Owen corre para o Hospital

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Estava tratando dos cavalos quando recebi a ligação de Odilon, no começo nem acreditei que era ele me ligando, a dois anos que não nos falavamos mais, nem no prémio de Stella ele ligou para comemorar.

- Ela acordou. - FOi o que escutei dele, voz chorosa.

- Você está bem? - Perguntei preocupado com os dois.

- Ela já sabe... Então cuida bem dela, Owen,eu não posso fazer mais nada por ela, assine o bendito papel que é responsável por ela. - Ele disse entre os dentes. - Achei que Ryan iria cuidar disso, mas ele me manteve como tutor legal.

- Ryan está no ospital a dois meses depois de um infarto, você queria o que, ele é um velho teimoso e nem sabia o que vocês dois trataram. - Disse largando tudo e seguindo para a casa, tomar um banho e ir para o ospital. - Obrigado por me avisar e pode deixar, não vamos mais incomoda-lo por causa de Margareth... Adeus Odilon.

Desliguei e segui pisando duro, entrei em casa, procurei por Marchaus.

- Margareth acordou... - Disse arrancando a camisa, dei um beijo no meu marido. - Vou ao hospital para ver como ela está e seu estado.

- Quer que eu vá junto? - Ele me seguiu até o quarto.

- Não... Fique, talvez venha mais clientes procurar por seus serviços. - Sorri para ele. - E preciso preparar Margareth para a realidade... vai ser meio que difícil.

- Tudo bem... vou esperar aqui. - Ele sorriu voltando para a cozinha.

Marchaus é veterinário também, aluguei o consultório de Margaret para render um dinheiro e poder nos sustentar, já que não participavamos mais de corridas, e a seis meses estamos morando juntos depois que ele se declarou para mim, foi emocionante, mas viviamos na clandestinidade, como muitos.

Tomei um banho rápido e saí, dirigi naquela estrada pensando no que eu ia encontrar, uma mulher debilitada, fala enrolada, atrofiada talvez, magoada por descoberto que não era mais casada.

Passei a mão pelos cabelos e bufei, daqui pra frente Margareth só tinha a mim, pois Ryan não podia mais ajudar, estava mal no hospital, já era velho, não iria durar por muito tempo.

Estacionei o carro e entrei no hospital, as enfermeiras de plantão sorriram ao me ver.

- Ela acordou... - Disse uma pegando no meu braço e me acompanhando.

- E como ela está?

- Bem... Todo aquele tratamento que Ryan e você contrataram a deixaram muito bem, acho que se continuar dando respostas positivas da forma que está, poderá leva-la para casa em uma semana.

- É sério isso? - Dei risada emocionado. - Isso é uma ótima noticia.

- Sim... mas terá que continuar a fisioterapia... 

- Sem problemas... - Dei de ombros e entrei no quarto, Meg estava deitada de costas para a porta.

- Meg? - Me aproximei do outro lado da cama, puxei a cadeira e a olhei, ela corava de olhos fechados, completamente em silencio. - Meg... - Acaricei seus cabelos curtos.

- Ele me traiu... - Ela me olhou. - Ele formou uma família, tem filhos...

Abri a boca e a fecei, não adiantava lhe informar da vida de Odilon, ainda mais por que nem eu sabia de sua vida, sorri e mantive o carinho.

- Eu estou tão feliz que acordou... Eu rezei tanto para que você voltasse para nós.

- Eu preferia ter morrido... - Ela voltou a fechar os olhos e a chorar. - Meu amor foi pouco para ele... Não fui boa o bastante.

- Que bobagem... Você é muito mais que ele mereça, quem perdeu foi ele e não você, agora parede chorar, eu tenho tantas novidades para te contar.

Meg abriu os olhos novamente se interessando pelo que dizia,sorri e puxei o jornal do bolso de tras, abri e a mostrei.

- Eu não vejo direito, pode ler para mim.

- Claro... - Virei o jornal para mim, limpeia garganta. - Stella, a égua azarão venceu a temporada de corridas, ela bateu o próprio record de velocidade...

Continuei a ler a matéria, Meg foi abrindo um sorriso enorme conforme eu ia falando, depois eu descrevi qual foi minha sensação de estar sobre Stella e a fazer correr, ela simplesmente foi um avião na pista de Nova York, vencendo por corpo e não por focinho, depois disso aposentamos Stella por causa do divórcio, os bens praticamente ficaram em processo litigioso e a uma no foi liberado, mas Stella não quer mais correr, está teimosa e arredia.

Nossa conversa foi longa, dois anos de mudanças de assuntos, e por ultimo deixei a noticia de Ryan para contar, ela não corou, mas estava trsite por nosso "pai", o importante que ele estava vivo e logo estaria em casa.

Uma semana depois que Margareth acordou, a levei para casa em uma cadeira de rodas, ela estava feliz em voltar para casa, no carro foi calada, Marchaus as vezes a olhava sentada no banco de tras, ela tinha um leve sorriso no rosto, olhando a paisagem dos campos enquanto atravessavamos a estrada para ir para a fazenda.

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