QUARENTA

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Num descampado, Rebecca e Jay estavam em posição de ataque. Via-se, à distância, um castelo de origens medievais – a principal atração da região. Ainda era habitado pela família que o construíra, havia mais de mil anos. O vento fresco soprava pelos campos verdejantes, aliviando seus rostos suados e fazendo-os desejar o fim daquilo.

Um mês se passara desde que haviam chegado ao vilarejo. Após de algum tempo, os poucos funcionários da pousada passaram a reconhecê-los e eles decidiram se apresentar como recém-casados em lua de mel. A ideia, obviamente, fora de Jay – Rebecca não teria coragem, por razões óbvias, de propor aquilo. Não negava, apesar disso, que estivesse adorando andar de mãos dadas com o ex-patrão para todos os lados.

Nos últimos dias aquela vozinha irritante vinda do fundo de sua mente estava se insinuando. Sentia-se confortável demais com a situação. Parte dela começava a se esquecer de que Jay não era Sr. Thompson e que eles não haviam se casado. Sabia que a farsa acabaria, eventualmente. Como voltaria a ser Rebecca depois de ser Sra. Thompson¿

As preocupações a tinham distraído.

- Becca¿ - Jay chamou

Ela o encarou.

- Sim¿

Ele coçou a cabeça.

- Becca, isso aqui é sério! Não dá pra se distrair.

- Desculpa. Eu sei que é ... to com muita coisa na minha cabeça, hoje.

- Tudo bem, não foi uma bronca. Você só tem que se manter focada. Se eu fosse um Sombra, não faria a menor diferença se o dia fosse bom ou ruim. Na verdade faria: eu teria te matado com mais facilidade.

- Tá bom – ela respondeu, com um tom irritado – estou concentrada agora.

- Tem certeza¿

Depois de receber um aviso tão enfático, ela estava. Sabia, no entanto, que palavras não convenceriam Jay. Era preciso mostrar. Sem que ele esperasse, com um golpe ágil, levantou seu corpo no ar e o virou de ponta-cabeça. Ainda estava aprendendo a golpear de formas mais ágeis, que exigiam um refinamento técnico em direção ao qual ela apenas engatinhava. Mas havia aprendido que, em um duelo, nada era mais eficaz que um ataque inusitado, como virar alguém de cabeça para baixo.

Jay recuperou-se rapidamente: Rebecca deixara passar a oportunidade que o ataque surpresa abrira. Ele voltou ao chão e movimentou as mãos, fazendo labaredas de fogo voar em sua direção.

A mulher não sabia o que fazer. Não havia desenvolvido habilidades para defender-se daquilo. O fogo se aproximava e ela não conhecia qualquer forma de defesa.

- Jay – ela gritou – para essa coisa! Eu não sei o que fa ...

As chamas estavam próximas demais. Só havia uma saída: começou a correr, desesperada.

- Jaaaay! – ela berrava.

Ele começou a rir. Por mais sério que tentasse se manter, não conseguia resistir.

- Becca, você tem que reagir – ele gritava, entre as gargalhadas – use o que você tem à sua disposição para combater o fogo.

Rebecca corria, dividida entre o desespero e o ódio. Não conseguia enxergar lugar algum em que se abrigar, e ficava cada vez mais difícil correr na direção oposta à do vento ...

O vento! Era do que ela precisava!

Correu mais um pouco, concentrando-se e procurando tomar controle dele. Quando sentiu-se preparada, virou e construiu um barreira de ar, contendo as labaredas. Não satisfeita, usou a vantagem para assumir seu controle e mandá-las de volta, na direção de Jay.

Sabia que ele as destruiria sem qualquer dificuldade, como de fato aconteceu.

- Bravo! – Ele aplaudiu assim que ela chegou mais perto.

- Bravo é o cacete! Eu quase morri de susto!

Ele soltou outra gargalhada. Rebecca começou a esbofeteá-lo, nervosa.

- Ai!

- Não faz isso outra vez!

- Desculpa, Becca, mas é assim que um combate funciona. Você sempre vai ser surpreendida e terá que achar alguma forma de se defender.

Ela se acalmou.

- Certo. Mas você podia ter ensinado isso com mais calma.

- Talvez, se nós tivéssemos mais tempo.

Sabia que ele estava certo, mas ainda odiava ser motivo de risada.

- Depois de ver o que você acabou de fazer, eu acho que chegou a hora.

- A hora de ...¿

- De continuarmos nossa busca.

Rebecca silenciou. Começaram a fazer o caminho de volta ao vilarejo, pela rota de sempre. Estavam exaustos. A busca por Edward a preocupava - estava ciente, assim como Jay, de que não tinha treino suficiente para enfrentar um Sombra. O homem quisera apenas que ela tivesse o mínimo de preparação para se defender, caso não pudesse socorrê-la imediatamente.

Assim que se instalaram no vilarejo eles começaram a procurar por todas as instituições psiquiátricas do Reino Unido chamadas St. Andrews. Havia muitas, mas apenas uma próxima a Thorbisdale. Não era grande e, aparentemente, era fácil conseguir acesso.

- Como você planeja entrar¿ - Rebecca quebrou o silêncio.

- Na clínica¿

Ela assentiu.

- Bem, acho que a melhor forma seria nos apresentarmos como membros da família.

- Com quais nomes¿

- A gente inventa. Podemos dizer que somos parentes distantes. Acho que é melhor, porque assim nós já chamamos a atenção dos Sombras que estiverem ali e damos cabo deles.

- Mas isso vai ser bem indiscreto, né¿

- Talvez. A gente só precisa chegar até Edward e levar ele dali. Se der pra ser discretamente, melhor.

Rebecca não gostava daquilo. Fosse como fosse, não tinha ideia melhor.

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