Capítulo -1

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Logo quando Fernando acordou, abriu os olhos e esticou-se na cama, atendeu o celular que tocava sem parar.
Eram cinco e catorze, provavelmente alguém teria morrido. Era assim sua rotina todos os dias depois que começou a trabalhar na homicídios á mais de sete anos, dia após dia ele trabalhava incansavelmente para procurar , encontrar , prender e levar a julgamento assassinos.

Seu trabalho era cansativo e desgastante, mas era o que tinha orgulho em fazer, nada no mundo pagava a sensação de justiça sendo feita, nada no mundo pagava o olhar de quem perdeu um familiar ou um amigo em ver o assassino preso, atrás das grades e muitas vezes morto dependendo do caso. Era assim no condado de NY, sua equipe era competente, aplicada, tinham o maior numero de casos resolvidos em todo o estado, ele era o chefe de uma equipe de cinco. A bela detetive Katlhin Todd, seguido por seu parceiro de trabalho e melhor amigo pessoal Anthonny Dinozzo, Javier Esposito e o medico legista Dr. Donald Mallard.

─ Boorman? Acho melhor você vir para o central parque agora, temos mais um presunto!

Era Javier, se referia a alguém morto. Suspirou fadigado e passou a mão no rosto, espreguiçou-se tentando afastar a preguiça antes de responder:

─ Eu já estou indo. ─ disse apressado, e já foi pegando um jeans e se enfiando dentro.

─ Ela é loira, cabelos longos, morta a facadas... tem sinais de abuso sexual também, acho bom você vim rápido.

Não poderia ser ─ Pensou Fernando, havia meses que esperava por uma pista as espreitas, ele apareceu e afirmou pra si mesmo que o pegaria e o mataria com suas próprias mãos, este homem já tinha passado dos limites, o instigante era que sempre que estava perto demais de pega-lo ele literalmente fugia de suas mãos, era alguém inteligente e para pega-lo teria que entrar em sua mente, pensar como ele, andar como ele, mas ai ele sumiu e todas as pistas que tinham eram apenas circunstancias e não serviam de nada. Quatro anos de buscas, e sem nenhum suspeito ou testemunhas "vivas", quase não tinham prova mas aquilo iria mudar a partir de hoje, sentia isso.

─ Segura as pontas ai para mim, e não deixe ninguém que não seja da pericia chegar perto, entendeu?

─ Impossível, aqui já esta cheio de repórteres. ─ murmurou descontente ─ Querem saber o porque da nossa incompetência em resolver o caso!

─ Mande-os pro inferno! ─ Odiava repórteres, odiava a mídia, eles eram manipuladores e hipócritas. Sempre tentavam culpa-lo por assassinatos das pessoas, uma vez que tivera dificuldade em resolver, não era fácil, nunca foi. Fernando era inteligente, sabe disso, mas encontrava dificuldade em rastrear psicopatas calculistas que não deixavam se quer uma prova, uma evidencia, um sinal para qual lado ele deveria seguir.

Arrumou-se e seguiu para lá vendo o local cheio de pessoas, aproximou-se e viu uma linda mulher loira e morta, cabelos longos, queixo fino, nariz afilado, tamanha crueldade o indignava, três facadas como sempre fazia, havia pétalas de rosas vermelha em seu corpo, observou o local em que foi achada porém estava limpo, sem nem uma pista ou provas, com certeza o crime não ocorreu ali.

Seguiram com o corpo para o departamento onde iria ser periciado.

─ Ela teve hemorragia e sangrou até a morte, a perfuração atingiu o pulmão, também foi estuprada antes e após morte, mas sem nenhum vestígio de sêmen. ─ Dr. Mallard declarou.

─ Ele usou camisinha, o desgraçado é esperto. ─ Afirmou a agente Todd sentada em cima da mesa onde ficam os corpos.

─ Então vamos para a testemunha. - Dinozzo falou.

─ Há uma testemunha? ─ Fernando ficou surpreendido, esse caso era uns dos mais complicados e desafiantes, quase não haviam testemunhas, principalmente que ainda estivessem vivas. Dinozzo assentiu em concordância ─ Eu á interrogarei...

─ Ela é "toda sua" chefinho ! ─ ironizou.

Seguiram para a sala de interrogatórios. Fernando foi para a sala com a testemunha , enquanto os outros observavam de outro lado pelo vidro fumê. Seus olhos encontraram a de uma menina bochechuda com olhos castanhos claros, rosto angelical , cabelos longos , usava um cordão de crucifixo observou também ,vestida com um vestido um pouco acima do joelho mas não era curto e um casaco por cima. Primeiramente pensou que fosse doida ou algo assim, quem em sã consciência vestiria um casaco em pleno verão de New York?

─ O que faz aqui menina? Não sabes que para depor, menores de idade precisam está acompanhados dos pais ou responsáveis.

─ Não sou criança senhor! - Ela falou e enfiou a mão na bolsa procurando por algo ─ Aqui minha identidade... tenho vinte anos.

Ficou incrédulo, a menina a sua frente não parecia ter mais que quinze anos.

─ Certo, sente-se então. - fez um movimento com o braço e indicou a cadeira a ela, vendo-a sentar ─ Me diga detalhadamente o que viu hoje pela manhã.

─ Logo quando cheguei no central parque vi de longe um homem estranho carregando algo que não pude identificar o que era, cheguei um pouco mas perto e pude vê que se tratava de uma pessoa... ele a colocou no chão e ... ─ ela ponderou hesitante entre dizer ou não.

─ FALE LOGO. ─ Gritou batendo na mesa já sem paciência , não gostava de lenga, lenga, ia direto ao ponto. Ela pareceu se assustar e piscou com medo.

─ Desculpe. Ele, a tocou... ─ Ficou corada ao falar isso Fernando percebeu.

─ E o que mais?

─ Tem mais? ─ Perguntou e ele bufou.

─ O restante da historia? O que você viu?

─ Eu não vi mais nada senhor, esta louco? Era errado ver isso.

Revirou os olhos, até parece que ela nunca tinha feito isso, as sonsas são as piores !

─ Como ele era? Tinha tatuagens?

─ Bom ele era alto, forte, cabelos em tons escuros e tinha barba grande, usava touca e óculos escuro. Não pude vê se tinha tatuagens ele estava vestido com roupas cumpridas e parecia está de luvas.

Não era quase nada, poucas informações foram recolhidas ali. Agora tentaria focar na vitima e na ligação entre cada uma delas, além de serem loiras e bonitas. Antecedentes criminais, históricos de mensagens, ligações, grupo de amigos, academias, um lugar em comum que alguma das outras vitimas frequentavam.

─ Pode ir então, entrarei em contato caso eu precise. ─ Ela assentiu e antes de a ver sair pela porta a criatura caiu como uma jaca mole no chão bem ali em sua frente.

─ AI. - Ajudou ela a levantar vendo-a passar as mãos pelos joelhos que estavam já ralados talvez de uma possível outra queda, dava pra vê que era desastrada. ─ Obrigada. ─ Sorriu.

Sentiu algo em seu coração apenas com o sorriso daquela moça, não soube porque.

─ De nada, tome cuidado na próxima vez. ─ Respondeu ele ainda olhando-a no fundo dos seus olhos.

─ Proibido flerta com as testemunhas. ─ Ouviu a voz e gargalhadas que reconheceu sendo de Dinozzo e o resto do pessoal que acompanhava o interrogatório pela outra sala. Fechou a cara.

─ Palhaços ! ─ Disse e se deu conta que a jovem já não estava mais lá.

Agente Boorman: Destinada A Você Onde as histórias ganham vida. Descobre agora