Um final diferente (a seleção)

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AMERICA:

— Você ouviu bem. - digo confiante- Eu sei de tudo e muito mais.
Ele faz um barulho baixo com a garganta, era quase uma risada e isso faz eu me sentir indefesa, como se eu não soubesse de nada.
— Então que sirva de aviso para não me enganar de novo.
— Nunca te enganei. E continue assim que eu volto para Illéa ainda hoje.
Outra risada.
— Mentira....
— Quer tentar?
Desafio outra vez, aquilo já estava passando dos limites. Mas antes que ele dissesse qualquer coisa, caminha em minha direção emitindo raiva pelos olhos e eu recuo de novo, ele segura em meus braços e me olha sério.
— Pelo seu próprio bem recomendo você parar com essa atitude.
— E você não passa de u...
Antes que eu terminasse minha frase, num movimento rápido sinto o lado direito do meu rosto arder e instantaneamente sinto o piso frio de baixo de mim.
As lágrimas começam a cair e eu não fiz esforços para contê-las, porque era isso que eu queria, poder chorar que nem criança, para esquecer tudo a minha volta.
Sinto Lucy e Mary ao meu redor mas sei que Adam não estava lá, na verdade, nem quero que ele chegue perto de mim, nunca mais.
— Ah senhorita!
Lamenta Mary, eu ainda não conseguia parar de chorar.

— Aqui.
Diz Lucy me estendendo um saquinho com gelo para que eu o pressionasse contra o inchaço, que por acaso está bastante vermelho.
— Não se preocupe senhorita, vai estar bem melhor amanhã de manhã.
Balanço a cabeça em sinal negativo.
— Essa não é a minha preocupação Lucy.
— Ah, entendo, quer falar sobre isso?
Balanço a cabeça outra vez.
— Quero falar de qualquer coisa mas que não seja relacionado ao que aconteceu. Aliás, como vocês se sentem trabalhando aqui?
Mary se aproxima, e Lucy dá de ombros.
— Muito bem senhorita, melhor do que em Illéa.
—  E posso saber o porquê?
Faço um sinal para que as duas sentem na cama ao meu lado, era bom ter companhia.
— Bom, é que eu meio que briguei com uma pessoa...
Lucy diz timidamente abri um sorriso na hora.
— Me conte!
Insisto entusiasmada, ela cede com um suspiro e se aproxima mais de mim.
— Eu me relacionei com um guarda durante um tempo, mas não deu certo, ele se dedicava de mais ao trabalho com o príncipe, e depois tivemos outros problemas....
Vejo Mary dar um cutucão em Lucy mas finjo não notar, levanto uma sobrancelha e a encaro surpresa, Lucy num relacionamento, é claro que ela merece o melhor.
— E quem é esse guarda?
— Aspen Leger....
Meu sorriso se desfaz, mas não por tristeza e sim por surpresa, Lucy e Aspen, mas como não percebi isso antes? Eu nunca mais falei com Aspen depois de ter oficialmente perdido a seleção para a Kriss, o que foi burrice minha, eu devia ter pelo menos dado explicação antes de vir para cá.
— Espera, Aspen trabalha com Maxon? Tipo assim, juntos? Sem brigas?!
Lucy faz um sinal com a cabeça e Mary se encolhe um pouco.
— Até onde sabemos sim, senhorita.

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MAXON:

— Calma aí! Tá me dizendo que passou uma noite inteira com a Kriss e nem se lembra da sensação?!
Fazia tempo que eu não conversava com Aspen por causa do casamento, e contei que passei a noite com Kriss, segundo ela, e ele não parava de rir da minha cara.
— É.
Confirmei enquanto ele voltava a rir descaradamente e dando até tapas no joelho. Bufei como resposta.
— Foi mal, só acho estranho você não se lembrar, para alguns é a melhor coisa do mundo.
— Pelo menos eu tive a chance mais próxima de ter uma noite como essas, e você?
Pela expressão de surpresa de Aspen eu não tive como não rir e dessa vez fui eu que tive meu momento.
— Tá tá! Vossa alteza é mais chamativo para as mulheres do que eu, já entendi.
— Que bom, mas eu ainda queria que fosse com America e.....aliás, como vai com Lucy?
Ele solta uma risada nervosa e eu afasto meus documentos da mesa por um instante.
— Nunca mais falei com ela e nem ela comigo, acho que ela trabalha em outro lugar agora.
— Ah.
Foi minha reação, eu não sabia o que falar, já que nunca tive muitas experiências com esses tipos de coisas.
— Sabe, amanhã é o aniversário da America, você poderia mandar alguma coisa para ela...ou sei lá.
Fiquei pensativo por um tempo e abri um sorriso apoiando o cotovelo na mesa.
— É uma boa ideia! Mas o quê
exatamente?
Ele da de ombros.
— Tenho certeza que vossa alteza vai pensar em alguma coisa.
E depois saiu virando as costas e fechando a porta me deixando sozinho com meus pensamentos.