Capítulo 58

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Karen tinha saído e me deixado mais confusa do que eu já estava. Nunca pensei que William poderia se sentir culpado pelo acidente e isso me deixou mais triste. Ele passou e sentiu a mesma coisa que passei quando meu pai faleceu. Imprudência de pessoas que não tem consciência de seus atos. A única diferença é que não sinto o peso de uma promessa em minhas costas.

E com ele é assim, assumiu uma responsabilidade sem ao menos perceber que aquilo feriria seu futuro. Mas mesmo assim consigo lhe entender, e talvez eu me sentiria assim caso eu escutasse as ultimas palavras de meu pai.

Meu pai. Meu querido pai, um homem honrado que não mediu esforços para ajudar seu amigo. Isso me deixa feliz e orgulhosa por saber que sua presença sempre será lembrada por coisas boas, e essa é uma delas. Claro que eu sabia que ele tinha amigos, mas nunca me passar pela cabeça que o único mais íntimo seria o pai de William, isso pra mim até poucas horas atrás era desconhecido.

Já é noite. Ouço a porta sendo aberta e vejo minha mãe com um semblante cansado. Ela precisa descansar. Meu anjinho sussurra e concordo pois ultimamente ela tem trabalhado muito, penso se já não está na hora dela tirar umas férias.

- Oi mãe.

- Oi querida! Como foi seu dia? - pergunta tirando os sapatos e sentando no sofá.

- Foi bem e o seu?

Respondo e logo me lembro do senhor Castelli. Nunca o tinha visto com meu pai e talvez agora seja uma hora perfeita para saber da relação dele com meu pai.

- Cansativo - suspira cansada.

-Mãe, meu pai era muito amigo do senhor Thomaz Castelli?

- Você ainda não tinha o visto?

Contei para ela tudo que Karen tinha me falado mas não vi surpresa em seu rosto. Ao contrário, parecia saber.

- Eu sabia disso. Sabia que seu filho tinha falecido pois seu pai tinha doado sangue. Eu só não tinha conhecido os filhos dele.

- Ate no tempo em que eu trabalhei para seus avós eu não percebi ou me falaram. Por que a senhora não me disse?

- Pensei que não teria tanta importância assim - revira o olhos - mas já aconteceu do Thomaz vim duas vezes atrás de mim.

- Atrás da senhora? Como assim? - minha curiosidade estava me deixando impaciente.

- Não é isso que você está pensando - sorriu leve - depois que seu pai faleceu eu vi a dor nos olhos dele também. Ele me ofereceu uma grande quantia de dinheiro.

Dinheiro. Logo pensei que tinha dois cheques também com vários zeros em que William tinha me "pagado". Me ajeito na poltrona e sinto um desconforto pelo dinheiro.

- Ele meio que queria me dar dinheiro pelo o que Philip tinha feito.

- Então ele queria pagar por meu pai ter doado sangue ao Edward?

- Eu não diria pagar, e sim agradecer. Mas lógico que eu não aceitei pois eu sabia que Philip tinha pela amizade.

- Entendo - digo pensativa.

- Mas esqueça isso - pega em minha mão e acaricia - vamos jantar?

Fomos jantar mas aquilo tudo ainda não saia de minha cabeça. Se ela souber que eu aceitei fingir namorar William com todas a letras ela ficaria decepcionada.

....

Acordo com o novo despertador que comprei fazendo barulho, pois o antigo eu tinha jogado no chão. Já estou começando a me acostumar com essa dor de cabeça que me visita e não quer mais ir embora.

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