernal?

- Cuide-se, garoto! - gritou Daniel, e acenei para ele.

O carro foi se afastando e eu fiquei ali o observando partir, sentindo um vazio me consumir. Não só ele como os calafrios que aquele lugar macabro emitia.

Hora de ir, Louis, você consegue!

Repeti as palavras para mim mesmo a cada passo que dava, talvez ali, não fosse um lugar tão ruim. Eu não deveria me abalar, certo?

Não havia dado nem dois passos direito quando dois homens com máscaras abriram o portão.

Se aquela era a recepção do inferno, eu já me sentia condenado.

Procurei não os encarar, afinal, nem aura eu via ao redor dos seres sinistros, passei por eles sentindo a frieza dos seus olhares, enquanto mantinha o meu, em meus pés. Eu estava assustado e minha vontade de sair correndo daquele lugar assombroso, aumentou.

E meus pensamentos acabam por me deixar disperso a ponto de nem notar que havia entrado em um corredor tão escuro quanto o lado de fora daquela morada, meus olhos fixaram na pequena luz que iluminava um ser no meio de algumas bancadas escuras, ele era alto e sorria para mim diabolicamente. Eu senti meus calcanhares travarem no chão e a minha respiração aumentar com frequência, ele não estava perto, mas eu conseguia captar sua energia, seus olhos estavam mudando do verde para o vermelho, tentei forçar a vista para o observar melhor, mas não conseguia ver nítido o seu rosto, pois o canto escuro que ele se camuflava, não me permitia fazer isso. Seu sorriso continuou estampado quando ele levantou a mão, mostrando seu dedo do meio para mim.

Mas o quê?

Dou um passo à frente quando o mesmo desaparece da minha vista mais rápido do que um carro de corrida. Após esse ato gentil, tive a certeza que a fofoca sobre esse lugar era a mais pura verdade.




Continua ......

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Eternamente -  O Beijo mortalWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu