Desde pequenos somos ensinados a não aceitar algo de estranhos ou sempre a nos afastar quando a "esmola" é boa, pois quando ela é demais, até o santo desconfia, não é mesmo?
Foi justamente isso que Lauren pensou quando William, seu mais novo vizinho...
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Como ele pode ser tão invasivo, ao ponto de vim contar sobre essa namoro falso? Estou em choque, mais precisamente pálida, ainda parada na porta da cozinha com os olhos arregalados em sua direção. Abro a boca pra falar, entretanto nenhum tipo de som se atreve a sair. Minha mãe nos olha confusa pelo fato de estarmos apenas nos encarando.
Eu com a maior cara de surpresa e William mastigando com um sorrisinho do tipo que diz: surpresa, meu amor?
- Filha você está pálida, quer se sentar?
- Estou bem mãe, acho que deve ser pelo fato da queda, apenas isso.
Olho para minha mão, alternando meu olhar entre William e minha mãe pra ver se ele contou algo a mais. Porém minha mãe sorri e se senta.
- E então? Quando ia me contar que estão namorando?
Fecho meus olhos e suspiro fundo. Tentando encontrar um pouco de paciência para não voar na direção do pescoço de William e meter aquela colher em sua garganta. Que homem mais difícil. Eu que deveria ter tido essa conversa com a minha mãe, porém o senhor impaciente resolveu tomar as rédias da situação. Agora estamos nos três em minha casa, com os dois sorrindo pra mim e eu me sentindo a maior traidora.
- Olha mãe, eu ia conta, do meu jeito mas eu ia. Só pensei que...
- filha, não precisa se justificar, você já é maior de idade. Já sabe oque pode e o que não pode.
Ela começa a sorrir e encara William que lhe devolve o sorriso na mesma proporção.
- Só não sabia que seu namorado seria o vizinho que você não gostava.
- Não gostava? Como assim? - Agora é William que fala com uma das sobrancelhas levantada.
- Ela falava que você a encarava e tinha um ar de superioridade - depois que minha mãe fala isso, ele cai na gargalhada.
Aquilo era novidade. Ver William sorrindo verdadeiramente pela segunda vez no dia. E vê-lo assim, gargalhando com a cabeça jogada pra trás, era como ver um arco-íris depois da chuva. Praticamente lindo.
Balanço um pouco a cabeça para afastar esse tipo de pensamento que vez ou outra aparecia. Não posso pensar em William assim, como um galã de novela que veio apenas pra me ver. Ele tem um objetivo nisso tudo, e eu também. E depois que tudo acabar, seremos apenas vizinhos que se ignoram.
- Ar de superioridade? Acho que nesse pequeno tempo em que estamos juntos ela percebeu que não sou assim. E enquanto ao fato de encara-la, é apenas por ela ser linda.
Me olha sério agora. E eu não consigo decifrar se isso é parte do namoro falso ou se ele esta sendo sincero. Mas instantaneamente coro pelo fato dele dizer que sou linda.
- Vocês são tão lindos juntos. Me lembram Philip e eu quando nos apaixonamos - ela suspira e sorrir.
- Bom dona Katherine, muito obrigado pelo almoço, estava uma delícia - William se levanta e fica em nossa frente - Mas tenho que ir trabalhar.
- Oh claro, quê isso. Agora que você é meu genro pode vim quando quiser.
Eu estava bebendo água quando ela falou isso e eu meio que me engasgo. Oque? Como assim quando quiser? Não acredito que minha mãe está cogitando a ideia de William vim nos visitar, pois praticamente é isso que ela irá fazer. Ou convidar ele ou simplesmente bater em sua porta e traze-lo para dentro de nossa casa.
- Claro. Lauren meu amor, você poderia me acompanhar até a porta? - Ele fala entre um sorriso sínico nos lábios.
Reviro os olhos e levanto. Mãe ficou na cozinha terminando de arrumar, então fomos apenas nos dois até a sala. Ando em sua frente, mas sinto ele pegar em minha mão que estava enfaixada.
- Oque foi isso? - pergunta preocupado
- Nada, apenas um arranhão.
- Um arranhão que está enfaixado? - resmunga irônico e sério de mais.
- Olha, não é como se você se preocupasse. Até por que se você se preocupasse com algo, não teria vindo aqui e contado pra minha mãe sobre essa farsa - falo praticamente em um cochicho somente para nos dois ouvir.
- Contei apenas o necessário - fala mantendo seu olhar no celular que acabou de tirar do bolso.
- Sei - me afasto jogando a cabeça pra trás.
- Toma - tira um envelope do bolso de trás e me entrega - amanhã esteja pronta as sete. Iremos à um jantar na casa dos meus pais.
- Como é que é? Se-seus pais?
- Sim, e Camila estará lá - guarda o celular e olha pra alguma coisa atrás de mim - tenho que ir meu amor.
Eu não sabia bem oque ele pretendia com aquilo. Mas ele pegou no meu rosto, uma mão em cada bochecha e me puxou em sua direção. William me beijou. Apenas fico de olhos arregalado vendo ele de olhos fechados me beijando. Que merda ele ta fazendo?
Sua boca está com gosto de suco no qual ele bebeu depois que terminou de comer. Ele me beija suavemente, seus lábios macios nos meus. E antes de se afastar morde meu lábio inferior.
