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AMERICA:

Escuto alguém me chamar mas ignoro.
Caminho até os jardins onde ninguém poderia me ver, parei em frente à um grande arbusto cheio de rosas que parecia ir da árvore até o chão.
A cena de Maxon e Kriss volta em minha cabeça e minhas pernas fraquejam só de lembrar, me fazendo cair no chão de joelhos.
Então é isso, eu sou fraca, fraca e estúpida de mais para perceber que o "nós", meu e de Maxon não existia, nunca existiu. Era tudo ilusão, pensar que ele deixaria Kriss, assim, sem mais nem menos, era burrice minha.
Adam era a escolha certa, eu tenho que confiar nele, é a última pessoa que me resta, ele me faz feliz, ele pode me trazer um futuro, algo do qual eu não terei com Maxon.
Me apoie numa árvore ali perto e me forcei a levantar com dificuldade, cambaleando de volta para dentro, talvez para o meu quarto.
Adentrei o salão e passei sem fazer contato visual com ninguém, estava pronta pra subir mas escuto alguém me chamar por meio de uma voz masculina, eu sabia quem era.
Me virei e encontro minha mãe, Adam e May, que estava radiante, conversando, pelas suas expressões a conversa estava animada.
Me aproximei e recebi um abraço de May.
— America, - Minha mãe começa- onde esteve, e o que houve com você?!
— Está coberta de folhas, esteve lá fora?
Completa May, Adam abriu um sorrisinho.
— Eu estava apenas pensando.... e onde está Gerad?
— Brincando por aí.
Minha mãe responde, acho que eu estava sugando toda a alegria deles só com a minha presença.
— Estávamos falando sobre você e Adam. E como vocês vão se dar bem no futuro.
Lancei um olhar de canto para Adam e vi que ele estava vermelho, corei na hora também.
— Humm, entendi.
Foi minha reação.
— Quem sabe você não se torna rainha da Alemanha um dia....
May dispara e eu fico da cor dos meus cabelos. A repreendo na hora.
— May!
Todos nós rimos. Acho que eu precisava disso, estar na presença deles.
O silêncio dominou o ambiente e tudo que eu escutava era a música de fundo.
— Senhora Singer,  - Adam quebra o silêncio- acho que preciso falar com America agora. Se nos der licença?
— Claro!
Diz abrindo um sorriso de orelha a orelha junto com May.
— America? Podemos andar um pouco, o que acha?
Propôs e eu dei de ombros, começamos a caminhar, ele estava muito quieto.
Avisto alguém no corredor e logo vejo que é Celeste, e estava com uma mala enorme. Ela estava indo embora?
— Celeste? O que está fazendo com essa mala?
Ela abre um sorriso fraco e depois um suspiro.
— Surgiu uma oportunidade de trabalho para mim em Clermont. America, é a minha chance, eu tenho que ir!
Ao invés de falar alguma coisa eu a abraço e Celeste faz o mesmo.
— Vou sentir sua falta. E não esqueça de me ligar todos os dias.
Sussurro em seu ouvido e ela responde.
— Não vou esquecer, prometo. Mas tenho que ir agora.
E saiu puxando sua mala pelo corredor até desaparecer, Adam se aproximou por trás de mim e me abraçou.
— Ela é uma ótima amiga.
— É sim.
Concordo e me viro para ele, seus olhos mostravam serenidade.
— Afinal, sobre o que queria conversar?
Pergunto apressando-o, espero não ter parecido rude.
— Ah sim! Eu tenho uma proposta para a senhorita.
— P-proposta?
Gaguejo já imaginando o que iria viria.
— Sim, você sabe, - fala meio sem jeito- Nicolleta vai para Lua de Mel, e eu não vejo o motivo de você continuar aqui. Por isso, pretendo voltar pra a Alemanha, com você, minha querida.
Aquela última palavra quase me fez chorar outra vez. Alemanha de novo? Será uma boa idéia?
— Adam, agradeço o convite mas, tenho que seguir com a minha vida, perto da minha família, entende? Sou musicista, o que vou fazer lá?!
Ele dá de ombros em um ato preguiçoso.
— Sua família pode vir para o palácio também. E há ótimas faculdades de música lá. Você pode fazer um curso...
Ainda não acho boa ideia, balanço a cabeça em sinal negativo.
— Não sei não...
Por um instante achei que ele fosse ir embora, mas com uma grande intensidade, Adam cola suas lábios nos meus e me  pressiona na parede ofegante. Seu toque era de urgência. Mas delicadeza ao mesmo tempo, sua mão passou para a minha cintura e eu suspirei com a sensação.
— É você quem decide, mas eu ficaria mais feliz se você voltasse comigo. Pelo menos fale com sua mãe antes.
— Err.... eu vou pensar.
Declaro ainda em dúvida.

Retorno para a festa ainda pensando na proposta, não sei se eu deveria perguntar a minha mãe, ainda mais porque eu já sabia sua resposta, então do que adiantaria?
— America. Venha aqui querida.
Minha mãe chama e eu me aproximo, com o estômago meio embrulhado, era muita coisa de uma vez só. Resolvo dar uma chance a mais para Maxon e ele acaba ficando com Kriss, logo em seguida Adam me pede para voltar para a Alemanha.
— Oi mãe.
Comprimento- a com um abraço.
— E então, conversou com Adam? Ele é um bom rapaz.....
Seu entusiasmo era fácil de se perceber.
— Você sabe a proposta dele não é?! O que você acha?
Ela suspira, realmente já sabia de tudo.
— Você poderia fazer um curso de música, e depois voltar para casa, e em quanto isso, você fica no palácio com Adam.
Minha mãe estava sendo direta, aquilo me surpreendeu bastante, a última vez em que ela tinha falado assim comigo foi para me convencer a entrar na seleção.
— Ainda estou indecisa.
Ela bufa de tédio.
— America, você não acha que este rapaz pode te fazer feliz um dia? Ele é um príncipe, vai poder e trazer um ótimo futuro, filhos....
— Eu acho! Mas não quero me arrepender depois, e se eu estiver cometendo um erro?
Seu olhar se desvia, ela não conseguia me olhar nos olhos.
— E por que você acha que pode estar cometendo um erro?
Dessa vez eu que desviei os olhos e suspirei frustada.
— Porque na  última vez que dei uma chance para alguém, eu me decepcionei.
— America, a seleção já acabou, você deve superar isto.
Algumas lágrimas deslizaram pela minha bochecha e com certeza borrando a maquiagem, eu deveria estar uma completa bagunça.
— Não foi na seleção, foi agora à pouco...eu estava disposta a deixar adam para ficar com Maxon, mas peguei ele com Kriss se beijando e....
Não consegui completar a frase, mas era minha mãe , ela já tinha entendido tudo.
— Sinto muito querida.
E passamos um bom tempo assim, conversando, era bom, fazia tempo que não fazíamos isso, acho que desde a morte de papai.

Eu vagava nos corredores parecendo um zumbi, minha maquiagem estava desfeita, o vestido amassado, e os saltos  sujos de terra.
Todos os convidados estavam em suas camas, logo de manhã cedo iriam embora, e tá a minha escolha, ficar com Adam na Alemanha ou voltar para Illéa com minha família.
Bati na porta dele e esperava que estivesse acordado, logo a porta é aberta.
— America? Está tudo bem?
Adam pergunta com voz de sono, ao invés de respondê-lo eu o abraço e cubro-o de beijos, bato a porta e empurro-o até a parede, fazendo com que ela caia na cama, comigo em cima dele.
— Ei, ei, - faço uma pausa e encaro seus olhos brilhantes- isso é um sim? Em relação a minha proposta?
Balanço a cabeça em sinal positivo, ele sorri e eu solto uma risada satisfeita.
Ele volta a me beijar e sinto nossas línguas se tornando uma só, o seu toque era intenso, mas relaxante ao mesmo tempo, era a melhor sensação do momento. Adam interrompe o beijo.
— Eu te amo.
Sorri meio tímida, estava ofegante.
— Eu também te amo Adam, te amo de mais.
E voltamos a nos beijar de forma carinhosa e seus olhos não pararam de me encarar a noite inteira, até caímos no sono.

Um final diferente (a seleção)Where stories live. Discover now