Livros que viraram filme

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O menino do pijama listrado, John Boyne.

Olá, amigo leitor. Antes de começar, quero pedir desculpas pela demora com a postagem deste texto. Não é buscar motivos justificadores, mas os afazeres de cada dia estão me tragando como um grande tsunami. Mas com atraso ou em dia continuarei a postar. Triste, é claro, pois o projeto está chegando à reta final. Bom, vamos começar, estou com muita saudade.

Este mundo já teve muitas passagens de brutalidade e falta de compaixão. Passamos por épocas onde os erros eram marcados na carne e na alma; tempos em que o ser-humano foi comercializado como bens semoventes; dias onde a mulher, apesar de ser a portadora da vida, foi tratada como uma criatura sem capacidade de raciocínio e sujeita às artimanhas do Diabo; passamos por guerras onde tiranos gananciosos fizeram da fé e do sangue de muitos o combustível para fazer ainda maior o próprio patrimônio. Ao longo das décadas e dos séculos homens arderam e sofreram nas mãos de déspotas e generais, soldados e irmãos. Caça às bruxas, caça aos pagãos, caça aos negros, caça aos judeus, caça à liberdade. De onde vem tanta fúria, amigo leitor?

No livro e o no filme em destaque temos uma análise de um dos mais marcantes episódios sóbrios de um período que não marcou apenas a história da raça Ariana, mas de um mundo inteiro. Homens foram feitos prisioneiros pelo crime de ser quem eram. Tiveram a liberdade cerceada, a dignidade massacrada, a carne ferida e a vida ceifada, mas continuaram firmes na esperança, e apesar de seu grupo ter sofrido baixas em massa, sobreviveram pacíficos.

A brutalidade sempre existiu e ainda existe, mas cabe a nós pelejarmos para que no amanhã ela não ocorra. Amigo, não falo em lutar com pedras e espadas, semelhantemente ocorreu nos EUA em episódio recente. Quando se responde à violência com violência o resultado é a guerra.

A guerra não tem vencedores, apenas sobreviventes, amigo leitor. Quando se empunha armas não se fere unicamente aquele que lhe fere, mas também pessoas cuja violência lhe causam asco. Em uma guerra não existe certo nem justo, existe a vitória. Quando se dá início à guerra a paz fica de lado e aos legatários do futuro é deixado o quinhão da violência.

A paz apenas será alcançada quando baixarmos as armas e os escudos e passemos a agir como o menino Bruno. Em “The boy in the striped pyjamas” John Boyne nos apresenta a receita da paz e a consequência do ódio cego. Sim, a estória tem como base um período funesto da história da humanidade, mas não devemos interpretar isso como um limite para analogias. Da mesma forma que Hitler liderou a fúria daquela gente, outros desvairados líderes também o tentam nos dias atuais. Seja por meio da supremacia branca, das guerras em nome de Deus ou sangue que escorre entre os dedos daqueles que se julgam os donos do sublime julgamento e da justa execução das penas.

John Boyne nos apresenta, como já disse, o segredo da paz. Sejamos como Bruno e o amigo judeu. Sejamos como as crianças que não veem maldade nem diferenças. Sejamos puros e inocentes. Quando dizemos não à nossa natureza destruidora somos capazes de mudar os caminhos da humanidade. Enquanto isso, caro leitor, quando nos deixamos cegar e agimos sob o ofuscante manto da idolatria, corremos o risco de carregarmos sobre os ombros o peso da morte daqueles que na guerra cometeram como único crime espalhar palavras de amor e união.

Amigo leitor, deixo aqui, para quem ainda não leu nem assistiu ao filme, a minha recomendação. Leia e reflita. Existe causa justa para a violência?

Bom, texto postado, deixo aqui meus carinhosos abraços. Volto daqui a pouco com o conto da semana. Até mais.

Projeto "Vamos Conversar" (1ª Temporada)Where stories live. Discover now