(1997) Odilon

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Gena está de seis meses de gestação e confesso que tenho amado curtir seu estado, tenho acompanhando meu filho crescer, era o que deveria fazer como pai.

Margareth foi transferida para um hospital para pessoas em coma vegetativo, pelo que os médicos diziam, era irreversível, apenas da grande atividade cerebral, mas não tinha como dizer se um dia viesse acordar.

O seguro que recebi sobre a vida dela veio a calhar, não deixei de pagar fisioterapeutas para manter suas mobilidades em funcionamento, não queria ver Margareth atrofiada e ser acusado que a abandonei no momento mais difícil.

Estava no quarto com Margareth, já era noite quando Gena entrou, sairíamos para jantar e curtir um pouco da noite de Chicago, mal aparecia na fazenda, mas sabia que tudo ia muito bem.

Owen estava morando agora na casa que era nossa, cuidando dos cavalos e Ray também vinha a cada 15 dias para tomar conta de tudo, eu simplesmente não tinha coragem de cuidar de nada daquela fazenda, por mim demoliria aquela casa, mas a esposa de Ray me proibiu de por a casa a baixo, chegando ao cumulo de dizer que Minha esposa estava naquela casa, que precisava aprender a sair daquele lugar e retornar para seu corpo, por ela, eu traria Margareth para a casa, mas os custos seriam altos e a cidade está longe demais para uma emergência, e também não queria mais viver naquela casa, naquelas terras.

Gena se aproximou de mim, passando a mão em meu ombro, sorria amorosa, e ela estava cada vez mais linda grávida.

- Boa noite. - Disse baixo.

- Boa noite... - Gena olhou para Meg. - Ela esta cada vez mais magra.

- É natural, a alimentação é rica, mas não a faz engordar, a quantidade é pouca.

- Vai matê-la vida até quando?

Olhei para Gena, meu corpo foi tomado por arrepio muito grande.

- Não farei numa uma coisa desta... Não mesmo.

- Calma... - Gena pediu deixando de sorrir. - Entendo, mas olha para ela... Isso é...

- Isso é a minha esposa e o nome dela é Margareth.

- E eu carrego um filho, sou apaixonada por você e de boa, ela não vai voltar Odilon, vocÊ está viúvo de corpo presente. - Gena se virou para sair, eu a segurei.

Estava carente e ouvir aquelas palavras me fez cometer outra loucura, a puxei e a beijei ali mesmo, na frente de Margareth e o arrependimento bateu logo que escutei a voz de Ray.

- Dá para me explicar o que está acontecendo aqui? 

Parei de beijar Gena, nos olhamos surpresos, desviando o olhar para Ray que estava enfurecido, ele se aproximou de nós, e viu a barriga de Gena.

- Eu posso explicar... - Disse temendo um escândalo.

- Não precisa explicar, eu já entendi tudo. - Ray me encarou. - Acho que seu tempo com Margareth acabou, você tratou de arrumar uma família deve decidir o que quer da sua vida com qual mulher... Agora saia deste quarto, respeite minha filha.

- Ela é minha esposa...

- Não... VOcê não a respeita o suficiente para esperar por ela... - Ryan deu as costas para nós se aproximando da cama, olhando Margareth com pesar.

- Vamos... - Gena segurou meu braço me puxando para sair do hospital.

Antes de sair, vi Ryan cair num choro, aquilo acabou comigo, eu estava condenado, eu tinha mentido para Margareth, tinha traído minha esposa e estava apaixonado pelo meu filho.

Foi uma semana dificil, Ryan praticamente ia todos os dias para o hospital e sua insistência para me separar dela era grande, ele vendeu a fazenda dele, e comprou metade que seria minha na fazenda Fessbeck, foram mais dois meses que briguei com Ryan para me manter casado com Meg, mas não teve jeito, Gena estava com oito meses e agora estava apaixonado e determinado a viver com meu filho e como Ryan disse, eu tinha uma família de verdade agora, era hora de dizer Adeus.

Me aproximei da cama de Meg, toquei seus cabelos agora tão curtos por ficar muito tempo deitada.

- Oi Margareth... Me perdoa, mas eu me apaixonei por outra pessoa. - Me sentei na beirada da cama, olhei seu rosto tranquilo, respirei fundo. - Eu te traí no dia que sofreu o acidente... E... Eu me arrependi e muito de ter fito isso, mas... - Sorri triste. - Eu serei pai, é... eu tenho um menino a caminho e vai se chamar, Stephen. - Passei os dedos nos olhos. - Quero que saiba que te amei e muito Meg, muito mesmo, mas Ryan tem rasão, eu preciso dar uma família ai meu filho e... Talvez vocÊ não volte nunca mais para mim, para nós.

As lágrimas começaram a descer, me inclinei e dei um beijo em Meg.

- Adeus... Onde eu estiver, eu quero que saiba que a amei e muito. - Me levantei, as lágrimas ainda desciam, Owen entrou no quarto, meio sorriso.

- Se despedindo?

- É... - Disse fungando.

- Você vai ser feliz, a Gena me parece ser uma mulher muito alegre, ela combina com você.

- Cuide bem dela,  Por favor? - Pedi segurando seus ombros.

- Vou cuidar...pode deixar. - Nos abraçamos.

- Tchau, Odilon, apareça quando puder.

Apenas sorri e segui para minha nova vida, deixando Meg para sempre, a dor no peito era grande, mas era algo que realmente precisava terminar, eu sentia uma paz dentro de mim, era como se o tempo que vivi com Meg foi bom, feliz, mas acabou, ela tinha que seguir seu caminho e eu o meu.

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Meu Deus, nunca pensei que Odilon fosse fazer algo assim.
Realmente Odilon precisava decidir sua vida, e ele fez a escolha dele.

Bju e volto semana que vem com mais.

24/09/2017.

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