Capítulo 18

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Teresa observou Romeo com frieza enquanto ele se vestia para a viagem.

Ainda havia um vestígio de charme, um sopro quase sutil, do homem atraente ele teria sido um dia, não exatamente belo, mas sedutor com sorriso lateral e ar inteligente.

Ela sabia que apesar do almirante estar maquiando da melhor maneira possível informações com relação às finanças da família, as coisas não iam bem.

Não iam nada bem.

O fato de encarregar Ivan de liderar a comissão, era um belo sinal disso, dir-se-ia até estratégico fosse outro fazendeiro, e não o seu marido, que assim tivesse tramado. Algo implícito estaria, se desse errado as negociações, toda responsabilidade recairia nas costas de Ivan Alkaev.

Mas não!Era de Romeo Theodore Logan Carter que se estava falando, e nesse aspecto a honra dele nunca poderia ser questionada.

Ouviu quando Rom fechou as botas, e vestiu o casaco.

_Se tudo sair como espero, na manhã da véspera de natal estarei de volta.

_Romeo eu sei que mesmo nos desfizéssemos de todo rebanho, e recomeçássemos do zero, não seria o bastante, é hora sim de reconsiderar reabrir a mina, tenho certeza Prescott concordaria mais do que satisfeito em atrasar em mais um ano o resgate da hipoteca, e nos ofereceria um crédito extra, caso manifeste o desejo de voltar operar com Shadow Hurt no lugar de gado.

_Não me diga o que fazer mulher!

Rom falou num tom exaltado muito raro e atirou o charuto no chão. _Eu ainda não morri, e nem perdi o domínio de minhas faculdades mentais, mas sim estou indo tratar exatamente desse assunto, e dos acertos acerca do casamento de Pamela com Sean no próximo ano.Então por favor, não me amole.

Ao menos finja que se preocupa com o esposo idoso e desgastado partindo em longa viagem, se não consegue nem ao menos disfarçar indiferença!

Ela se levantou da cama, vestiu o chambre, e deu um nó apertado. A sobrancelha erguida em sinal de estranhamento.

_Admito a viuvez é um pensamento me ocorre mais do que gostaria de saber, Romeo.

Pra quê continuarmos essa farsa?

Nosso casamento foi um erro, produtivo no início, sim. Mas um erro.

_Eu a amei Teresa, sempre a amei, em detrimento de Maleena eu a amei. E ainda a amo, portanto irei relevar o que disse. Se enlouqueceu procure  um tratamento.

Pegou no braço de Teresa com força. _E não estou nem um pouco inclinado a morrer tão cedo. Espero sua enxaqueca, tenha ido embora até a véspera de natal, porque depois da ceia não aceitarei mais desculpas para a rejeição.

_Te odeio velho nojento e nem isso te incomoda.

Teresa rangeu entre dentes, contrariando um impulso terrível de cuspir-lhe na cara.

Contudo estava fraca, havia passado a noite tendo aqueles pesadelos, aqueles ela por mais láudano tomasse, no breu da noite nem sempre conseguia deles se livrar, e alternados, sublevavam de sua caixa de memórias.

Beatrice a espreita-la ao lado da cama, de mãos dadas com Edgard, que naquela ocasião o rosto trazia outros traços, traços imenso, mais belos e impressionantes que os próprios, pois se não havia como Romeo sugeria: perdido o juízo por completo, ele viera vê-la com a cara  de Ivan?

E debruçada junto ao ombro viril, de mãos dadas ao cavalheiro em roupa de gala manchado de sangue no peito, estava Pamela em roto uniforme escolar?

Onde Impera a PaixãoWhere stories live. Discover now