Capítulo 11

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O próspero, porém nada distinto "estabelecimento" de Kendall Rose, ficava bem no centro da avenida principal de Broken Hill.

Uma cidade construída pelos mineiros pioneiros, que na batalha para conseguirem o lugar ao sol, e as mulas cheias de prata, também careciam de outro tipo de "serviços":somente uma mulher com visão de negócios feito Ellizabeth Hawthorn, que atendia por madame Kendall há mais de vinte anos, seria capaz de oferecer muito além da costa, há preços que cabiam no bolso de todo mundo, sem distinção.

Era, apesar da baixa estatura, o cabelo cacheado e a boca sempre pintada de vermelho, constantemente mascando uma cigarrilha, uma das pessoas mais ricas de todo vale.

Com a mão na cintura , onde sem esconder pendia um belo Smith Wesson, prontinho pra farra, caminhava entre as mesas, sempre cheias de domingo a domingo, exceto nos feriados santos onde ela em pessoa se encarregava de enviar gorda quantia "anônima", aos cofres da Igreja.

Verdadeira dona do mundo.Ao menos daquele mundo em particular.

O prédio de dois pavimentos,  um dos mais vistosos da cidade, com fachada em verde e vermelho,se elevava feliz na esquina principal, ao lado do armazém de Benedict Lawson , mas distante o bastante da chefatura de polícia.

Música animada, e mulheres de sorriso fácil em trajes sumários, dançavam arremedo de can-can num palco de madeira suja, dando chutes desengonçados no ar, e se jogando no chão em pernas em compasso aberto ao fim.

Esperta e vivida, ela ao vir outro grupo ora discreto se aproximava, sabia era hora de faturar "o bom do dia"..

_Mas que honra,tenho essa noite?Vieram todos juntos: senhor Carter, Alkaev ,e?Você?_Ela se voltou para o sujeito quase tão alto quanto Ivan, em camisa imaculada, botas marrom, casaco de couro e um chapéu que escondia-lo o rosto por completo. 

Obviamente, alguém não queria ser reconhecido.

Algum figurão, talvez?

_ Kendy, _Claude a abraçou forte dando um giro no ar, e sentando um belo tabefe no traseiro da coroa, _ eu até tentei trazer mais um colega pra vir dar uma esticadinha  com a gente, nem vai acreditar,aquele sovina safado filho do velho Prescott, ele chegou hoje de Adelaide e está hospedado lá em casa. 

Mas Sean alegou precisava ficar com Michelle, ou ela surtaria de vez; sabe como é,  ele meio que está comprometido com minha irmã. Então concordo com dona Mimi, não seria o certo o maldito largar de ficar com Pam...E vir com a gente cair na esbórnia. 

Só que da próxima eu arrasto ele aqui, ah se arrasto, apenas pra te deixar ainda mais rica, sua velhota escrota eu amo de paixão.

_Nossa Carter, que curioso, pensei ele tinha sido o noivo da outra, a falecida.

_Eu também não concordo com essa história.É uma coisa meio esquisita, macabra. _Claude admitiu. _Mas isso é uma decisão que cabe ao velho Rom e a dona Tess. _Ivan pareceu ser de mesma opinião de Claude, que uma suposta união entre a garota Carter e Sean não estava certo; de alguma maneira obscura, aquele almofadinha, não indicava ser o homem ideal para Pamela. 

Neste caso, até o tal padre faria mais sentido.

Entretanto este tópico estava fora de sua alçada, por isso manteve o silêncio dos cadáveres a respeito do assunto.

Carter desconversou. _Agora...Quanto ao companheiro aí, _indicou com o polegar por cima do ombro:_digamos é um "amigo" especial da família, dona Kendall.

O sorriso de Claude era enorme e até meio travesso, ao confidenciar.

"Amigo especial da família, olha só."Ivan repetiu mentalmente.

Onde Impera a PaixãoWhere stories live. Discover now